- É hoje que eu vou vender um pão alentejano à menina Gina! - exclamou o merceeiro, convicto.
- Vai vender porque o senhor não quer oferecer-mo - respondi eu, zombeteira.
- Vai vender porque o senhor não quer oferecer-mo - respondi eu, zombeteira.
Conheço poucas pessoas com a timidez lá tão longe como aquele homem. Não o atormenta timidez alguma, por isso, nunca o tinha visto atrapalhado e sem saber o que responder.
Eu até nem disse uma gracinha tão engraçada assim, apenas disse uma gracinha cambaleante no retorno. O que diria ele? Que me oferecia o pão? Que não me oferecia o pão? Estava encurralado, pobre coitado...
- Vá lá, sô Francisco... pode dizer-me que ofereceria o pão se pudesse... mas que não pode... eu compreendo e não levo a mal.
- ...
- Bem...! Deixei-o mesmo sem palavras, hein!
- É verdade, menina Gina... sabe que às vezes... a gente queria, mas...- a sua tez, habitualmente pálida e uniforme, deixava transparecer um rubor muito, muito leve.
- Não podemos oferecer as coisas - completei eu - depois, que comíamos nós, não é? - acrescentei.
Tive que ser eu a falar pelo sô Francisco. Isso é um acontecimento completamente desusual.
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