quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

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Durante este dia, e à semelhança de anos anteriores, ouvi e disse para lá de uma dezena de vezes as frases: 'Bom Ano!' e 'Obrigada e igualmente!'
Só que... houve alguém que acrescentou qualquer coisa:
- Bom Ano para si e mantenha esses olhos assim bonitos!


Ó pá!... Eu sei que sou gira há algum tempo mas não 'tou nada habituada a ouvir alguém dizer, pá...

Porte e propagação de um modelo de pergunta (que por acaso é parva)



Há quem diga que não existem perguntas parvas e sim respostas parvas. Não concordo. Eu cá ouço-as. São frequentes, são até mais que isso, são constantes.

- Olhe, tem silicone?
- Nã...
- Não me sabe dizer onde é que eu posso arranjar?
- Nesta mesma rua, no número 13.
- ...?!... Ah...! Você aqui não tem?

Ai ai ai... eu cerro os punhos e engulo em seco em vez de dizer:
- Claro que tenho! Só que você é tão feio que não me apetece vender-lhe nada! Estou a mandá-lo para a loja do vizinho mas 'tou a ver que devia era mandá-lo à merda!

Ofensa



- Aqui não encho almofadas. Só vendo a espuma de enchimento ao saco de quilo.
- Ah... mas eu só queria para encher uma almofada! Tenho que levar assim um saco com um quilo?
- Sim.
- Então o que é que eu faço com o resto?!
Vou omitir o que pensei e revelar apenas o que disse:
- Guarda lá em casa.
- ...?!... Então e eu lá vou armazenar aquilo na minha casa?!
A senhora mostrou-se melindrada. Olhou-me como se eu a tivesse injuriado com a resposta que lhe dei. Tinha um olhar incrivelmente escandalizado.

Porra!... É que não valho um chavo sequer! Ofendi uma senhora. Vê só que fui dizer à dita, teria de guardar lá em casa a espuma que lhe restasse...


Lista das propostas de mudança para o ano vindouro:



(a proposta é apenas uma)

Em 2009 proponho-me:

Aprender com os outros ao invés de comigo.

Será talvez devido às circunstâncias actuais que ultimamente tenho pensado um bocado em mudar isto - eu sei e já vi.

Os outros sempre terão algo a ensinar-me. Mas isso já eu sabia e já tinha visto.

Voto que tenham todos um Excelente Ano Dois Mil e Nove!

Branco no Banco



A senhora do banco tem as unhas pintadas de Branco Paris com a pontinha em Branco Puríssimo.
Em vez de ter começado este texto desta maneira podia ter sido assim: 'Era uma vez uma senhora que trabalhava num Banco. Os seus dedos finos e longos ostentavam longas unhas (aqui até era capaz de ficar giro escrever que as unhas se encontravam na extremidade dos dedos, mas por favor... quem é que não sabe isso?) com a manicura feita à francesa que matraqueavam freneticamente no teclado do computador.'
Já que há homens que vêm aqui ler as parvoíces que eu escrevo acordei comigo mesma apresentar este texto de forma simplória.
Vou, inclusive, escrever este parágrafo, este mesmo que estás neste momento a ler, só para pedir desculpa por eventuais ofensas que até aqui o texto tenha provocado aos meus leitores homens pelo facto de achar que eles não perceberam que raio quer dizer 'manicura francesa'.
Mas ia eu dizendo, a bem dizer ia mas era escrevendo, e o melhor é despachar isto depressa que já devo 'tar a cansar os pobrezinhos:

A senhora do banco tinha as unhas pintadas de branco, no anelar esquerdo figurava uma estrela vermelha e no anelar direito... o número... 2009!!!

Viva o revelhão!!!

Descoberta


A maior descoberta que fiz durante o ano que hoje finda foi:

Os chineses aprendem a falar português com pronúncia do Brasil!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Qui qui (quinto quilómetro)


Não consigo deixar de pensar na culpa. O culpado também sofre. Sofre e é deixado ao acaso, ninguém quer saber. Apesar da sua importância, a importância do mal que fez, ninguém quer saber. Tem duas culpas - o mal que fez e a solidão em que ficou.
Sei tudo sobre ela, a culpa, sei que vou ter de aprender a viver culpada. Sei que os dias vão passar estranhamente iguais na sua diferença.
Não sei tudo, afinal. Sei apenas até aí.
No caminho para lá desta estaca onde estou agora, hei-de um dia saber. Não estou num cruzamento, estou numa estrada algures onde eu quiser, e o quilómetro é o quinto.

Prosseguir


Para fazer os outros felizes eu tenho que passear no meio de quem me odeia. É difícil. É, esta parte é agreste. Pica. Corrói. Aqui já seria mais fácil desistir. Mas prossigo.

domingo, 28 de dezembro de 2008

'O Segredo' Rhonda Byrne


Falava-se de livros. Decidi divulgar que não aprecio de todo aquele tipo de livros de auto-ajuda e afins. Acho-os normativos e cheios de soluções óbvias. Parece-me que referem sempre aquilo que eu já descobri há que tempos. Não quero ser presunçosa ao ponto de os achar inúteis, pois creio na utilidade destes livros, só não creio na sua utilidade para mim.
Entretanto alguém tomou como exemplo o livro 'O Segredo' de Rhonda Byrne, explicando que era um livro desses normativos e que ajuda a bem viver.
E então? Perguntas tu. E então é que eu recebi esse livro no Natal.... poucas horas depois desta conversa e perante as mesmas pessoas que tinham participado na conversa. Conto lê-lo e até estou curiosa. Depois digo qualquer coisa. Possivelmente daqui a alguns meses pois tenho outros livros para ler à frente deste.

Sinto falta



Do sol. Sinto falta do sol. Mesmo de um sol frio e pequenino como este, sinto falta.

Gigi disse...


Hoje em dia tenho algumas certezas. Uma delas é: sou feliz mas se não escrevesse seria menos feliz.

18 Dezembro, 2008

(re)visto aqui

Deficiências 'Mário Quintana'


'Deficiente' é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.

'Louco' é quem não procura ser feliz com o que possui.

'Cego' é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.

'Surdo' é aquela que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.

'Mudo' é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

'Paralítico' é quem não consegue andar na direcção daqueles que precisam de sua ajuda. 'Diabético' é quem não consegue ser doce.

'Anão' é quem não sabe deixar o amor crescer.

E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:

'A amizade é um amor que nunca morre.'

Hum...




... este ano passei a achar que o Natal se confunde com o Carnaval. Vi uma bebé de colo vestidinha de 'Pai Natal'.

imagem: daqui

sábado, 27 de dezembro de 2008

desejo


queria que o tempo parasse para que eu pudesse ficar sempre aqui no quentinho e na solidão da minha casa

há dias em que é preciso mais coragem para desistir do que para prosseguir

hoje é um desses dias

Trabalhar e gingar


Descobri mais um sítio assim como este, onde se trabalha com disposição da boa.
Desta vez não vou desafiar ninguém a perguntar onde é porque não quero revelar. Vou é dizer que ia eu na rua, dando o meu passeio vespertino do qual não me despego nem à lei da bala (leia-se chuva), quando ouço em alto som e vindo de dentro de uma loja de electrodomésticos uma canção ritmada dos Boney M:

She’s crazy like a fool
What about it daddy cool
I’m crazy like a fool
What about it daddy cool
Daddy, daddy cool
Daddy, daddy cool
Daddy, daddy cool
Daddy, daddy cool

Conforme me ia aproximando assim o som ia aumentando. Quando passei à porta da tal loja, um homem gingava ao som da música. Parecia muito divertido e a curtir aquele som a valer.

Lembrei-me logo de alguém que faz vezes sem conta aquela figura - eu!

Dois pontos


É mostrar que há outro lado antes de lá chegar.

É encher o peito de ar e fazer de conta que o que aí vem é importante mesmo que o não seja.

É um anúncio.

É um rufar de tambores, ainda que curto.

É uma ponte que une duas margens.

É uma fracção de segundo em que o tempo pára.


Devia ser proibido acontecerem coisas destas a um gajo...


Ia eu porreirinho da vida, com a mala de ferramentas às costas e tal, preparadinho para montar uma fechadura.
Chego à porta, toco à campainha, aguardo... ouço passos... alguém abre a porta... e mal ela abre a porta dou de caras com... hã...? que é isto...? Então era:
Uma cavalona do caraças, aí pelo metro e setenta, podre da boa, vestindo apenas uma lingerie amarela toda gira, saltinho alto para ficar tudo empinadinho nas alturas e tal.
Pensou que era o 'cliente' e afinal apareço eu, o gajo das fechaduras, que anda carregado com uma mala a tiracolo, que tem parafusos nos bolsos e cuja indumentária está crivada de pontinhos de ferrugem e manchas de pó. Oh pá!
Notei-lhe o desarmamento na expressão, foi como se despisse a armadura. Toda a postura de mulher fatal deu lugar à frustração pois não era a mim que esperava, o gajo das fechaduras. Esperava, isso sim, um cliente que lhe pagaria um servicinho especial.
Também não me descompus. Fiquei ali quietinho e sossegadinho, a olhar a direito mas a ver a cena toda. Sim, que isto um gajo de ferro é que não é feito, oria pois!
Passado o susto veio alguém socorrê-la. Era a manager ou coisa assim. O certo é que era a mulher que tinha feito o contacto para a montagem da fechadura. A da lingerie amarela foi para dentro e eu dediquei-me ao trabalho que era para isso que ali estava!
No fim, do trabalho todo feito, ou no princípio que eu já 'tou todo trocado e nem me lembro, perguntou-me se eu teria algum problema em estar ali a montar uma fechadura numa casa de convívio...
Respondi que não me fazia diferença nenhuma, era um trabalho como outro qualquer. Será que devia ter respondido o contrário?

Provérbio


Depois de num concurso todos lembrarem um provérbio, alguém exclama um dos mais acertados provérbios portugueses:

«Se a minha avó tivesse tomates era o meu avô.»

O Presépio


Brincando comigo alguém me perguntou que personagem do presépio eu gostaria de ser. Eu e este meu feitio repentino e directo que não me largará até ao fim dos meus dias, respondemos:
- Ah...! De vaca!
Depois, por modo a suavizar esta espontaneidade que sempre me acompanha e por vezes chafurda na parvoíce, prossegui:

O José é homem - não serve!
A Maria acabou de dar à luz - não, obrigada!
O menino tem que estar sempre deitado - isso é chato!
Ao burro... - não quero ser comparável!
O melhor mesmo é ser a vaca! Não tenho qualquer dúvida!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Natal, Natal!...




O Natal da minha infância era talvez diferente. Não havia Pai Natal e sim Menino Jesus. Era o Menino Jesus que deixava as prendas lá em casa. Nunca me foi ensinada sequer a existência do velhinho das barbas brancas.
Quando chegava a grande noite e depois da maratona de filhós empreendida pela minha mãe, eu e o meu irmão púnhamos o sapatinho na chaminé porque pela madrugada o Menino Jesus iria lá a casa deixar chocolates dentro dos sapatos que estrearíamos nesse dia.
Até aos meus 8 ou 9 anos aquilo foi magia. Porém, um dia descobri que era a minha mãe que comprava os chocolates e os colocava ela própria na chaminé... que desilusão!...

Feliz Natal para vocês todos!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Pedido


A Thunderlady pediu e eu fiz-lhe a vontade. Aí está o meu avatar.
Eu gosto de roupas verdes e de sapatos vermelhos, sou morena e tenho o cabelo castanho. Não sei se está parecida comigo mas foi o melhor que consegui, ou o melhor que saiu!

domingo, 21 de dezembro de 2008

pequeno dia / grande noite



parece que hoje é dia mais pequeno do ano
em contrapartida vamos viver a noite mais comprida do ano
é tudo uma questão de perspectiva
é o Inverno!

E agora deixo aqui um desafio: alguém sabe onde foi tirada esta foto?

Natal, Natal!... Aqui é assim:


À porta:


Cá dentro:


Pensamento


A ideia é que sempre tente melhorar a vida e o mundo; aperfeiçoar características, torná-las realmente visíveis. Mas sempre existirão em mim coisas imutáveis.
Às vezes, este pensamento dá-me que fazer porque com ele a vida aparenta uma inutilidade triste e terrível. Tudo parece vazio, vão, oco, efémero. Se existe em mim coisas más que apesar dos esforços não poderei nunca mudar, para que servirá a vida?

'What is mind? No matter. What is matter? Never mind.'
George Berkeley

sábado, 20 de dezembro de 2008

Natal, Natal!...



É Natal, pois é? É, é.

A imagem com estes bonecos mimosos, alegres e coloridos veio do Google. Isto é para que conste que eu cá não gosto de roubar nada a ninguém.

O Menino Jesus


Durante esta semana uma senhora mostrou-me com orgulho a sua árvore de Natal e o seu presépio. Explicou-me que tinha que desarrumar a casa para pôr a árvore e o presépio ali naquele cantinho. Depois, como eu não reparasse, frisou:
- Falta aqui o menino porque o menino ainda não nasceu!
Na altura sorri e concordei com a ideia dela. Mas depois comecei a pensar:
Então se o menino ainda não nasceu que fazem a pobre coitada da vaca e o desgraçado do burro ali junto a uma caminha feita de palhas sem ninguém lá deitado? Então e a Maria e o José já ali estão também porquê? Se o menino ainda não nasceu eles não deviam estar ali! Deviam era andar à procura de poiso para a Maria dar à luz! A Maria até nem tem a barriga grande nem nada e nem sequer se contorce com as dores de parto! Ainda falta uma data de dias! Coitados dos bonecos...! À espera do menino...!
Acho que aquela senhora não viu bem o 'filme', ou então devia passar a fazer o presépio apenas quando chegasse o dia 24 de Dezembro.

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Já tinha saudades de escrever fluentemente. E com tempo. O tempo é também muito preciso e ultimamente anda tão escasso!...
Para além do tempo aconteceu algo que me toma o pensamento e que eu quero afastar mas não tenho conseguido. Não é aquele género de coisa que escrevendo passe por isso é que me mantenho 'calada'.

Mas hoje estou aqui, escrevendo, com os problemas a pesar e apesar dos problemas.

Frango


Cá em casa foi uma galhofa colossal, aquilo só visto! Depois do golo, os entendidos destas coisas do futebol que moram aqui comigo, digamos que a prata da casa em termos de futebol, exclamaram vivamente «Ganda frango!» e «Xi!... Olha-me bem esta fífia do guarda-redes!»
Eu, que andei estes anos todos convencida de que um frango era um golo extraordinário e não um erro do guarda-redes, foi a minha vez de exclamar em tom interrogativo e ingénuo, de olhos esbugalhados como quem faz uma descoberta importantíssima:
«Ah!... então um frango é um erro do guarda-redes!...»

Calaram-se e olharam os dois para mim... o Luís sorriu compadecidamente (tadinha da minha mulherzinha não percebe nada disto...) e o rico filho ironicamente (hehehe a minha cota não sabe mesmo nada...) ...


Eu bem digo que eu e o futebol temos cá uma relação mais estreita, pá!

Nunca mais!


Estendia a roupa na minha varanda, mecânica e distraidamente. Até que me saltou à vista uma 'coisa'. É mau e feio olharmos para dentro da casa dos vizinhos, não é? Mas que fazer se 'aquilo' é que me bateu no olhar, se 'aquilo' é que veio ter comigo, talvez pela ausência de cortinas na janela?
'Aquilo' era um dorso (bem, talvez um pouco abaixo do dorso), um bocado de cintura descoberta. Tratava, também ela, da sua roupa. De costas para mim baixava-se para apanhar a roupa que estava num alguidar pousado no chão. Quando se baixava e esticava os braços para buscar a roupa... estás mesmo a ver o que acontecia, não é? Não!? Ok, então vou (tentar!) ser sucinta e directa:
Há pouco, da minha varanda fui agraciada com uma visão nada romântica e deselegante - estava um cu de todo o tamanho, virado para cima na minha direcção (assim como se me quisesse mostrá-lo!) e quase descascado!!!

«Porra!... Nunca mais digo que tenho o cu grande!!!» pensei eu.

Suavizar


Vou-me ao que interessa. Palavrões. Para quê suavizar as palavras rudes?

Há dias dei com um texto em que alguém escrevia 'fado-se'. Fica giro, sim senhora. É só trocar as vogais. Denota-se ali algum cuidado em não ferir mentes puras (tu não sei mas eu cá não acredito na existência delas - as mentes puras) e também se vislumbra imaginação. Alguma, pelo menos.
Mas afinal aquilo servirá para quê? Pois se a intenção está lá porque não escrever a coisa como ela é?

São é falsos pudores, é o que são!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O meu blog em pedaços - sete


Diz que as mulheres têm três idades:

· a que aparentam ter
· a que dizem ter
· a que realmente têm

E também diz que 'nunca se deve confiar numa mulher que diz a sua verdadeira idade porque isso significa que são capazes de dizer qualquer coisa'*.

* Já que esta frase tem dono aqui fica: Óscar Wilde. O seu a seu dono e a César o que é de César, ou ao Óscar o que é do Óscar. Pois bem.


E agora aí vou eu. Nada de confiar em mim. Ao que parece o meu perfil até fala verdade e eu não presto para nada (mesmo!!!) pois não tenho pejo nenhum em dizer a idade que tenho. Estão lá escarrapachados os algarismos que a compõem para quem quiser ver, fazendo parte da página do meu perfil logo na primeira linha e tudo.
E isto porquê? Podia despachar isto e dizer de rajada 'porque sim!' mas não digo. Vou antes dizer porque é que sim - creio que revelando a minha idade no perfil situo-me cronologicamente. Os leitores ficam a saber que não tenho idade para me lembrar de quando o Homem foi pela primeira vez à Lua nem para ter vivido o vinte e cinco de Abril em pleno. Porém, tenho idade para me lembrar da TV ser transmitida a preto e branco e de quando haviam apenas dois canais de televisão, ficam a saber que tenho idade para ter marido e filhos, embora pudesse não os ter, evidentemente.
Acredito que para outros isto não terá qualquer importância mas para mim tem. Gosto de me situar no tempo, a mim e aos outros.
A quem quiser seguir o conselho do Mister Óscar Wilde que o siga. Eu cá por mim continuo a dizer e a mostrar a minha verdadeira idade e, segundo ele, a ser desconfiável. Quero lá bem eu saber! Oh!

Pelo tamanho do texto e a julgar pelos anteriores depreende-se que durante este dia tive uma hora sexual do ca-ra-ças!!!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Falando indiano


- Ah mas eu quando lá for vou fazer barulho, eu não sou um indiano qualquer!... - disse o homem que entretanto já me contara ( e eu com isso?) de uma companhia de seguros que não lhe queria restituir o dinheiro do prejuízo causado por um incêndio que tivera lá na loja dele.
Ai... não me contive. Olhei de frente para ele e com a voz carregada de sarcasmo, disse:
- Então, é um daqueles 'mesmo' maus?

Mais tarde fiquei a saber que este indiano, por acaso, até nasceu numa das colónias portuguesas.

Informação - dá-se


Há alguém que queira saber de uma repartição pública onde os funcionários são todos bem dispostos e pagodeiros? Daqueles que fazem uma festa só porque a malta chega lá, que brincam e riem com o pessoal de fora. Queres saber onde, queres?

A quem quiser saber é só deixar recado na caixa de comentários ou enviar email com pedido de informação. É que eu sei onde há. Sei, sei.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Ora bem

P'ra que é que isto interessa? Ai que desgosto sinto eu pois não sei que escrever...

Sempre posso escrever acerca do Natal... mas p'ra que é que isso interessa? Sempre posso escrever que o Natal aproxima as pessoas embora eu continue sem ver ninguém...

Agora que já nem se fala no Outono mas ainda antes que ele se vá:




Bugalhos

Bem parecia a mim que era no Outono e não na Primavera que eu brincava com os bugalhos. E cá estão eles!

Começo com os bugalhos. Julgo que não era bem na Primavera que eu apanhava estas "bolas", abria-as ao meio e de dentro saía um bicho semelhante a uma aranha a correr o mais depressa que conseguia, julgo eu. Era divertido aquilo.
Como andei a ver se via os bugalhos castanhos e só consegui encontrá-los cobertos com aquela capa verde, suponho que me divertia desta forma no final do Verão ou no Outono. Mas não tenho a certeza.
No post anterior desta série eu relato uma visita à Rua do Bêco. Um dos propósitos daquela visita era fotografar a própria árvore de onde eu arrancava os bugalhos. Infelizmente a árvore já não existe...


domingo, 14 de dezembro de 2008

Não sou poeta


Gostava de saber escrever poesia. Agora faria versos que denunciariam o estado da minha alma sem me denunciar a mim mesma.

Que complicação!


Não sou eu que me complico, são os outros. Se não fossem esses eu era tão simples!

Aos vizinhos eu aconselho

Como os conselhos se dão e o que têm de melhor é a hipótese de não serem seguidos, vou-me introduzir onde alguém jamais pediu postas de pescada e atrever-me a dar conselhos aos meus vizinhos.


Ó vizinha Carolina, deixe de usar essas saias aos quadrados até aos pés. Quando da minha janela a vejo com uma dessas saias vestidas e três sacos de lixo em cada uma das mãos, fico com pena de si - a vizinha parece matrafona; descuidada; sem réstia de brio. Deite-as fora, sim?

Ó vizinho Silvino, deixe de fumar... vá lá! Olhe a asma das crianças, olhe para as paredes amarelas, olhe o catarro e a pieira, já para não falar no cheirete que deixa na cabine do elevador quando lá viaja. Ai essa saúde!... Essa mesmo, aquela que já não possui.

Ó vizinha Elvira, deixe-se de cartas e recadinhos nas caixas do correio dos condóminos. É que para além de a vizinha ter uma letra pomposa, a pomposidade torna-a feia e praticamente ilegível. Atrevo-me ainda a perguntar-lhe: mas quem é que quer saber acerca da saúde da porra do cão? Diga lá! Ajude-me e não escreva mais, sim?

G O S T O



Agora, quando ando a pé pelos sítios de sempre, noto o frio e as árvores mais despidas do que quando as abandonei. Troncos cinzentos pelo frio e verdes pelo musgo. Está muito frio e muita chuva mas G O S T O de deambular por ali. Isso não mudou.

foto: Alameda D. Afonso Henriques, Lisboa

sábado, 13 de dezembro de 2008

Entrando nela

Já começo a entrar numa outra normalidade. Aquela que forçosamente deixei há uns tempos atrás.
Todos os anteriores post's de hoje foram escritos na hora sexual*. Há tanto tempo que não tinha disto, pá!...

*Para quem não sabe, a hora sexual é aquela em que fodemos minutos ao patrão. Ah pois...! É tão bom e sabe tão bem!

Dúvida que poderá não ser existencial mas é com certeza acerca de algo que existe


Não sei se é de mim...
... sempre que entro numa loja de pronto-a-vestir no feminino só vejo inveja à minha volta...

Porque é que as mulheres não se gramam umas às outras, pá?

Malas... malas... malas...

Ainda no contexto disto aqui, hoje um homem disse-me:
- Ena!... Tem uma mala toda fashion!...

E vai mais um daqueles que não se coíbem de manifestar agrado e/ou reparo nas malas femininas.

É Louis Vuitton? - perguntas tu.
Claro que é! Então não se nota? – respondo eu.

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Já que a falta de imaginação persiste e subsiste por estas bandas vou publicar um email que recebi há uns dias e que achei interessante o suficiente para aqui ocupar espaço. É assim:

COMO MANTER-SE JOVEM

1. Deixe fora os números que não são essenciais. Isto inclui a idade,o peso e a altura.Deixe que os médicos se preocupem com isso.

2. Mantenha só os amigos divertidos. Os depressivos puxam para baixo. (Lembre-se disto se for um desses depressivos!)

3. Aprenda sempre: Aprenda mais sobre computadores, artes, jardinagem, o que quer que seja. Não deixe que o cérebro se torne preguiçoso.'Uma mente preguiçosa é oficina do Alemão.' E o nome do Alemão é Alzheimer!

4. Aprecie mais as pequenas coisas.

5. Ria muitas vezes, durante muito tempo e alto. Ria até lhe faltar o ar. E se tiver um amigo que o faça rir, passe muito e muito tempo com ele / ela!

6. Quando as lágrimas aparecerem aguente, sofra e ultrapasse. A única pessoa que fica connosco toda a nossa vida somos nós próprios.VIVA enquanto estiver vivo.

7. Rodeie-se das coisas que ama: Quer seja a família, animais, plantas, hobbies, o que quer que seja. O seu lar é o seu refugio.

8. Tome cuidado com a sua saúde: Se é boa, mantenha-a. Se é instável, melhore-a. Se não consegue melhorá-la , procure ajuda.

9. Não faça viagens de culpa. Faça uma viagem ao centro comercial, até um país diferente, mas NÃO para onde haja culpa

10. Diga às pessoas que ama que as ama a cada oportunidade.E, se não mandar isto a pelo menos quatro pessoas - quem é que se importa? Serão apenas menos quatro pessoas que deixarão de sorrir ao ver uma mensagem sua. Se puder pelo menos partilhe com alguém!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Natal


Se eu escrever uma carta ao Pai Natal não estarei a ser original nem um bocadinho só, pois não?


imagem: Google

Ao balcão

Hoje senti uma pontinha (ou então se calhar não foi só a pontinha e foi mas é a coisa toda) daquilo que é costume os empregados de uma pastelaria sentirem (acho eu que sentem... porque eu sinto!) quando entra um cliente habitual - ainda ele nem entrou e eles já estão a tirar um café...

A mulher entrou... e eu tive que fazer um enorme esforço para esperar que ela dissesse ao que vinha e não estender a mão a um frasco de cera acrílica...


(esta previsibilidade chateia-me, às vezes chega a atormentar-me...)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

R E C I P R O C I D A D E (outra vez?)


Se recebo de volta o que espalho com as minhas atitudes porque é que quem me rodeia apenas se contagia com as más atitudes?
Porque é que não se calam para me ouvir?
Porque é que não ocultam as dores?
Porque é que não se põem no meu lugar?

Ah pois...!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

No consultório


Um casal vulgar. Porque não?... Afinal eles existem...!
O homem tem uma barba grisalha e descuidada, demonstra desapego ao cuidado com a aparência - poderá ser porque está doente. Pois pode.
A mulher tem os olhos pintados com uma sombra cinzenta. O olhar é desolado, não sei se está mesmo triste ou se será da cor com que pintou o olhar - poderá aquele desconsolo vir da doença do marido? Pode. Afinal são um casal vulgar. Tão vulgar, que a dada altura, notando que ela está enfiada dentro de si mesma, ele tira de um saco que trazia consigo uma revista Maria e estende-lha dizendo que a tinha trazido de propósito para ela se entreter enquanto esperavam.
Não será isto vulgar?

Regresso

Regressei ao trabalho há uns dias. Já deu para que:
  • um (presumível) cliente querer fazer um negócio apenas rentável para ele - pagar a mercadoria com pensos rápidos... esta é gira, não é?
  • uma senhora achar que eu, já que estou no comércio, é que tenho que telefonar para a Polícia avisando de uma caixa daquelas caixas de alimentação dos semáforos estar caída na via pública estorvando os transeuntes...
  • uma outra coscuvilheira (do raio que a parta!) querer saber tim-tim por tim-tim sobre um homem perdido de bêbado que se espalhou ao comprido mesmo à minha porta... eh pá, e eu sei cá?... o homem caiu, prontus!...

Inveja


Só me sentirei verdadeiramente invejada se fôr melhor do que alguém. Se não fôr melhor que a fulana ou que o cicrano sempre me darei bem com eles.
Tenho quarenta anos e só ontem senti na pele, não a inveja mas a sua ausência. É estranho porque parece que estou a ver a vida passar por mim ao contrário, assim como quando ando de Metro sentada nos bancos que 'andam' para trás... ou como se calçasse um par de sapatos com os pés trocados.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

À falta de melhor aqui fica:


O fim de semana bonificado acabou e soube bem. O chato disto é que o que tenho para fazer amanhã não costuma saber-me bem, o que desde já lamento.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Louis Vuitton

- Eu tenho estado aqui a pensar... a senhora faz-me lembrar alguém...
Não, não era conversa de engate. Eu tinha o meu homem e ele a mulher dele ali na mesma mesa, bem juntinho a nós. Estávamos todos juntos na mesma mesa porque tínhamos sido convidados para uma apresentação de um espectáculo de um amigo que canta numa banda. O amigo é comum mas nós não nos conhecíamos até então.
Na altura daquela observação já nós estávamos todos na mesa havia para mais de meia hora.
- Trabalho numa loja e se calhar é daí que me conhece - disse eu. Depois, como ele perguntasse onde era a loja onde trabalho, dei-lhe as indicações.
- Não, daí não é... - respondeu ele - Eu também trabalho numa loja...
- Então se calhar eu é que já fui à 'sua' loja!.. - exclamei.
- Hum... Louis Vuitton na Avenida da Liberdade - dito sob um olhar brilhante de gozo e um sorrisizinho daqueles em que apenas um dos cantos da boca é elevado. Assim como quem diz ' ora pois então não te conheço lá da loja? pois 'tá claro que sim!'
Confesso que o primeiro pensamento que me ocorreu foi o de que o homem estava a brincar comigo... mas não estava, não.
- Ah pois!... Não deve ser daí... está a ver a minha mala? - apontei para a mala que levava e que de pele não tem nada (devia pôr aqui uma foto da mala) e ele respondeu:
- Já tinha reparado na sua mala.
Espantei-me mas não demonstrei, creio. É que convenhamos, não é de todo habitual ouvir um homem dizer (ou confessar) que repara na mala de uma mulher... aquele homem tinha mesmo aquilo a que se chama brio profissional! Sim senhor! Eh pá, esqueçam que são homens, deixem-se de peneiras e parvoices para não parecer amaricados e coiso e tal, mandem à horta as jogadas tipicamente masculinas para reforçarem aquilo que já são - homens.

Gostei.

Dos livros da minha infância


Este post é a resposta ao desafio da Maria Tardia.

Começo com o primeiro livro que me lembro de possuir - 'Mato sete de uma vez'. Como não tenho a certeza se é este o título do livro nem me lembro do autor, fiz uma pequena busca na Internet mas não achei nada em relação a este livro.
Infelizmente não sei que foi feito do livro e apenas lembro o começo da história - a personagem principal era um alfaiate que um dia, enquanto trabalhava cosendo a roupa dos seus clientes era teimosamente importunado pelas moscas e a dada altura aborreceu-se e matou umas quantas - sete! Lembro ainda que o seguimento da história está relacionado com uma série de aventuras relacionadas com a presumível bravura do alfaiate em matar sete de uma vez...
Uns anos depois, no tempo de Ciclo Preparatório, requisitava livros na biblioteca da escola ou na Biblioteca Municipal de Loures, que naquele tempo não tinha as condições da Biblioteca José Saramago dos dias de hoje. Nesse tempo acho que li quase toda a colecção dos 'Cinco' e dos 'Sete'. Também lia muita banda desenhada de Walt Disney que me emprestava a vizinha Grancinda.

término


a pausa terminou

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Pausa

Não sei como é com os outros bloguistas mas comigo é assim: por vezes tenho necessidade de me distanciar da escrita para voltar a apaixonar-me por ela. Preciso sentir a falta que me faz e para tal nada melhor do que afastar-me.
Atravesso uma fase de desencantamento, isto aqui não está a deslumbrar-me. Parece-me escusado o que venho aqui escrever, as palavras não têm o brilho de outrora. Não o escrever ou eu, é o meu blogue que assim me parece.
O último post não quis ser um adeus e não estou a desistir deste espaço. Estou é a fazer uma pausa.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Brilho


Ando (cheiinha de paciência, diga-se) a guardar este blogue em documentos. É que qualquer dia o Senhor Blogspot dá-lhe alguma coisinha má e lá vão as minhas histórias para o galheiro...
É giro ver coisas escritas há muito tempo. Agora parecem-me irreiais. Esta que escreve aqui amadureceu muito...
Também é giro andar pelo meu blogue aos trambolhões, pousando aqui e ali, verificar que agora não escreveria aquilo assim, pensar que é pena não ter agora aquela ideia que tive há anos para escrever aquilo, porque agora saberia desenvolvê-la muito melhor.
Sempre posso pegar em antigos textos meus e reescrevê-los. Afinal os textos são meus, não vou adulterar nem plagiar nada... é uma ideia... que não sei se vou seguir.
Ultimamente não tenho vontade de publicar o que escrevo. Continuo a escrever e a gostar muito de escrever mas não tenho tido o prazer que tinha em mostrar o que escrevo. Continuo com montes de rascunhos 'dentro' do blogue, prontinhos e arranjadinhos e talvez danadinhos para saltar para a blogosfera... mas a vontade de os publicar não existe.
Creio que estou cansada da exposição. Como não sei (ou não gosto de) inventar histórias, acabo por me expor a mim própria e dou largas à loucura. Há uma altura em que não dá mais sob pena de expor aqui outras pessoas. Não sei até que ponto posso ir. Ainda não descobri e estou muito cansada de tentar.
Há algum tempo que perdi o brilho que me iluminava a escrita e neste momento sinto que jamais o recuperarei.
Para além de ver tudo baço, também tudo isto me parece carregado de uma grande inutilidade e com esse sentimento, principalmente com esse, eu não vou conseguir prosseguir.

Um supor

Eu iria fazer as compras de Natal e compraria tudo o que me apetecesse. Mas era só isso - compraria tudo o que me estivesse nos apetites mas um 'tudo o que é de apetites' que fosse um nadinha para além do indispensável, justificando a utilidade mas dispensando ninharias e futilidades.
Depois quando chegasse a casa arrumaria tudinho no sítio e por ordem, esperando ansiosa e ardentemente o grande dia...
Entretanto faria a árvore de Natal e enfeitaria a casinha toda! E tudo combinaria maravilhosamente por cores e estaria tudo tão lindo, tão lindo, tão lindo que até ofuscaria a vista!
E quando finalmente chegasse o dia de Natal, receberia as visitas todas e os bolos sair-me-iam todos bem e essas coisas. E toda a gente iria adorar...
Seria assim... até iria ser giro...

Dois segundos

Vi um olhar que me cativou no momento e nunca mais esqueci. Já passaram anos e hoje, de repente, lembrei-me daquele olhar.
Era uma mulher que estava sentada ao balcão de uma cervejaria esperando qualquer companhia que se dispusesse a acompanhá-la. Caçava homem, notoriamente.
Entrámos, eu e o Luís, indo ele ligeiramente mais à frente que eu. Instintivamente o olhar dela alcançou-o a ele indo imediatamente a seguir pousar no meu onde se demorou dois segundos apenas. Durante os tais dois segundos percebeu que aquele homem já tinha dona...
Não quero que este post faça parecer que uma mulher se atirou ao meu marido, não é isso o que quero transmitir, até porque nem foi isso o que na verdade aconteceu.
O que eu quero transmitir é isto - em apenas dois segundos vi num olhar pousado casualmente a carência de alguém que está sozinho, a ternura que ainda consegue sentir apesar da solidão, passando daí à beleza de quem contempla a felicidade de alguém e de seguida adquiriu um ar de consternação resignada, raspando a maternalidade... e... por fim... reinou a solidão e o desamparo.