sábado, 27 de dezembro de 2008

Devia ser proibido acontecerem coisas destas a um gajo...


Ia eu porreirinho da vida, com a mala de ferramentas às costas e tal, preparadinho para montar uma fechadura.
Chego à porta, toco à campainha, aguardo... ouço passos... alguém abre a porta... e mal ela abre a porta dou de caras com... hã...? que é isto...? Então era:
Uma cavalona do caraças, aí pelo metro e setenta, podre da boa, vestindo apenas uma lingerie amarela toda gira, saltinho alto para ficar tudo empinadinho nas alturas e tal.
Pensou que era o 'cliente' e afinal apareço eu, o gajo das fechaduras, que anda carregado com uma mala a tiracolo, que tem parafusos nos bolsos e cuja indumentária está crivada de pontinhos de ferrugem e manchas de pó. Oh pá!
Notei-lhe o desarmamento na expressão, foi como se despisse a armadura. Toda a postura de mulher fatal deu lugar à frustração pois não era a mim que esperava, o gajo das fechaduras. Esperava, isso sim, um cliente que lhe pagaria um servicinho especial.
Também não me descompus. Fiquei ali quietinho e sossegadinho, a olhar a direito mas a ver a cena toda. Sim, que isto um gajo de ferro é que não é feito, oria pois!
Passado o susto veio alguém socorrê-la. Era a manager ou coisa assim. O certo é que era a mulher que tinha feito o contacto para a montagem da fechadura. A da lingerie amarela foi para dentro e eu dediquei-me ao trabalho que era para isso que ali estava!
No fim, do trabalho todo feito, ou no princípio que eu já 'tou todo trocado e nem me lembro, perguntou-me se eu teria algum problema em estar ali a montar uma fechadura numa casa de convívio...
Respondi que não me fazia diferença nenhuma, era um trabalho como outro qualquer. Será que devia ter respondido o contrário?

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