domingo, 31 de outubro de 2010

Outubro 2010, post 180

Pinheiro de Loures, 31 de Outubro de 2010

Post 180...
Então até para o mês que vem!

Verde Água

A Bell perguntou-me se o nome do meu blogue teria alguma coisa a ver com a história 'Os dez anõezinhos da Tia Verde-Água'.
Nunca tinha ouvido falar de uma Tia Verde-Água. Porém, ao pesquisar encontrei a história, li-a e percebi que dos anõzinhos já eu ouvira falar.

Os dez anõezinhos e a Tia Verde-Água

Era uma vez uma rapariga casada que se dava muito mal com o marido porque tudo na casa estava sempre desarrumado e, por mais que ela cirandasse de um lado para o outro, parecia que o tempo nunca lhe chegava para nada!
Lá em casa, a vida começou mesmo a ser insuportável, com o marido sempre a queixar-se e até a ralhar-lhe a todo o instante, e ela a andar cada vez mais triste, sem saber o que fazer à vida.
Tinha, ao lado, uma vizinha que era já velhota, mas muito simpática. Havia quem dissesse que as Fadas eram amigas dela e a ajudavam quando ela mais precisava. Chamavam-lhe a Tia Verde-Água.
Um dia foi bater-lhe à porta, e disse-lhe:
− Ai, Tia! Vossemecê é que me podia valer nesta aflição.
− Pois sim, filha! Eu tenho dez anõezinhos muito habilidosos, e mando-tos para tua casa para te ajudarem.
E a velhota explicou-lhe o que devia fazer para os anõezinhos a ajudarem melhor: pela manhã, quando se levantasse, fizesse a cama e acendesse o lume, depois enchesse o cântaro de água, varresse a casa, passasse a roupa, preparasse o que havia de cozinhar para o jantar... pois assim havia de ver como em tudo ela havia de ser muito ajudada pelos anõezinhos, sem o sentir...
A rapariga assim fez e, se bem o cumpriu, melhor
lhe saiu: o marido passou a andar muito contente e ela
cada vez mais feliz. A casa, essa então nem parecia a
mesma, tão arrumadinha! Resolveu um dia ir agradecer à
sua vizinha:
− Ai, Tia Verde-Água, os seus dez anõezinhos
fizeram-me um servição! Agora a casa está muito
arranjada, e nós estamos muito felizes. O que eu lhe pedia
ainda é que mos deixasse lá ficar.
A velhinha respondeu-lhe:
− Deixo, deixo. Pois tu não viste os dez anõezinhos?
− Ainda não. O que eu mais queria era vê-los.
− Não sejas tola! Se os quiseres ver, olha para as tuas
mãos. Os teus dedos é que são os dez anõezinhos!
Quando a Tia Verde-Água lhe disse isto, a rapariga percebeu o que lhe estava
a acontecer, agradeceu muito à Tia Verde-Água e foi para casa muito contente por
ter aprendido como é que se faz luzir o trabalho.


Maria Alberta Menéres
100 Histórias de todos os tempos
Porto, Ed. Asa, 2003

Encontrado aqui

Uma fotografia por dia que bem iria... (136)

Loures, 31 de Outubro de 2010

Há alguns fins de semana que ando em grandes mudanças cá em casa. Parei agora. Para ser sincera estou cansadíssima de tanta coisa fora do sítio e de tanta volta dar à cabeça tentando encontrar o melhor sítio, a melhor solução. Uma casa dá tanto trabalho...
Estou neste momento, e pela primeira vez, a escrever do novo sítio onde foi colocado o meu computador.
Ainda bem que o tempo ajuda, nem quero imaginar se tem estado bom tempo e eu aqui com tanto afazer doméstico...

sábado, 30 de outubro de 2010

Uma fotografia por dia que bem iria... (135)


Estou toda contente, já tenho a minha máquina fotográfica arranjada. E, como é fim de semana, para comemorar (sim, isto de ter a minha máquina de volta merece comemoração!) tirei uma fotografia à despensa. Olho para ela (a fotografia) e faz-me lembrar comezainas e companhia. É fim de semana! Com feriado e mudança de hora daquela em que se dorme mais.
Bom fim de semana!

Aquela pessoa

'Aquela pessoa' começou por ser uma ideia em que escreverias de maneira diferente, falarias para alguém: para ti própria. Mas não querias nada que se notasse que é contigo que falas, antes que parecesse o envio de recados a uma outra pessoa. Querias também escrever de outra forma, arranjar um estilo diferente, para que não soasse sempre no mesmo tom tudo aquilo que escreves.
Entretanto a ideia deixou de ter razão. De repente pareceu-te muito restritivo, escrevendo a fingir que finges, abandonarias uma catrefa de ideias interessantes. Não ias poder escrever dos clientes, do passeio diário em que percorres as ruas de Lisboa, das lojas e de outras pessoas em geral. Ia-se logo perceber que és tu a escrever e que te diriges a ti mesma.
Tu és tu; és o que és; fazes o que fazes. Se não mostrares isso neste tema resta-te pouco. Já percebeste, ?

Já percebi, sim.


Adenda

Vê se escreves de pessoas que não te enervem. Vê se escreves das coisas positivas que as pessoas com quem lidas te demonstram, ok?

Sim, sim.

Ele e eu

Ele, referindo-se a um senhor que escreve crónicas numa revista daquelas que supostamente é para gente inteligente ler:

Já imaginaste um senhor destes referir o teu blogue numa revista e depois teres montes de visitas e comentários?

Eu, descrevendo uma ideia marcadamente utópica que tenho às vezes:

Não, mas imagino um daqueles senhores das editoras caindo aqui de repente, se deslumbre achando que eu escrevo maravilhas literárias, pequenas obras de criatividade inteligente, magnificamente estruturadas, e originais ainda por cima, e me proponha negócio.

O monte

Ela fez um monte de papelinhos rasgados com uma vontade dominadora. Os papelinhos iam surgindo irregulares debaixo de raiva e desdém, a fazer de conta que eram outras coisas.
Quando achou que já havia papelinhos suficientes pô-los num montinho cuidadosamente e deixou-os ali debaixo do cinzeiro, um lugar onde ele nunca iria espreitar.
Mas espreitou.
Foi no dia seguinte. Ele retirou todos os papelinhos debaixo do cinzeiro. Aí foi a vez de ele os deixar algures, escolheu um lugar que de escondido não tem nada, bem à vista e em forma de ponto de interrogação. Porque fizeste isto?

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Le chocolat à Mourinha, Lisbonne

Hoje que eu ia à Mouruinha comprar chocolates para satisfazer a gula... encontro tudo quase vazio, assisti à fase final do desmantelamento da loja. Oh...

A minha amiga Sophia

Imagem retirada da internet
Disseram-me que sou tal e qual a Sophia Loren - bonita e redondinha como ela.
Não sei se considere isto um elogio... Redondinha? Hum… Cá para mim o que ele queria era chamar-me gorda e não se lembrou de mais maneira nenhuma para o fazer.
De notar será talvez o facto de eu discordar peremptoriamente das conclusões do dito cavalheiro. Ainda que se imagine a celebridade em questão... ali por alturas do sabonete Lux, não creio que me pareça minimamente com alguém que seja alta, esbelta e linda.

Lembradura

Cliente (jovial e alegre): - Não se lembra de mim?

Eu (pesarosa): - Não...

Cliente (perdera a alegria e mesmo a jovialidade estava um nível abaixo): - Não se lembra? Estive cá da outra vez a...

Eu (não deixando o pobrezinho terminar a frase): - Se calhar não tinha esse cabelo tão comprido!

Valor: 20,55 €

São 20 e 55, por favor.

20?

E 55.

20?

E 55.

20?

... - Profundo suspiro audível apenas no interior da minha cabeça.

...? - Grande expectativa desenhada no rosto do jovem que tinha à minha frente.

São vinte euros e cinquenta e cinco cêntimos.

Ah!

Negócio difícil

Ai eu queria uma coisa mas não me lembro o quê...

É difícil, é…

Uma figura imutável

- Mudavas alguma coisa no meu rosto? - Perguntei, provocadora.
E continuo, ciente de que não se atreveria a dizer mal das minhas feições:
- Não, ?
- Hum... - Faz ele, prescrutando o meu rosto. - Talvez o bigode.
- Mau, ruim... Como te atreves?!



Just The Way You Are, Bruno Mars

Oh her eyes, her eyes
Make the stars look like they're not shining
Her hair, her hair
Falls perfectly without her trying

She's so beautiful
And I tell her every day

Yeah I know, I know
When I compliment her
She won't believe me
And it's so, it's so
Sad to think she don't see what I see

But every time she asks me do I look okay
I say

When I see your face
There's not a thing that I would change
'Cause you're amazing
Just the way you are
And when you smile,
The whole world stops and stares for awhile
'Cause girl you're amazing
Just the way you are

Her lips, her lips
I could kiss them all day if she'd let me
Her laugh, her laugh
She hates but I think it's so sexy

She's so beautiful
And I tell her every day

Oh you know, you know, you know
I'd never ask you to change
If perfect is what you're searching for
Then just stay the same

So don't even bother asking
If you look okay
You know I'll say

When I see your face
There's not a thing that I would change
'Cause you're amazing
Just the way you are
And when you smile
The whole world stops and stares for awhile
'Cause girl you're amazing
Just the way you are

The way you are
The way you are
Girl you're amazing
Just the way you are

http://www.vagalume.com.br

Bruá?

No livro* que estou a ler apareceu a palavra bruá. Pelo contexto percebi que a autora se referia ao barulho que faz uma multidão.
Mas bruá não existe no sítio priberam.pt. Existe bruar:

Bruar

Verbo Intransitivo

1. Acontecer, constar (Minho)
2. Fazer barulho, ribombar

*Cinco quartos de laranja, de Joanne Harris

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Uma fotografia por dia que bem iria... (134)

Atouguia da Baleia, 12 de Setembro de 2010

Sou tão subtil. Arranjei uma doença daquelas que não se vê. Nem se pode ver. Em se vendo, se eu mostrar a minha mísera doença, terei de lidar com a incompreensão.
Eu já disse alguma vez que só compreendemos as pessoas se não tivermos de ser confrontados directamente com as suas causas e as suas dores? Já. Já disse, sim.

...

Escreve!
Sem te importares.
Escreve.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Post atrasado

Era dia de o Futebol Clube do Porto jogar. Antes de começar o jogo a TV apresentou o estádio quase vazio, eram poucos os adeptos. Apareceu em grande plano uma avó e seu netinho muito ternurentos. Eu cá vislumbrei ternura. Uma réstia, ao menos.

- Olha ali, meu filho, já viste que estádio mais lindo? O Porto é o mAior, carago!
- Avó, o meu sonho é ser como o Pinto da Costa quando for grande!
- O meu menino é lindo!
- Para dar uma queca na Carolina Salgado!
- Ah, meu rico menino!
Benzodeus, ganda homem! Isso mesmo filho!

Aquela pessoa

Há aquela pessoa que te cumprimenta sempre. Ah pois, não penses que te escapas, ela vai falar contigo, pá!
Ela pensa que a saudação transmite uma educação esmerada e uma espécie de lealdade. Mas não. Tu já mancaste a coisa ao tempo! Ela não gosta de ti. Não te curte. Despreza-te até. Diz-te o clássico 'como está a senhora, está bem?' e acrescenta em remate 'fico contente' sem que a expressão revele simpatia, quanto mais contentamento.
A mulher parece um bicho prestes a atacar, tem um olhar gélido, um olhar de quem é capaz de te esganar. Mas não pode... E como não pode olha-te daquela maneira, é o que lhe resta.
Mas tu até gostas disto, estas coisas dos ódios e assim são porreiras, fazem-te sentir viva e estranhamente importante.
Já decidiste: a próxima vez que vires aquela dama - cabeluda, velha e mais feia que uma bota da tropa - no meio da avenida e te perguntar 'como está a senhora, está bem?' com aquele ar desconchavado, tu vais fazer igualzinho ao que fizeste com aquela do sorriso amarelo, pagarás na mesma moeda.
Depois contas-me como correu e eu escrevo, está bem?

Uma amorosa descrição

Seguidamente transcrevo um texto da rica filha, que foi resultado de um trabalho para a disciplina de inglês, em que ela faz uma pequena descrição do mano.

He doesn't look a lot like me, dispite the fact that is my brother, he isn't like me in any way, but for two siblings, we do get along great.
He's so shy when he's around other people, it's embarassing to see. We have a lot of inside jokes that our friends don't get and sometimes he pretends he doesn't either just because he's afraid our jokes are stupid.
Our parents usually say that having their children getting along this great is a blessing. I couldn't agree more. He might be my younger brother, but I look up to him a lot. He's a great, unique person, a boy like there aren't many.
He's always quiet, miding his own business, he hate dreamma and he's not interested in gossip. Being so quiet, sometimes is a bad thing.. People think he's rude when he's not nice and smiley, but he doesn't do that on purpose, it just takes a while to get to now him.
Apart from that, he's a really good soccer player abd he's to cocky about his english. He likes to correct me and saving his better than me. We never figth. He's my little brother and I really really like him.

Ana Cláudia

Comentário do professor:
A lovely description
Nota:
15

Polegada Maria, amada do Paquímetro Augusto

Não sou de números, disse eu noutro dia. É verdade, não sou e dou-me melhor com letras. Mas do desamor vou agora escrever de números.
Um dia o senhor engenheiro perguntou-me se eu tinha um paquímetro, eu disse que sim senhor e plantei-lho nas mãos. Então ele iniciou a explicação de como se obtém a medida de uma peça em polegadas e em milímetros.
Ah... É assim.
Depois avançou mais um bocadinho e fez-me saber como se obtém a medida de uma polegada em milímetros e o contrário também. Juntámos as cabecinhas porque as escalas são minúsculas, eu até tive de segurar o paquímetro na mão e rodá-lo um pouco - assim como quando estamos a ver a temperatura num termómetro - para ver bem, que isto da visão já não é o que era. O senhor engenheiro não, reparei que não recorrera aos óculos. Bolas, o homem sabe mesmo aquilo de cor!
Então é assim, eu vou escrever para não esquecer: uma polegada são 2,54 cm ou, se quisermos, 25,4 mm.


Paquímetro, substantivo masculino:

Instrumento provido dum nónio e empregado para medir pequenas espessuras, também chamado compasso de espessura.


Fonte: priberam.pt

À saída

Um senhor saiu daquela arcada que há na avenida Guerra Junqueiro. Trazia no rosto uma expressão de surpresa e indecisão. Estacou e pôs-se a olhar para um lado e outro como que decidindo para que lado avançar, se para cima se para baixo.

Caro senhor:
Se optar pelo mais fácil, ou seja, se quiser descer, encontrará no final a Alameda Dom Afonso Henriques e um pouco depois o famoso (e antigo) Cinema Império. Aquele da iurd, esse mesmo, decerto já ouviu falar na gritaria que lá se faz e do que roubam às pessoas e assim.
Se pelo contrário, quiser fazer trabalhar o cardio e subir a avenida, também não vai mal. Lá ao cimo, na Praça de Londres, está um senhor que vende as melhores castanhas assadas de toda a Lisboa.

O senhor Blogspot

Não sei de que cabeça saíu a ideia de criar blogues, mas quem quer que seja daqui devoto o meu mais profundo agadecimento.

Eh pá... Que fixe terem criado o senhor Blogspot! É fantástico ter um blogue e escrever nele.

Necessidade ou outra coisa qualquer

Anda aí uma canção na Radio (e passa exaustivamente, diga-se) que diz que é uma e um quarto, estou só e preciso de ti... não estou confortável e estou bêbedo (e bêbeda, cantam no feminino também) e preciso de ti... eu preciso de ti...

Sinceramente... Estão bêbedos e cantam anunciando ao mundo das suas desgraças. E eu com problemas por ter merdas e isso no blogue...


Need You Now, Lady Antebellum

Picture perfect memories,
Scattered all around the floor
Reaching for the phone 'cause,
I can't fight it anymore
And I wonder if I ever cross your mind
For me it happens all the time

It's a quarter after one,
I'm all alone and I need you now
Said I wouldn't call
but I lost all control and I need you now
And I don't know how I can do without,
I just need you now

Another shot of whiskey,
can't stop looking at the door
Wishing you'd come sweeping
in the way you did before
And I wonder if I ever cross your mind
For me it happens all the time

It's a quarter after one,
I'm a little drunk,
And I need you now
Said I wouldn't call
but I lost all control and I need you now
And I don't know how I can do without,
I just need you now

oh ohhh...

Yes I'd rather hurt than feel nothing at all
It's a quarter after one,
I'm all alone and I need you now
And I said I wouldn't call
but I'm a little drunk and I need you now
And I don't know how I can do without,
I just need you now
I just need you now
Oh baby I need you now...


Fonte: http://www.vagalume.com.br

Uma fotografia por dia que bem iria... (133)

Algodonales (Espanha), 31 de Julho de 2010

Lisboa, 26 de Outubro de 2010

Ontem esteve um senhor a olhar para as minhas unhas dos pés com afinco e determinação. Ao sério, eu andava, um pé e outro, e o homem movia a cabeça ao ritmo do meu andar, os olhos naquela direcção, qual espectador de bancada num jogo de ténis dizendo que não com a cabeça mas com a mesma apontando para baixo.
O que é que eu havia de dizer?

Olhe, hoje é dia 26 de Outubro e é algo arrojado este vermelho beijo nas pontinhas dos pés, já sei, mas eu tenho uma aversão enorme a usar coisas que me tapem as extremidades do corpinho, de maneiras que assim que posso... destapo-me. Mas não desanime, não tardará a estar tanto frio, mas tanto frio que eu não me vou aguentar e deixarei de vez de mostrar o verniz lindíssimo com que enfeitei as unhas dos pés. Mas por agora... É que está um sol magnífico e eu sou do género de aproveitá-lo até ao último calorzinho.

Existir ou não existir

Há coisas que não deviam existir. As idas ao ginecologista é uma delas.
Idas... Ainda por cima escrevo no plural...

Spray

Vou passar a escrever seprei.
Seprei.
Fica bem.
Eu acho.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Velocidades

Sou uma lentidão de mãos que só visto e tenho um pensamento veloz como o sopro de um furacão.
É tanto assim que os dedos não dão vencimento ao que penso.

...

O que é que eu ia escrever?

...

Negócio da China

A avenida de Roma tem mais uma 'loja do chinês'. Enorme.

(Eu agora se fosse o Clóvis em vez de 'enorme' teria escrito: 'aquela merda é guerAnde cumó caraças!')

É para as senhoras chiques daqueles lados comprarem as roupinhas mais para o baratinho, coitadas. É para as senhoras chiques daqueles lados continuarem a sê-lo. Isto da globalização, da igualdade de direitos - acho que são estes os palavrões  (!) que devo usar - acaba numa mistura muito interessante.
Porque...
As senhoras chiques daqueles lados...
Isso, isso mesmo:
Continuarão a sê-lo.

Sua doidona...

Tenho que deixar de vir aqui, as coisas não são daquela cor.

Jeitos e trejeitos

Ela faz uns trejeitos grandes com a boca quando põe o café no manípulo. Inclina também muito a cabeça, dobra-se toda. É uma menina tão bonita, tão bonita. E faz trejeitos grandes. E não fica feia a fazê-los.

Humpf!

As pessoas não me deixam ler nem escrever. Interrompem-me sem pejo. Chateia-me à farta, isso.
As pessoas são desrespeitadores e egoístas. E creio que isso já se percebeu no parágrafo anterior.

Mal/Bem

‘Quem está mal que se mude’ só é dito pela pessoa que está bem. Quem está mal pensa em mudar mas não se mexe. Então é porque não está assim tão mal, dizem. Está pois, tem é cá uma preguiça de se mexer do sítio mau onde está…

Muda-te

Mudar de vida não devia ser só para cantar. Devia poder fazer-se mesmo. Digo devia porque ninguém pode mudar de vida.

Muda De Vida, António Variações


Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida, se há vida em ti a latejar

Ver-te sorrir eu nunca te vi
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será te ti ou pensas que tens... que ser assim

Ver-te sorrir eu nunca te vi
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será te ti ou pensas que tens... que ser assim

Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver
Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver

Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida, se a vida em ti a latejar

Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver
Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver

http://www.vagalume.com.br/antonio-variacoes/muda-de-vida.html#ixzz13VFgdItF

Uma fotografia por dia que bem iria... (132)

Lisboa, 26 de Outubro de 2010

Agora a sério e indo na sequência de ontem (post anterior): as minhas fotografias não espelham a minha perturbada e complexa mente, são quadradas e previsíveis, são até nuas, falta-lhes uma coisa que agora me estou aqui a lembrar se não será uma certa esperança.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Uma fotografia por dia que bem iria... (131)

Vila Franca do Rosário, 24 de Outubro de 2010
Hoje disseram-me que não gostam das minhas fotografias. Não é que não me espante, espanta-me pois. Mas aceito - ninguém tem que gostar das minhas imagens e cliques repentinos -, lido bem melhor com a sinceridade das pessoas.
Mas fiquei a pensar naquilo.

Em alentejano

Ginita, traz lá aí essa coisa à mãe!

Qual coisa?

Essa coisa aí!

Qual?!

Ó pá... A coisa que está aí em cima do coiso! Não vês?!

Ah...


Dizeres da minha mãe

Quando escrevo noto que vou frequentemente buscar expressões da minha mãe, noto que escrevo ao uso do Alentejo.
Queria escrever um texto em maneiras de se perceber alguns dizeres da minha mãe. Queria escrever um texto muito grande e levar tempo e tempo a escrever. Mas vou fazê-lo em menos de nada.

Primórdio

Vou buscar as expressões da minha mãe porque cresci, convivi e aprendi da vida com ela. Principalmente porque cresci com ela, com os seus dizeres e os seus costumes.
Quando escrevo, seja lá do assunto que for, rebusco na memória, procurando palavras para me exprimir e vou aos primórdios da minha existência. Escrevo assim sem qualquer propósito especial mas cada vez mais consciente do meu modo sulista de me exprimir.

Ao tempo já que era para ter escrito isto!

Roupa

Preâmbulo

Ah que calças tão giras!

(fui eu que fiz)

Muito giro, o teu casaco!

(fui eu que fiz)

Essa blusa é mesmo gira!

(fui eu que fiz)

Costuras

A mulher levantou-se pesadamente, havia terminado a leitura do jornal diário. Quando ela me deu as costas vi-lhe a racha da saia esgaçada. Isto acontece quando a saia é muito travada e o tecido é laço, o que era o caso. Envergava também um casaco de pele de bom corte e confecção cuidada, as costuras todas bem abertas; sem rufos, os bolsos em redondo bem pespontados; sem bicos, a gola e as bandas simetricamente confeccionadas; sem grossuras nos cantos. Assentava-lhe, não como uma luva, antes como um casaco deve assentar no corpo: justo e sem pregas de nenhuma espécie. Um casaco de pele, quando bem-feito, tem um cair leve apesar de o material ser bastante pesado. Fazer a roupa impecavelmente é uma arte.
Ficou-me isto dos tempos em que era costureira, o fácil reconhecimento das roupas de qualidade, ou então sem a mesma. Ainda sei ver estas coisas, as agulhas, linhas, botões e afins andam aqui dentro aos rebolões e aparecem mais amiúde do que a mim própria me parece. Adoro trapos.

Andar em 25 de Outubro de 2010

Andam a enfeitar as ruas de Lisboa com motivos de Natal porque não as querem ver despidas.
Ando de sandálias e t-shirt porque não quero cobrir-me.

Percebeste?

Se não percebeste finge que percebeste que é para aqueles que não perceberam perceberem que tu percebeste.

Quero perceber tudo. Não percebo nada. Detesto fingir que percebi.

Paradoxo

Não trabalho sossegadamente; sou interrompida pelos clientes que me querem pôr a trabalhar.

Montra

Um senhor observava a montra interessadamente. Podia ouvir-lhe os pensamentos, ouvi-os porque eram meus:

Olha uma drogaria... Já quase não se vê disto, está tudo a acabar! E esta ainda resiste, lá se vai aguentando.

Por acaso sou um bocado resistente, sou. Tenho cá uma força!

O cambaleante

Desde há uns meses a esta parte, por volta das dezoito e trinta, há um cavalheiro ébrio e algo cambaleante que entra na loja só para deixar as boas tardes e ao depois despede-se logo até amanhã.
E é só.
Não custa nada responder...

domingo, 24 de outubro de 2010

Tempos idos


Por qualquer motivo lembrei-me do senhor Horácio que era o merceeiro lá do sítio. Talvez me tenha lembrado porque comecei a compará-lo ao jovem e sisudo caixa de supermercado que estava a passar as compras naquela máquina que faz bip! bip!.
De repente comecei a rir. O Luís, espantado, perguntou do que ria eu.
- Lembras-te do senhor Horácio? - Perguntei eu apontando o queixo na direcção do rapaz da caixa.
- Lembro - Diz ele.
- Não tem nada a ver...

Compras a 4

Somos quatro. Cada um de nós tem uma camisola nova.

Parecença


Pareço a minha mãe. Olho para esta fotografia e vejo a minha mãe.
Não fico triste ou aborrecida. A minha mãe não tem deficiência nenhuma para que não deseje ser igual a ela. É só por dizer que é esquisito ver a minha mãe, eu queria ver-me a mim. Sou eu que estou ali, se vejo a minha mãe parece que desapareço, que não tenho valor, não sou importante, não tenho individualidade, não existo, não sou eu. É esquisito.

Se

Ele:

E se eu fizesse uma cebola frita e depois pusesse massinhas cozidas e fatias de queija por cima?

Ela:

Era massinhas em cama de cebola e cobertor de queijo.

Ainda o jogo

Vila Franca do Rosário, 24 de Outubro de 2010

A assistência dizia amiúde: fosga-se! Quando é assim é porque metem uma osga no meio... E nem lhe devem perguntar se quer, coitada.

Uma fotografia por dia que bem iria... (130)

Vila Franca do Rosário, 24 de Outubro de 2010


Começou a época de futebol cá da gente simples. E começou com um empate: Vila Franca do Rosário - 2, Pinheiro de Loures - 2.
O quarto golo da jornada foi uma assistência do rico filho muito bem-feita, segundo os entendidos na matéria. 

O animal

Esta é a tartaruga da rica filha. De vez em quando lembro-me que nunca falei aqui desta bichinha. Existem vários motivos para tal, creio. Não tenho grande ligação com ela porque não sou capaz de lhe mexer, é tão ruim que quando a estão a tratar está sempre pronta a morder, a água nunca tem um aspecto limpo e causa-me algum embaraço mostrar uma espécie de lago... acastanhado, vá.
Ontem pus-me a olhar para ela, voltei a lembrar-me que nunca aqui lhe fiz referência e fui tirar-lhe fotografias. Apresento uma delas mas em ponto pequeno exactamente por causa do embaraço.
Por coincidência, ou então não, dei com um texto do rico filho escrito em Abril de 2004, tinha ele 9 anos e andava ainda no quarto ano da primária. Pedi-lhe autorização para o transcrever para aqui, que eu sou uma mãe muito educada, ele disse que sim e lá vai, então:


Inventa um diálogo entre ti e o que tu quiseres:

Tuga, a tartaruga da minha irmã

Era uma vez uma tartaruga que se chamava Tuga (que é a tartaruga da minha irmã).
Ela vivia num aquário com outra tartaruga (Kirine, que só levava dentadas da Tuga).
Um dia quando estava sozinho em casa ouvi a Kirine gemer. Fui ter com a Tuga, e disse:
- Porque é que mordes a Kirine?
- Porque não gosto dos camarões que o teu pai e a tua irmã me dão! - Respondeu-me ela.
- Então bastava dizeres! – Disse-lhe.
- Pois, mas queria mordê-la porque ela me provoca…
- Nunca tinha falado contigo! Nem com a Kirine e os meus pais não vão acreditar que não gostas de camarões. Sabes tu és enorme!
De repente ouvi a minha irmã a dizer "André acorda, adormeceste no sofá! Olha que eu faço-te cócegas! Vá lá, André!"

Fim!

Conhecimento

Não conheço nada como a palma da minha mão. Só se for a palma da minha mão. E mesmo a palma da minha mão não posso dizer que a conheça como sendo minha.

Em parte


Esta é uma pequena parte da minha cara mais uma grande parte do penteado de desenho animado com que sou presenteada em certas ocasiões da minha vida. Tudo isso em modo fotocópia. Eu acho que fico bem em fotocópia. Tem qualquer coisa de irreal que me é aprazível.

Ocupada

Ontem estive imensamente ocupada a fazer coisas. Todo, todo o dia.

(Se alguém usar de muita atenção à frase anterior vai achar que não estou bem da cabeça... Quem é que não passa todo o dia a fazer coisas?!)

É melhor especificar, ou dizer qualquer coisita, vá, a ver se se entende: acordei aqui em casa mas deitei-me noutra diferente. Há três divisões da minha casa que estão irreconhecíveis.
Irreconhecíveis, não. Ou seja: estavam irreconhecíveis ontem, hoje a malta que cá vive já se habituou e já as reconhece muito bem. O ser humano é tão, mas tão adaptável...

Leite creme de claras


  • 300 gramas de açúcar
  • 60 gramas de farinha de trigo
  • 6 claras
  • 1 litro de leite quente
  • 1 casca de limão
  • açúcar para polvilhar

Num tachinho misture o açúcar com a farinha, junte as claras e mexa muito bem.

Adicione depois o leite com a casca de limão, aos poucos e mexendo sempre; leve ao lume brando, sem parar de mexer com uma colher de pau até borbulhar e retire.

Deite numa travessa ou em pratinhos e deixe arrefecer. Polvilhe depois com açúcar e queime com ferro quente.

sábado, 23 de outubro de 2010

Uma fotografia por dia que bem iria... (129)

Las Chapas (Espanha), 29 de Julho de 2010

Retirei a imagem do cabeçalho do blogue, gosto de mudar. Assim à partida acho que quis mudar porque já não é Verão e esta é uma fotografia que lembra o Verão, as férias, o lazer e afins. Tudo isso passou, não faz sentido uma imagem desligada do tempo em que vivo agora.
A paisagem é a que eu via do apartamento onde fiquei instalada este ano. Não foi a primeira vez que esta paisagem me deslumbrou, já conheço o sítio há alguns anos, mas foi a primeira vez que a fotografei.
A fotografia não está no estado original, eu modifiquei-a. Pu-la mais baixinha e alterei-lhe a cor para esta assim turquesa nas águas mediterrânicas, verde vívido nas árvores e um branco luminoso naquela espécie de castelo. Ficou bem. É uma fotografia muito bonita no original também.
Queria ainda falar da espécie de castelo: passando lá ao pé não tem nem metade da imponência ou da graça que tem visto de longe. Se não tenho calcorreado algumas ruas à procura para o ver de perto era bem capaz de não lhe ver o rasto, passa despercebido. Visto de longe parece uma jóia singular.
E é assim. Férias... Para o no há mais.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

18:48

Acordei com uma pata de cavalo em cima do peito. Difícil respirar... A voz saía mas em tossidelas expelidas com muita vontade, rosetas nas faces e uma fraqueza invulgar. Pronto, está bem, vá, eu fico em casa a ver se me livro de ti, gripe dum caneco, que me andas a moer o juízo há dois dias!
E fiquei. De manhã deambulei pela casa, digamos que não fiz a ponta dum corno, mas depois das belas drogas que tomei fazerem efeito estou quase boa. Só falta o quase!
De tarde fiz umas porcariazitas a que vulgarmente denominamos lides caseiras e um bolo. Já começa a ser corriqueiro, isto de bolos... É o 'pão de deus', o nome do dito. Espero que esteja bom, é que ainda não provei.
Resta dizer que agora estou aqui a escrever as coisas do costume e a esperar ardentemente qualquer coisa mas não sei bem o quê. O ardor agora não é da febre, é preciso que se note.
Será companhia o que eu espero? É que estive praticamente todo o dia sozinha. Deve ser companhia o que me apetece agora.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Que canseira...

Ultimamente tenho marimbado para a ideia de que devo estar a maçar os leitores, sei que tenho sido repetitiva nos temas que apresento, bem como narcisista por demais. Não vou pedir que me desculpem, tenho um enorme prazer em escrever o que bem me apetece, sei que o leitor é o gajo mais preguiçoso que existe e, portanto, sei de sobra que só lê quem quer.
Ora acontece que canso-me a mim própria. Que horror, que tédio! Que apresentações mais cansativas! Bolas! O que é que eu ando aqui a fazer? Escrever? Isto é escrever?! Bah!
Neste momento eu não conseguiria ler e ler e ler este blogue. Garantidamente. Mas os leitores não se deixem influenciar por esta minha ideia, sim? Agradecida.

Diz lá

Sei que ninguém liga ao que eu digo. Eu escrevi 'ao que eu digo', note-se. Não adianta virem desmentir: 'vê lá e tal que não é bem assim, olha para o lado e verás que te rodeam pessoas que te amam e te admiram, pessoas que falam contigo, que te acarinham e te querem um bem incomensurável'.  
Eu sei que as pessoas não ligam ao que eu digo. E pronto, eu é que sei.
É por isso que posso muito bem ir na rua, ouvir alguém arrotar alto e eu responder 'mete óleo, querido'. 
É por isso que eu posso dizer a algum motorista foribundo por eu o ter feito parar na passadeira: 'aguenta aí os cavais, filho dum cabrão'. (sim... aqui eu sei que dificilmente me ouviriam de dentro de um carro com o motor ligado, mas sabe-se, creio, que muitas vezes uma expressão de rosto revela bastante, certo?) 
É por isso que eu posso dizer ao caixa de supermercado que me pergunta gentilmente se quero um saco para pôr os congelados: 'quero sim, obrigada, são melhores para pôr o lixo'.
É por isso que posso ouvir uma mãe irritada dizer a um filho pequeno: ' tu queres levar?' eu dizer sem que a conversa seja comigo: ' hum, não me parece...'
Não ouvem, não. Não ouvem nada.
E há mais, muito mais, eu agora é que não me lembro.

No Fórum

Eu quero agora pedir aos senhores que fazem sítios na internet e assim, que façam um fórum onde a gente possa discutir acontecimentos em série e em simultâneo. Tipo assim como acabar o rolo do terminal POS e o toner da impressora no mesmo minuto. Será que já a alguém aconteceu semelhante desgraça?

O próximo

As afinidades aproximam as pessoas. É fundamental para o bem estar geral que as pessoas lidem com outras que tenham os mesmos interesses e actividades.
Um dia disseram-me que sou muito especial, que não há ninguém como eu. Foi bom, gostei de ouvir, fez-me sentir única.
Pensei, claro que pensei, logo a seguir, que pena não haver ninguém como eu... Se calhar, em havendo, o mundo acabava ou assim, por não aguentar outra tão descabida como eu.
Este estado de solidão que me caracteriza afasta-me das pessoas, dificilmente encontrarei alguém com os mesmos interesses.

Car

Há dois tipos de pessoas. As que pensam que pinocar é um stand de automóveis... E as outras.

Marcadores

Continuo diversa em marcadores de livro:

  • Duplicados de depósito bancário
  • Facturas de clientes
  • Um texto da rica filha
  • Um saquinho de pano

De certeza que não querem enviar-me as vossas ideias para marcadores de livro? Já sabem, enviar para o endereço tal e tal... (ver aqui)

Ralhete

Gina Maria, tu nunca mais digas que vinte e cinco milímetros é igual a uma polegada, ouviste? Senão o homem ralha.Tu vê lá...

...

...

Raios... Já não me lembro qual é a diferença que exite entre esses dois valores.
Vou perguntar...

...

Não me sabem dizer.

Olha, fechar a boca...

Fecho muitas vezes a boca, evito dizer muitas coisas, sou mais como que apagadinha e timidazinha, não dou opiniões sem que as mesmas sejam solicitadas. E mesmo assim, mesmo assim, digo tantas parvidades!
Aqui então... é um vê se te avias!
Aqui pode-se escrever e ainda por cima receber atenção.
Aqui há uma liberdade que não se encontra em mais parte nenhuma.
Aqui as pessoas não são iguais aos habitantes do planeta Terra.

Comentário anónimo

Recebo muitos. Daqueles que querem é infectar o meu computador. Spam, chamam-lhes. Há dias recebi um a dizer-me que eu estava a fazer um bom trabalho, usando uma série de frases curtas e objectivas e depois agradecia efusivamente pelo imenso bem que eu proporcionara a este caro anónimo da cunha e silva de albuquerque.
Fiquei boquiaberta com os elogios e depois sorri. Fechei a boca, portanto.

Um corpo estranho

Introduzir pasta de dentes dentro do olho não é lá grande coisa. Primeiro não se consegue abrir o olho. Depois, quando se consegue espreitar qualquer coisita, cega-se por momentos. E, para acabar, arde imenso até desaparecer o efeito.
Enfim, não voltarei a repetir a experiência. Quer dizer, a ver se me lembro.

Uma fotografia por dia que bem iria... (128)

Lisboa - Alameda Dom Afonso Henriques, 21 de Outubro de 2010

Olhei ao longe e pensei, eh pá isto deve dar uma fotografia e pêras. E deu. Está um bocadinho torta mas as cores estão espectaculares. O sol de fim de tarde dava em chapa nas paredes do hotel e cá atrás, mais perto de onde eu estava, as árvores faziam uma sombra já tardia, como se a noite ali estivesse já avançada.

Olha só com o que eu fui dar...

Lista

Este ano perdi a vergonha e deixo aqui a minha lista de afazeres durante as férias:
  • Limpar e organizar a cristaleira
  • Lavar as janelas
  • Limpar os roupeiros
  • Organizar as fotografias de papel (continuação do trabalho começado o ano passado)
  • Guardar o blogue em documentos no computador (continuação do trabalho começado há uns dois anos)
  • Catalogar as receitas que andam espalhadas pelos dossiês (continuação do trabalho começado o ano passado)

Fui dar com isto perdido em documentos de computador. É de Julho, antes das minhas férias.
Resta dizer se a lista de tarefas foi realmente executada. Pois bem... foram apenas duas tarefas executadas. Quais? Hum...

Las Chapas (Espanha), 29 de Julho de 2010

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Uma fotografia por dia que bem iria... (127)

Lisboa - Rua Cândido Guerreiro, 20 de Outubro de 2010

Sentei-me ali e vi que a paisagem era muito agradável pelos tons quentes. O sol também era muito, talvez viesse daí o calor. Tirei várias fotografias. Estão todas bonitas e o caso não é para menos, como já referi a paisagem era fantástica. Mas não fantasiosa... Era real.
Escolhi esta fotografia para hoje porque foi a que me deu mais prazer tirar. Porque espetei a lente da máquina para cima e fiz clique. Só.

Escrito a quente

Hoje passei o dia entre espirros, tosses parvas, pingos, fungadelas, dores e picadas de diferentes intensidades pelo corpinho todo, arrepios e rubores exagerados. E escrevi umas coisas, poucas é o que vale, e depois guardei na minha pen do coração, amiga do peito, que me traíu. Pifou. Desmanchou-se o que eu tinha escrito. Foi para o espaço. Desapareceu. Era poucochinho o que tinha escrito, que eu hoje estou doente. Mas se não estou doente para faltar ao trabalho... Também não estou doente fazer todas as coisas dos meus costumes.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Olá!

Atouguia da Baleia, 12 de Setembro de 2010

Hoje venho aqui só para dizer olá e deixar uma fotografia bonita.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Ler e opinar

É difícil lidar com a ideia de que as pessoas que me conhecem lêem o blogue. É engraçado e estranho, prazenteiro e desmotivador.
As pessoas dizem-me:
'Ah muito bem, não sabia que tinhas um blogue.'
'Está giro.'
'Tens jeitinho.'
As pessoas não dizem mais nada para além disto porque o confronto directo exige rapidez de resposta e ninguém usa frases dotadas neste caso.
Se não me conhecerem, se as pessoas só me vêem virtualmente, dizem-me que sou espontânea e desempoeirada, com um humor cáustico e refinado.
As pessoas são assim. É difícil falar, mais do que escrever. A escrever a gente tem tempo de pensar e diz tudo. Sei como é, eu também escrevo.

...

Finjo bem p'ra caraças! Tenho uma vontade imensa de morrer, se pensar bem já só me contentava com o fugir muito rapidamente para não mais voltar, e sou extremamente simpática enquanto explico a um senhor onde fica uma rua onde ele quer chegar e não sabe como. Em simultâneo.
Parece que ando a tirar um curso de hipocrisia. O aproveitamento tem sido de baixo nível mas hei-de concluí-lo. Hei-de concluir este curso com sucesso.

Uma fotografia por dia que bem iria... (126)

Lisboa, 18 de Outubro de 2010

Não há muito a dizer. Alguém se lembrou de espetar penas - de pombo, será? - num vaso que contém cactos e outras plantas. É a criatividade no seu melhor.

Outra vez

Numa rua lisboeta há um portão largo que nunca vi fechado. Um dia, numa das primeiras vezes que passei por lá, li pintado no muro em grandes letras: Rezervado ao Propriatario.
O erro de ortografia saltou-me à vista e fiz num repente um trocadilho mentalmente, daqueles à minha moda. Para minha grande tristeza e por mais voltas que dê ao miolo não voltei a lembrar-me da gracinha. Então à semelhança do post anterior, discorri o seguinte:

Em alguém tendo uma ideia de trocadilho usando aquele aviso mal escrito diga qualquer coisinha, está bem?

Aceitam-se sugestões

Os meus marcadores de livro são diversos e andam ao sabor dos meus dias.

Receitas médicas;
Recibos;
Cheques;
Rascunhos de posts.

Em alguém querendo ofertar-me um marcador aceito sugestões se enviadas em formato digital para o endereço electrónico que consta no meu perfil. Se me agradarem tratarei de imprimir. E usar, claro está. Agradecida desde já. Mas mandem mesmo.

Top secret

Estive todo o dia dominada por um desejo secreto, o de ninguém perceber que eu tinha as calças rotas num sítio invisível. Preocupação desnecessária, esta. O sítio era invisível.

Outra vez o narciso

Tenho uma unha no dedo do pé - direito, convém dizer - com uma espécie de escavação debaixo dela. Se eu quiser enfio ali uma agulha, um pau fininho, um pedaço de arame. Coisas assim, tubulares e de pequenas dimensões.
E acho que isto são tudo coisas que é importante saber-se.

Em tom cinza

Uma mulher com uma farta cabeleira mesclada de branco e preto tem a cor cinza na cabeça. Assim sendo não devia andar de casaco castanho, fica tão mal...

Hum...

Estou para aqui a pensar em quão requisitado é o tal do narciso... Toda a gente tem um e usa-lo a toda a hora e a todo o instante. O meu há-de estar extenuado com tanta vez que o chamo até mim.

Futuro

Ainda um dia vou escrever um texto na terceira pessoa do singular. A ver se deixo o narciso em paz.

Valor monetário

Foi grande a volta que uma nota de duzentos euros deu ali num espaço de meia hora. É um bocado de papel amarelado e assustador, até parece amarelo-fogo, ninguém queria a coitada. Ui que medo!...
Se eu fosse uma nota queria ser das de vinte. Não valem muito mas dá-se-lhes importância, guardam-se na carteira e nos cofres com carinho, faz-se de tudo para não as trocar... por miúdos.

Narcisismo

Eu, eu e eu. Antes de mais sou eu.

O blogue, diz que sim

Diz que está muito bem, que está giro. Não me serve, é poucochinho. Eu queria que fosse arrebatador. Não me esforço nesse sentido, bem vistas as coisas. Não me esforço para deslumbrar os leitores, não ficam com falta de ar quando cá não vêm 'ver-me'. O meu maior esforço enquanto escrevente é o de ser verdadeira no que escrevo e no momento em que escrevo. E é só.
Mas não estou satisfeita, eu queria deslumbrar, fazer falta, provocar saudades difíceis de suportar. Eu... deslumbrar... deixa-me rir.
Este não é um mau desejo, antes ao contrário. Se eu me contentasse com o que tenho o poucochinho era eu.

Vou escrever duma coisa inédita neste blogue:

Adoro andar de óculos escuros na rua em alturas de sol - impiedoso no pino do Verão ou reconfortante por estas alturas de Outono - e detesto conversar com alguém que tenha os óculos escuros postos na cara. É uma relação amor-ódio. Gosto de ver o espelho da alma das pessoas. Sou tímida mas gosto do contacto visual.

Irremediavelmente

É incrível o tempo que me fazem perder com a simples questão da cor das pastilhas para pôr no urinol. Se são brancas ou cor-de-rosa.
E também, estou agora a lembrar-me, a simples questão da cor do encaixe da esfregona - tinha de ser azul para condizer com o balde.

domingo, 17 de outubro de 2010

Uma fotografia por dia que bem iria... (125)

Loures, 17 de Outubro de 2010

O meu Domingo foi muito florido.

Paredes da casa

Desenhar flores nas paredes a rosa com o olhinho a azul...

Eu cozinho, tu cozinhas

Uma vizinha queixou-se de ontem ter passado todo o dia de roda dos tachos. Que até fez um bolo. Que devia estar maluca, até fez um bolo. Queixou-se.
E eu? E eu que fiz uma carrada de coisas doces ontem? Será que eu estava a jogar com o baralho todo? Será que eu tenho os cinco bem medidos?
Senti-me uma coisa inexistente.

Língua


Os ricos filhos falam numa língua estranha:

Mãe: - Então gostam das flores que eu colei no roupeiro?

Rico filho: - Whatever...

Rica filha: - Weird...

sábado, 16 de outubro de 2010

Ao Sábado

A fotgrafia não prima pela qualidade e está longe de fazer jus ao paladar dos doces apresentados.

Este Sábado foi igual ao anterior. Fiz bolos e doces:

Delícia de Maçã e Chocolate, Doce de Bolacha Maria, Musse de Chocolate, Cheesecake de ameixa…

Estou a escrever com a boca doce e a t-shirt manchada de chocolate, doce de ameixa e mel. E estou feliz. Apenas acho que no próximo Sábado não vou poder portar-me da mesma maneira… Sempre tenho outros interesses.
Interesses, é bom chamar-lhes interesses.

Números e Letras

Inclino mais para letras que para números. Apesar de a minha relação com números não ser apenas profissional, porque sou capaz de algumas proezas com números:

A rica filha tem 19 anos, o rico filho tem 16. Têm, portanto, 3 anos de diferença… Ah, isto não serve.

Nasci em 1968, em 1986 fiz 18 anos… Não, também não é grande proeza.

A minha mãe tinha 35 anos quando eu nasci, o meu pai tinha 36 e estávamos em 1968…

Hum… hoje não conseguirei proeza nenhuma em números, seguramente. Nem em palavras, possivelmente. Mas vou deixar um poema que recebi por mail – no qual não consta autor - acerca de matemática que considero assaz interessante.

Um Quociente apaixonou-se
Um dia
Doidamente
Por uma Incógnita.

Olhou-a com seu olhar inumerável
E viu-a, do Ápice à Base...
Uma Figura Ímpar;
Olhos rombóides, boca trapezóide,
Corpo ortogonal, seios esferóides.

Fez da sua
Uma vida
Paralela à dela.
Até que se encontraram
No Infinito.

"Quem és tu?" indagou ele
Com ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode chamar-me Hipotenusa."

E de falarem descobriram que eram
O que, em aritmética, corresponde
A alma irmãs
Primos-entre-si.

E assim se amaram
Ao quadrado da velocidade da luz.
Numa sexta potenciação
Traçando
Ao sabor do momento
E da paixão
Rectas, curvas, círculos e linhas sinusoidais.

Escandalizaram os ortodoxos
das fórmulas euclidianas
E os exegetas do Universo Finito.

Romperam convenções newtonianas
e pitagóricas.
E, enfim, resolveram casar-se.
Constituir um lar.
Mais que um lar.
Uma Perpendicular.

Convidaram para padrinhos
O Poliedro e a Bissectriz.
E fizeram planos, equações e
diagramas para o futuro
Sonhando com uma felicidade
Integral
E diferencial.

E casaram-se e tiveram
uma secante e três cones
Muito engraçadinhos.
E foram felizes
Até àquele dia
Em que tudo, afinal,
se torna monotonia.

Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum...
Frequentador de Círculos Concêntricos.
Viciosos.

Ofereceu, a ela,
Uma Grandeza Absoluta,
E reduziu-a a um Denominador Comum.

Ele, Quociente, percebeu
Que com ela não formava mais Um Todo.
Uma Unidade.
Era o Triângulo,
chamado amoroso.
E desse problema ela era a fracção
Mais ordinária.

Mas foi então, que Einstein descobriu a Relatividade.
E tudo que era espúrio passou a ser Moralidade
Como aliás, em qualquer Sociedade.

Verde Água

Já não tenho a pretensão de escrever um livro. Há uns anos, quando iniciei a actividade de bloguer, queria muito inventar uma história e escrevê-la, achava que precisava apenas deixar passar uns anos para amadurecer a minha personalidade e experienciar uma série de coisas de modo a obter mais conhecimento. Com a minha muito simples escrita de bloguer percebi rapidamente que não se escreve acerca daquilo que se desconhece, pode inventar-se mas... mesmo inventando estamos a fazer uma aprendizagem, buscando saber e conhecimento, e eu queria aprender muito mais da vida antes de me lançar à feitura de um livro.
Hoje sei que não sou capaz de escrever um livro como inicialmente previra, entretanto comecei a habituar-me a este modo que uso para escrever, sou uma contadora de histórias, pensamentos pessoais e assuntos superficiais. E, de certa maneira, o meu blogue é como um livro. Agarrei-me a esta ideia. Este é o meu livro.
Mas tenho um sonho: o de ver o meu 'livro' publicado em suporte de papel. Uma coisa palpável, para eu mexer e folhear e cheirar também. Um livro de papel para pôr nas prateleiras - depois de lido... - das casas dos leitores, amarelecendo com o tempo, esquecido no meio de outros iguais. Apanhando pó e teias de aranha. E depois... ser lembrado e relido, tal e qual como acontece a todos os livros. Quero que o meu livro seja excepcional, só porque é meu, e de certo modo quero-o igual aos outros.
Pela internet já dei de caras com alguns sítios onde imprimem e promovem a publicação de livros, independentemente da qualidade literária dos mesmos. Isso significa que está ao meu alcance ver e ter o meu livro. É uma óptima ideia! Bastar-me-ia pesquisar e escolher o que queria publicar, mandar fazer e esperar para ver feito. E folhear. E ler, claro.
Tenho visto muitos livros expostos em livrarias de nome que são - ou eram - blogues. É sem modéstia que digo não me sentir menos escrevente que a maioria dos autores desses livros, a escrita deles não é melhor que a minha. É bem possível que tenham tido o mesmo sonho que eu e foram mais longe: já o concretizaram.
Mas eu tenho um problema: tenho uma personalidade evasiva, tenho medo das críticas, então não me dou importância nenhuma. Isso é notório em praticamente toda a extensão do meu blogue... Dificilmente prendo a atenção a alguém porque não sei promover-me. As pessoas abririam as páginas do meu livro e leriam textos auto-destrutivos, queixas e opiniões, todos expostos em modo lacónico e subtil para não magoar ninguém.
E depois não restava mais nada. As pessoas não ficavam, eu sei que não.
Mas eu hei-de publicar este livro...

Uma fotografia por dia que bem iria... (124)

Lisboa, 15 de Julho de 2010
Um dia... há já tanto tempo, escrevi assim:


O livro 'Guia dos Parques, Jardins e Geomonumentos de Lisboa' é bom e interessante, vi-o todo de uma ponta à outra e li-o em parte. Mas tem um senão, um dos jardins que eu conheço muito bem e onde vou muitas vezes passear e que consta no livro é o Jardim Fernando Pessa, que fica por trás da Avenida de Roma e da Avenida João XXI. Por erro de alguém o livro diz ser o Jardim Fernando Pessoa... Mas não é. É Jardim Fernando Pessa e pronto!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Diferenças entre desiguais

Acho muito bem que as pessoas diminuídas fisicamente tenham certos comodismos e regalias. Acho mesmo. Afinal não somos todos iguais, há pessoas que têm as suas dificuldades principalmente ao nível da locomoção. Mas há sempre o reverso da medalha, exagerando obtém-se sempre o oposto. É como fazermos um bolo e pôr açúcar em demasia, o que acontece é que fica amargo...
Numa das minhas viagens semanais em transportes públicos, foi com desagrado que vi uma senhora idosa e dizendo-se doente ser arrogante para com uma jovem que estava sentada nos bancos que dão primazia aos deficientes e velhos de bengala. É tão incorrecta e despropositada a arrogância desta senhora como o eventual egoísmo da jovem. Digo eventual porque não se lhe viu nenhum desprezo no olhar. Já na senhora presumivelmente doente o desprezo era bem visível no seu olhar, bem como nos gestos.

E se de repente um desconhecido lhe oferecer...?

Este post é para agradecer a um cavalheiro simpatiquíssimo que me ofereceu um café. Já passaram dois dias mas ainda vai a tempo, este agradecimento.
Eu estava na fila atrás de um senhor anafado e bem-disposto que distribuía - generosamente, diga-se - cafés pelos seus acompanhantes e que já havia pago previamente. Quando ele percebeu que um dos amigos recusava peremptoriamente a oferta, olha... virou-se para mim e perguntou se eu ia beber café. Respondi que sim já antevendo a cena e não me enganei na minha previsão, queria oferecer-me o cafezinho que era para o amigo. Não me fiz de esquisita, seria demasiado falsa se tenho feito papel de 'para mim?... ah deixe estar e tal e coiso'. Aceitei e agradeci educadamente, não sem me sentir toda eu corar.
Então é assim:

Ao gentil cavalheiro que estava na Livraria Barata (Lisboa) há dois dias e que me ofereceu um café... Obrigadinha, pá! Sem rubor, agora...

Nota: é talvez demasiado esperar que o homem leia este post mas lá que era giro, era.

Namoro

Diz ele assim:
- Lembras-te daquela vez que eu ia contigo até ao trabalho e tinha as calças do pijama a sair por baixo das calças?

Lembrava-me, claro. Depois ri a bom rir. Ai se eu ri! E ele ria comigo. Foi numa vez em que éramos namorados e ele ia romanticamente comigo até ao trabalho cheio de cuidados com a pombinha. Como estava frio ele havia deixado as calças do pijama por baixo .

Digo eu assim:
- Ó Luís posso fazer um post disso?
- Podes. - Encolhe os ombros.

Está feito.

Bolo de Manteiga


Afinal o outro Bolo de Manteiga sempre valeu a pena. Eis a receita:

Ligue o forno a 180º e barre uma forma com margarina.
Numa tigela bata 200 gr de margarina e 200 gr açúcar até ficar uma mistura lisa.
Junte 4 ovos um a um batendo sempre.
Adicione depois a raspa de 1 laranja, 200 gr de farinha, e 1 colher de chá de fermento em pó e bata tudo muito bem.
Verta a mistura para a forma e leve ao forno durante 40 minutos.
Verifique a cozedura com um palito, retire, desenforme e deixe arrefecer.

Prepare a cobertura: bata 250 gr de manteiga amolecida até duplicar de volume e junte-lhe 1 lata de leite condensado em fio, batendo sempre até ficar um creme liso.

Cubra todo o bolo com o creme. Decore com 100 gr de miolo de amêndoa laminada.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O sonho

Sabes quando tu tens um sonho, um sonho de difícil concretização, assim como quando queres muito uma coisa... e depois isso acontece?, ouvi já nem sei muito bem onde.
Não, respondi eu alto muito embora a conversa não fosse comigo. Quem estava ao meu lado ficou curioso:
- Qual é o teu sonho?
Não precisei mais do que três segundos para responder, apresentei não um mas dois sonhos:
- Trabalhar numa livraria. Ir a Nova Iorque.

Estatísticas

O senhor Blogspot agora tem estatísticas para a gente cuscar a ver quem anda aqui. E a fazer o quê. Dá para perceber quem nos clica nas fotografias e eventualmente nos copia os textos. Não tenho a certeza da fiabilidade dos factos registados pelo senhor Blogspot, mas gosto de ir lá ver como param as modas.
A página que mais vezes é buscada pelo Google é a deste post. Trata-se de um texto escrito em francês pela rica filha já lá vão quase três anos. Na altura não usei de originalidade e chamei ao post muito simplesmente 'Texto em francês'. E, ao que parece, as pessoas que navegam nas ondas da internete precisam de textos em francês como o caraças! Bolas, é às quinze e às vintes buscas diárias! Os meus posts são também rebuscados através de frases e palavras interessantes: 'pila de homem' e 'putas'...
Por outro lado estão registadas coisas agradáveis, e eu folgo que assim seja, a Dona- Redonda e o Manuel acedem ao meu blogue umas duas ou três vezes por semana. Daqui agradeço aos dois, é sempre bom verificar que há quem cá venha 'ver-me'. Obrigada e obrigada!
Há ainda outros, os que me provocam uns arrepiozinhos de espinha devido à enorme curiosidade de saber quem realmente lê, ou então não... quem gosta, ou quem desdenha... em silêncio. Há alguém (ou será mais que um?) que acede praticamente todos os dias através das palavras: 'blog verde agua'. É seguramente alguém que sabe que um blogue chamado Verde Água existe...

Indumentária

Eu hoje subi a avenida indubitavelmente bem vestida, toda eu era graça e encanto, direi mesmo: esplendor. Não ponho aqui uma fotografia da minha pessoa ao estilo: 'Uma fotografia por dia que bem iria...(?)' porque choveriam na minha caixa de comentários frases e poemas estrondosamente elogiosos e depois eu não me aguentava com tanta atenção. Há que ver que eu sou uma mulher pacata e recatada, não cabe em mim nenhum tipo de idolatria.
Mas ia eu dizendo, as pessoas que se me chegavam ao pé (principalmente aqueles cavalheiros dos papelinhos publicitários) eram tantas que já decidi, vou fazer um cartaz com letras garrafais dizendo o seguinte:

EH PÁ, TIRA-ME A MERDA DO PAPEL DA FRENTE, OK?!

Já está. Acabei com o encanto e o esplendor em menos de nada.

Chamar o gregório na rua

Levantei-me da cadeira à pressa porque fiquei de repente muito mal disposta. A cor tinha-se-me esvaído das faces, senti-me esfriar por dentro e por fora, toda eu tremia e a boca enchia-se-me de saliva. Um suplício...

'Ai que eu vou vomitar... ai que vai tudo fora... no meio dos carros, que horror... logo aqui na minha rua... à minha porta... ai... ai que é agora...'

... é mentira. Aquilo foi sol de pouca dura. A verdade deste post está apenas no primeiro parágrafo. Cinco minutos depois do início daquele tormento estava boa.

...

Tenho um médico que me pergunta carinhosamente se quero que ele me tape. Não é o máximo?

Amargar

Um cliente mostrava-se muito aborrecido com o preço. Os gestos eram tão descontrolados que até deixou cair os óculos. Baixou-se rapidamente e apanhou-os, aborrecido e descontente.
O balcão não tem só a sabedoria dos velhinhos e a pureza dos jovens. O balcão tem coisas amargas. Como a vida.

Ai o amorrrr...

Las Chapas Espanha), 30 de Julho de 2010

Vi há tempos um título num livro que dizia qualquer coisa deste género: 'Como mudar o seu marido até sexta-feira'.
Fiquei felicíssima! Aquilo não tem nada a ver comigo. Eu não quero nem preciso mudar o meu marido; não tenho essa vontade ou sequer acho que precise.
Aquele é um livro para mulheres infelizes ou sem inteligência, que acreditam em histórias fantásticas e em regras miraculosas, que esperam com fervor transformar um sapo num príncipe encantado.
Isso não existe, queridas. Deixai-vos de massas castanhas, não percais tempo... Os príncipes, e principalmente o seu encanto, são como um sol radioso em Janeiro, brilha intensamente mas é um ai enquanto se nos escapa.

Mas agora a sério: mudar o quê e para quê?! Oh como sou feliz!