quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Voto para 2010


(É agora, é agora! Até para o ano!)

Desejo a todos os meus* leitores um ano de 2010 todo ele em muito! Mas só nas coisas boas.

*Tenho um quê um tudo-nada parvo em relação a dizer 'os meus leitores'. Não sei, parece que estou a impingir a leitura ou a reivindicar alguma coisa...


...?


Não sei se já alguém reparou que 2010 tem três dezenas... E que a terceira dezena é metade das primeiras duas... Quer dizer, que a segunda metade do número é metade da primeira metade...

Não, ?! Pois...


Ena!


Já tenho 7 (sete!) votos na sondagem ali ao lado! Ena, ena!

Entretanto


Entretando, e porque não tenho vontade de fazer balanço em relação a 2009, lembrei-me de ir cuscar o que escrevi o ano passado. Escrevi que neste ano queria dar mais atenção ao que os outros sabem. Ao que parece, e pelo que escrevei, na altura andava com a mania que sabia tudo...
É uma pena… não tenho a certeza de haver almejado o pretendido.


Lista(s) do ano vindouro


Não tenho vontade de fazer o balanço de 2009. Acho que não mudará nada em 2010, só os dígitos, que até vai ser giro pois serão dois a mudar, de resto tudo continuará igual. Tudo será, também e em simultâneo, mutável. Mas se já antes tudo era mutável, está bem visto se disser que tudo continuará igual, que não haverá novidades na minha vida... E não haverá novidades porque:

• Não mudarei de casa, de carro ou de marido.
• Também não mudarei de emprego nem de profissão, muito embora ontem tenha pensado nisso quando me cairam as caixas em cima da tola. (ver uns três ou quatro posts abaixo, por favor)
• Não terei mais filhos.

Logo... tudo igual mas tudo a rolar e tudo possível de acontecer.

E agora mudando um pouco de assunto, desejos para 2010 tenho eu! Eis a lista:

• Lembrar-me que não posso fazer caretas às pessoas atrás do chapéu de chuva, pois metade dos gomos do mesmo são transparentes.
• Chegar ao fundo da mala a tempo de atender o telemóvel.
• Ler, ler, ler.
• Que as pessoas perguntem o que é o comer à empregada em vez de esguicharem faícas dos olhos tentando perceber o que há no cardápio através dos ingredientes que compõem o meu prato.
• Aprender (finalmente!) a espirrar para o cotovelo, como manda a quase lei.
• Que os clientes serôdios, peçam desculpa por me estarem a atrasar a saída apenas uma vez, a restantes só me farão perder ainda mais tempo.
• Que se abstenham de me telefonar perguntando se vendo rolhas de cortiça. Eh pá, venham antes ler este post e descubram: sim, eu vendo rolhas de cortiça!
• Muita saúde e blá blá blá.
• Muita paz e isso.
•Muita hipocrisia, a ver se aguento a má educação a que sou sujeita frequentemente bem como para conseguir publicar (ver dois itens acima) que desejo saúde, porque eu não quero nada disso por não precisar, uma vez que já a tenho.
• Dinheiro p'ra caraças!

Assim de repente não me lembro de mais nada. Este post está carregado de parvoíce mas fica bem chamar-lhe antes: ironia. Seja como for, este post serviu para me divertir, já que escrever é uma das minhas maiores alegrias e um dos meus maiores prazeres.

Ah! Já me ia esquecendo, em 2010 também desejo, e muito:

• Escrever, escrever, escrever.


Moda




Se bem conheço este povo, para o ano os pais natal que a gente vê por aí subindo a corda, simulando a entrega de presentes serão completamente destronados por aquelas toalhas, ou lençóis ou lá que é, que têm o menino jesus. Para o ano é vê-los, aos meninos jesus, alindando ainda mais janelas.
É que este povo gosta mesmo de estandartes, veja-se as bandeiras aquando do euro e, ao depois, do mundial...


Ouvi isto de alguém que agradecia uma prenda de Natal um tanto ou quanto atrasada:


Eh pá! Obrigadíssimo p'la sua agradibilização!


quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Post...


Faltam vinte e quatro horas e onze minutos para o tal 2010 que ainda ninguém tem a certeza se chegará. Fiz esta conta e achei que era giro partilhá-la.
Até amanhã, que ainda cá venho este ano.


Coisas


Há coisas que não deviam acontecer a uma profissional do balcão. Coisas como:

Tocar o telemóvel e o telefone...

Cairem quatro caixas lá de cima, uma directamente no chão, duas no ombro e a restante mesmo em cima da tola...

O cliente ser um chato do caraças!

Isto são coisas que não deviam acontecer... ao mesmo tempo, quero eu dizer. Porque em contrário, cada coisa aí com dois ou três minutos de intervalo, vá, aquilo engolia-se bem. Agora assim...


terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Ouvir


Vejo a chuva cair lá fora e quedo-me. Observar a chuva tem o seu quê de agradável: o som, o cheiro, a paisagem. Para usar todos os cinco sentidos teria que me pôr debaixo dela e agora não me apetece nada.
Vejo uma figura sair da porta mesmo em frente e preparo-me para qualquer coisa menos agradável. Mas em vez disso, num palavreado algo perdido, um quase monólogo, e numa voz que oscila entre a angústia e o gozo:

«Eh pá, este tempo! Chiça, pá! Queria ir à baixa a pé... Mas assim... Eh pá, que chatice!...
...
Sabes, quando vou à baixa, ali nos Anjos há um gajo que está a arrumar os carros, sabes?... Eh pá, o gajo usa um casaco que na lapela esquerda tem uma data de pins, são alguns quinhentos!... Então anda assim, oh, todo torto... É giro, o gajo!...
...
Olha, hoje sonhei com a minha mulher. Íamos num avião e depois, não sei como, dei por falta dela! Perguntei ao homem e ele disse:
- Então, a sua mulher ficou na paragem anterior!
Vê lá tu o que eu fui sonhar!... Eh pá! A minha mulher já tinha descido do avião...
...
Sabes que é que eu te digo... Falando mal e porcamente? A vida é uma merda! Sabes? É mesmo. Às vezes ponho-me ali a ouvir o radio, é só queixas das mulheres com os maridos, com os filhos, depois é as doenças! Eh pá, que desgraças, que desgraças!...
...
Não tenho nada para fazer e não me apetece fazer nada!
...
Eh pá, estou tão chateado! Parece que não, mas quando está sol... Eh pá, um gajo fica melhor! Parece que se fica melhor!
...
Que chatice, pá! Estou tão chateado... Mas isto qualquer dia acaba-se... Qualquer dia isto acaba-se...
...
Olha a prenda do meu senhorio. Todos os anos me dá. Também dava à minha mulher... E eu a eles, claro!... O filho mais novo deles, quando era pequeno, agora está um homem, diz que dizia que estava desejoso de vir o Natal para me ir lá a casa entregar as prendas e escolher o quadro pintado por mim. Todos os anos lhe dava um, tem lá uma colecção, faz favor... E sabia escolher, o gajo! Escolhia os melhores, o gajo sabia...
...
Bem, vou até ao banco ver como está a minha conta. Aproveito para cumprimentar o Esteves, já que passo por ali... Também já está gagá, o Esteves, não está? Eh pá, está mesmo gagá!
...
Até logo, querida!»



Não tive vontade de dizer muito e não disse muito. Eu sei que ele precisa falar.
Dizem que sou boa ouvinte. E sou. Às vezes ouço bem já com o intuito de vir a escrever mas hoje não foi por isso que o ouvi, ainda que tenha vindo a escrever.


Conversa de merda


Éramos duas. O balcão no entremeio. Ela falava ininterruptamente. Do indiano, das operações, do chuveiro, dos pombos, das alergias, do alguidar, da mãe, da sobrinha, do peso da mala, dos comprimidos, das prendas, das varizes...
No meio do falatório começou a cheirar-me mal. Aí a conversa deixou os repentes. E num sussurro:
- Ainda tenho que ir ali ao banco mas se calhar é melhor passar em casa primeiro...
- ...
- É que há certas coisas que a gente faz melhor na nossa casa, não é?
- Hum-hum!

Sempre soube isto: quando estão apenas duas pessoas ao pé uma da outra e uma delas dá um peido, toda a gente vai saber quem foi...


Vem aí o ano 2010



Provérbio*


O cliente estava um bocadinho aborrecido por o corte do plástico estar torto. Vendo isso, o comerciante intentou no corte de uma peça nova excedendo o tamanho do já anteriormente pedido, por modo a deixá-lo muito satisfeito com o serviço. Mas o cliente, sentindo um quase ultraje, disse:

- Ai, eu cá a mais também não quero! Só quero aquilo que me pertence!

Ao que o seu interlocutor respondeu:

- Ó meu amigo, «quem não se farta ao comer também não se farta ao lamber»!


*Não sei se é provérvio mas faz de conta que é.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

...?


Estou para aqui a pensar que era bom, e eu agradeço desde já, que os leitores acreditem piamente no que se lê neste blogue, sim senhor, mas que, ainda assim, não façam grande caso, está bem?


Não se pode


Há coisas que uma mulher não pode dizer a um homem. Tipo assim: «Ah, não precisa apresentar-se, eu sei muito bem quem o senhor é e de onde vem...»
Ele ficou... Sei lá, desorientado.


Desinteresse


Sou mulher para suscitar pouco interesse. Já as minhas borbulhas... Ui! São um ponto de interesse tão grande que toda a gente lhes faz reparo.
Hoje respondi a um desses reparos dizendo que devo estar a voltar à puberdade e que isso é o sonho de qualquer mulher.
(Enquanto falava ia-me lembrando nas grandes vantagens físicas de ter 15 anos e até gostei um bocadinho.)
A minha saída foi airosa (ou então não, só que assim já o post não teria piada nem seria prazenteiro escrevê-lo) mas acabou imediatamente com o interesse, pareceu-me... Talvez por causa de eu ser mulher de suscitar pouco interesse.


Já se foi




O Natal, foi bom?

Hum... Eah!

Então e esse almoço de Natal, foi bom?

... Eh pá, 'pera aí, deixa-me pensar... Foi, foi.

O pai Natal, portou-se bem?

Claro! Não é possível alguém que não existe portar-se mal, não é?!

Fotografia tirada algures, lembrando o Natal bem como as iluminações estrambólicas que há por essa Lisboa fora…


Bem?


Atão, tá tudo bem?

Ná... digamos que tá quase tudo!


Era assim que a gente devia responder sempre, sempre, sempre. Porque a verdade é esta: o costume é estar quase tudo bem!

Atraso


Rico filho - Hoje é feriado?!

Pai - Não, porquê?

Rico filho - Já são nove e tal e ainda estás aqui...

Pai - Oh, sou meu patrão e hoje não estou a ligar às horas...


Em dia de grande ventania


- Ó senhor Joaquim, agora vou daqui para o cabeleireiro. Acha que vale a pena?

- Ah, vale sempre a pena.

- Ao menos fico com a cabeça lavada, não é assim?

- Ora bem!


Ele há cada encomenda...


domingo, 27 de dezembro de 2009

Domingo


Ao Domingo não tenho muito a dizer e neste tenho ainda menos que o costume. No último post referi algo como necessidade, ou desejo, de ver pessoas que não conheço e ouvir conversas com as quais nada tenha a ver, porque é assim que estou melhor.
Ora bem, entretanto já saí de casa algumas vezes mas não vi as pessoas, nem ouvi nada que valha a pena pôr aqui. Então, já que não há nada, ficam duas fotografias de Albernôa, Baixo Alentejo, tiradas no dia de ontem, 26 de Dezembro de 2009 e que revelam o moinho de vento e a horta do meu pai.




sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

!!!


Tenho visto mais filmes e estado frente à TV mais tempo nestes dois dias que no resto de todo o ano. Por incrível que (não) pareça, amanhã sairei de casa... Estou desejando de ver gente que não me diz respeito e ouvir conversas alheias.

Confissão


Eh pá... Eu estou tão cansada de arranjar títulos adequados e com sentido para o post...! Bolas!

(Vá lá, neste post foi fácil...)


Descoberta


Enquanto construía o post anterior toquei acidentalmente na tecla F12 e fui parar a uma janela onde existem ferramentas de programação. Sabia lá eu que isso existia... Enquanto trabalho a tecla F12 é para fechar talão. É caso para dizer: trabalho é trabalho, conhaque é conhaque!

Comunicado




A comunicação social pode ser louvável. Disseram que hoje ia estar a chover toda a tarde e até pela noite dentro, e é bem verdade - tem estado a chover!


Por casa...


Em pleno dia de Natal uma dona de casa, daquelas como deve ser, não estaria de volta de um blogue.

Mail


Mandei a alguns dos meus contactos os votos de feliz Natal juntamente com a imagem deste post. Na mensagem misturei as pessoas conhecidas em carne e osso e as pessoas conhecidas virtualmente através do blogue. Alguns responderam, outros não ou então ainda responderão, logo vejo.
Mas o que eu queria mesmo dizer era isto: um deles respondeu: «Obrigado! Desejo o mesmo para ti e para o resto do pessoal, que conheço só mais ou menos, mas conheço e também estimo.»
Fiquei contente porque escrevendo consigo dar a conhecer, para além de mim própria, os meus. Ao sério, fiquei mesmo contente. Isto só pode significar que se entende o que escrevo. É que às vezes tenho grandes dúvidas...

Estranheza


Alguém com o nick 'libido estranho' quis adicionar-me numa dessas redes aí. Nick curioso que me despertou curiosidade, só até certo ponto porque resolvi não ir atrás dela. Libido estranho... Haverá alguma estranheza na libido? Não será a libido uma coisa linear e directa? Hum... Fiquei curiosa, pois fiquei. Deve ter por trás uma pessoa interessantemente estranha.
É assim, tudo quanto meta sexo, é assim: interessante.

Génio ou Parvo?! És mesmo inteligente como pensas?


Para te tornar um génio tens um longo caminho à tua frente...

Hoje não é o teu dia, em quase todas as respostas escolheste a opção errada. Por isso, pelo menos hoje, alcançaste o título de Parvo. O lado positivo: não há como ficar pior! Não fiques triste, talvez amanhã tenhas mais sorte com as perguntas do que hoje...

45% de todos os utilizadores tem o mesmo resultado. Tu pertences à maioria.


Ah, pois! Eu até já sabia que sou parva... Mas, não me convém deixar de passar aqui a informação de que sou um pouco menos parva do que eles dizem, é que tive que rectificar algumas frases do texto porque continham erros. As pessoas que constroem estas coisas de sites (parvos!) da internet e isso não sabem escrever. Parvos!

O Natal acabou...


Não trouxe surpresas ou melhoramentos. Ou por outra, o Natal não trouxe a surpresa de algo melhor, tudo continua igual só por dizer que hoje é feriado. É tudo igual aos restantes dias do ano, não há ninguém que verdadeiramente aprecie estar comigo para além de três das quatro pessoas (a quarta pessoa sou eu...) que aparecem no post anterior. Espero nunca vir a conhecer a dor que seria alguma delas um dia não querer a minha companhia.
Eu sei, eu sei: deixa-te de merdas e põe os olhos na família, Gina Maria, vá.

O Natal acabou (?)







Outras luzes de Natal, as derradeiras deste Natal de 2009








quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Aos leitores deste blogue deixo um voto familiar



Culinária


Já fiz o salame, o arroz-doce e também o bolo de nozes. Ora acontece que o fiz m bocado maior que o costume e quando ferveu entornou-se dentro do forno.
Tenho salame, arroz-doce, um desagradável cheiro a fumo por toda a casa e um forno para esfregar amanhã de manhã.
Estas coisas assim não me deviam acontecer...

Diferenças


Quando o viúvo me disse que ia passar a noite de Natal sentado num banco da alameda, recordando momentos que viveu com a mulher, senti dó.
Quando inquiriu e soube o que eu ia oferecer aos meus neste Natal, desdenhou e senti raiva.

Muita saudinha!


«Um feliz Natal, tudo de bom, muitas prendas e principalmente muita saúde, é o que eu desejo, que a saúde é o principal e o melhor que a gente pode ter.» E blá blá blá e blá blá blá, todos em coro concordavam com a mulher.
Depois disto ouvi alguém de fora da conversa dizer: «Hum... Isso não é bem assim. Os médicos e os farmacêuticos não querem as pessoas com saúde...»

O básico, o desejo e... as palavras!


Um dos meus fornecedores, talvez o mais básico e abrutalhado que tenho, desejou-me deste modo os seus votos:
- Pronto, então boas festas e nha nha nha!
Entendi-o na perfeição...:
- Obrigada, igualmente para vocês todos!

Adenda
Também tenho ouvido alguns «Bom Natal, 'tá bem?»

Armazém


A rica filha viu-me a guardar os frutos secos naquele meu esconderijo que é tão bom, tão bom e tão escondido, tão escondido que todos cá em casa sabem onde fica.
- Mãe, pareces um esquilo a guardar as nozes para o Inverno.

Outras imagens magníficas do Natal 2009 em Lisboa...






Eu bem disse...


Não foi exactamente assim:

«Ó Gina, vá, vai lá para casa fazer as filhós e o bolo de noz e o arroz doce e a mousse de chocolate e ajuda lá o teu marido a fazer o polvo e o arroz de pato que eu só como se aquilo tudo for feito hoje e com tempo porque só assim é que as coisas me sabem bem. Já agora aproveita o tempo para decorar a mesa de Natal com vagar para ficar um requinte, e também acaba lá de pôr as bolas na árvore que é para eu arregalar o olho a ver coisas bonitas, bem feitas e cheias de bom gosto. Capricha que eu sei que és capaz!»

Mas foi assim:

- Orienta lá as tuas coisas porque Quinta-feira há pouco que fazer e escusas de vir.

E ainda foi muitas mais vezes melhor do que seria se tem sido como inventei e escrevi, oh se foi! Bem me parecia que ter o patrão a jantar cá em casa na noite de Natal havia de ter grandes vantagens...

Já!


As couves para a gente comer na noite da Consoada já eu tenho! O senhor João foi à casa da Costa de Caparica (sim, apesar do frio...) e trouxe-as lá do quintal já com o intuito de mas oferecer. É um querido, o senhor João...

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O lixo


São já muitos anos a vender pás de lixo, mas no fim de vender uma nunca tinha ouvido:
- Apanhar o lixo é assim como lavar os dentes... É preciso!

Adenda a alguns posts


Em tempos escrevi este post, depois escrevi este e agora escrevo a adenda aos dois.

Tenho andado a pensar - a dona Genoveva é exaustivamente interessante, ou interessantemente exaustiva - em parte porque fiz uma quase promessa de que escreveria algo concernente a isso. Tenho andado a pensar mas cheguei à conclusão de que o facto de a achar interessante prende-se ao, também ele, facto de a arrogância ser qualquer coisa de muito atraente para mim, e isso já em
tempos escrevi.
A dona Genoveva é uma pessoa extremamente culta e, para além da cultura, com experiências e características algo similares às minhas. Noto-lhe também uma certa arrogância que, não sendo em exagero, a torna acessível ao paleio. E, a juntar a isto, há o grande interesse e até por vezes fascínio que a maior parte das pessoas exercem sobre mim.
Sobre isto do fascínio e do meu interesse pelas pessoas (em exagero nalgumas vezes) também já eu referi em vários posts. Se o fizer agora, com consciência de que me estou a repetir, este post fica sem alma...
E em jeito de remate mas repetindo-me de novo: A dona Genoveva é uma pessoa extremamente culta e, para além da cultura, com experiências e características algo similares às minhas. Noto-lhe também uma certa arrogância que, não sendo em exagero, a torna acessível ao paleio. E, a juntar a isto, há o grande interesse e até por vezes fascínio que a maior parte das pessoas exercem sobre mim.
E é isto.

a canção da mãe


a mãe é boa
a mãe é bela
é bela
e embala o berço

a mãe canta
o berço é barco
no chão da casa

a mãe canta
o barco é berço
na onda do mar


Lucinda Atalaia in
'Ler...
Ouvir...
E cantar
Os pais com os filhos'



segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Post 2255


O Inverno começou hoje.
É Natal, há decorações a ele alusivas que são qualquer coisa de esquisito...




Ou de magnífico...




É Inverno, é Natal e a vida é uma merda.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Colega


Vi um antigo colega de escola. Ele está diferente. Em muito...
Eu cá não. Eu estou diferente e mais nada. Agora ele é em muito. Muito mesmo. Mesmo, mesmo muito diferente...

Creme de mãos


Rico filho - Bah! Destesto este cheiro! Cheira a mãe!

Mãe - Então e isso é mau, filho?!

Rico filho - Não é isso... Cheira a mulher, pronto...

Mãe - Ah...


Acho que...


... Sou parva. Esfreguei a casa toda e a fundo porque a vou ter cheia de compadres este Natal. Sou parva porque quando acabar a festa vou ter que esfregar a fundo a porra da casa toda outra vez...

sábado, 19 de dezembro de 2009

Sentados


Impaciente. Também sou impaciente para com as pessoas em geral. Gostava de poder dizer com veracidade que tenho sempre muito gosto e muito prazer em ouvir o que têm a dizer mas não o faço, não sou hipócrita. Portanto, não tenho - sempre - a paciência necessária para as ouvir. Chego a maldizer-me, estou consciente que são as pessoas que fazem as minhas histórias. No entanto, há dias e dias. E dias há em que rejubilo por me relacionar pontualmente com algumas pessoas.
Eu estava sentada num banco de uma rua movimentada de Lisboa. Em frente a mim, a porta do número 5 abriu-se e saiu um senhor idoso. Apoiava-se na bengala com vontade mas cambaleava devido ao peso dos anos. Sentou-se ao meu lado e como quem pede licença exclamou qualquer coisa como isto:
- Ah! Deixa-me lá sentar para esquecer as mágoas!
Ainda pensei em não me manifestar, fingir que não tinha ouvido, mas o interesse foi grande logo à partida e resolvi aproveitar a deixa. Virei-me para ele e vi no olhar azul alguma vivacidade. Agarrei-me à deixa e perguntei num repente:
- O senhor acha que conseguimos esquecer as mágoas?
Este episódio já tem meses de acontecido. Tem andado na minha memória, de vez em quando penso nele mas infelizmente o tempo já passado apagou alguns pormenores e agora apenas retenho na memória o grosso deste acontecimento.
O azul dos olhos brilhou mais intensamente. Percebi rapidamente que era um homem muito comunicativo e eu estava receptiva à comunicação. Interessei-me genuinamente pela pessoa que ele aparentava ser e pelo que dizia.
Começou por dizer, respondendo à minha questão, que esquecemos as mágoas por momentos, que devemos descansar delas e que só assim conseguimos suportar as contrariedades da vida. Sabia do que falava, foi psicólogo do exército no tempo da guerra colonial e contou-me vários episódios da sua vida profissional. Alguns desses episódios eram sigilosos e ele relatava-os sussurrando. E eu, se quis ouvir, e queria, tive que me abeirar dele e chegar o ouvido o mais possível.
Estivemos uns bons quinze minutos à conversa, o que para mim é um verdadeiro record porque não sou conversadora nem muito concentrada em conversas por aí além. Eu, conversadora e atenta à conversa... é obra! Por isso e pelo que escrevi no início deste post, talvez, este episódio tenha sido tão especial.

O tempo passa e as coisas mudam... um bocado...


Agora somos uns pais um bocado para o diferente de há uns anos atrás: a rica filha, quando não lhe apetece, ou quando não tem guito para ir a um jantar com os amigos, pergunta se a gente não se importa que ela use a desculpa de que nós não a deixamos ir...

A horas, a-normalmente


Às vinte horas em ponto estávamos sentados a jantar. Até me sinto tendo uma família normal, daquelas que janta numa hora normal. Não percebo muito bem, então, porque raio é que estou a fazer um post de uma coisa tão normal... É porque a acho anormal, só pode.

Lindo!


Sim eu sei, está lindo! Tenho uma imaginação do caraças! Sou fantástica! Sou criativa! A parede, e até toda a sala ficou muito mais alegre.
Eu sei, eu sei, também sou pretensiosa e vaidosa*...




*Mas isso não tem interesse. Já o resto... São os ricos filhos quando tinham quatro anos e qualquer coisa, ela, e um ano e tal, ele. Pelas minhas contas corria o ano 1996.


E eis que umas horas depois do post anterior, acho que...


... Tenho frieiras.

Acho que...


... Deviam instaurar regras de trânsito nos hipermercados. É difícil conduzir lá.

... Hoje não era preciso comprar farinha e açúcar, já cá haviam três pacotes de quilo de cada.

... Aspirar e cantar músicas da Celine Dion é muito bom. Bem como da Beyonce, da Sinead O'Connor, Cindy Lauper e outro(a)s que tais, é bom.

... O meu televisor diz LG porque é do Luís e da Gina, não que a outra meia dúzia de televisores que existem nesta casa a nós não pertença, só por dizer que aquele pertence mais.

... Já num post anterior alertei os leitores para o facto de os posts deste blogue ao fim de semana piorarem um pouquito (mais...).

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O Natal do pessoal do lixo


Eram dois. Pequeninos, rechonchudos, faces luzidias, olhos brilhantes. Simples, sorridentes e muito simpáticos.
- Bom dia! - diz um deles, o outro mantinha o silêncio naquela postura de bêbado alegre e bem disposto. Um bêbado são, vá lá, que eles também existem. -A gente somos o pessoal do lixo e vínhamos cá para desejar as boas festas! - Esperançado, o sorriso alargara, mostrando a dentadura.
Deu-me logo vontade de rir, tanto pela aparência deles como pelo cómico da situação, porque em boa verdade eles queriam algo mas não o estavam a pedir directamente. Não contive um:
- E...?
Depois já não aguentei mais e desmanchei-me a rir e eles também. O que se mantivera calado desabrochou e disse por entre as gargalhadas:
- Atão, a gente queríamos saber se a senhora dá alguma coisinha aqui ao pessoal... - Ainda ríamos os três... Lá dei alguma coisinha, claro. Tomem lá, ó pessoal do lixo. Como não dar?! E eu lá consigo dizer que não a quem me faz rir? Diverti-me tanto...

Telefonema


Telefonaram-me para me «fazer umas perguntinhas para um estudo de mercado». Quando questionei se seria «demorado?», responderam-me que «levava apenas uns minutinhos» e eu pensei: bem... se são minutinhos deve ter cinquenta segundos cada minutinho... para aí... mesmo assim é capaz de levar algum tempo... mas pronto, o homem 'tá a ver se apresenta serviço, coitado, eu ajudo e tal, pensei, não disse. Mas disse «OK, vá lá, diga lá então mas olhe que eu 'tou a trabalhar!». Ah e «não se preocupe, minha senhora que isto não demora nada».
A primeira pergunta foi «a sua idade?». Mau maria!... Lá disse... Queres ver que este agora de seguida pergunta-me o nome e depois já vai querer saber o email? Mas não. Eram perguntas de marcas e eu dizia as marcas que me lembrava. Marcas de artigos de papelaria, de carros, de bebidas energéticas, de agências de viagens, de vinho do porto... Vinho do porto? Não me lembrei de marca nenhuma. Esta é a pessoa errada, ó pá, desculpa lá! Ah e «não se lembra, não faz mal, minha senhora».
Fêmea que é fêmea não conhece, logo não se lembra, de marcas de vinhos do porto, ? Eu cá acho que é!
Ah e «agora só precisava que a senhora me dissesse o seu nome...». Ai o caraças... Queres ver que é agora que ele vai pedir o email? Mas não... Ah e «obrigada, dona Gina, e muito boa tarde!»
Ah e «de nada!» deixa lá isso, filho... A gente 'tá aqui para se ajudar uns aos outros... É Natal e tudo.

Um santo Natal!


As pessoas não se deviam desejar um santo Natal. Não com isto sendo tudo uma cambada de prevaricadores e ímpios...

Aos ouvintes da Radio Comercial...


... E é, também, muito ao jeito do locutor Diogo Beja que digo:

(Só tenho pena de não haver maneira de pôr a tocar aquela música tão profunda que mais parece um hino fúnebre mas imaginemo-la, então.)

Valia a pena pensar nisto...

Será que eu sou a única pessoa neste mundo...
Que acha...
A nova música da Ana Free...
Sem tirar nem pôr...
Igual, igual...
À primeira que tanto se ouviu...
Nesta estação de radio?...


quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

!!!


Vi um senhor parar à porta da loja, sacar do telemóvel, apontá-lo ao interior e fazer clique. Fiquei estupefacta. Não se faz, pá! Só quem tem direito a andar feita maluca clicando aqui e ali sou eu. Há que ver: não estou minimamente habituada a este tipo de notoriedade e de interesse por parte dos outros.
Comecei logo a imaginar que o homem tem um blogue, como eu, que de vez em quando o ilustra com fotografias, como eu, ou que tem um interesse especial por tudo e mais alguma coisa, como eu, e que depois desenvolve esse interesse escrevendo, como eu...

O cão


- Olá meu amor! já me disseram que tu gostaste muito do passeio! - Ouvi eu alguém dizer numa voz carinhosa e cheia de mimo. A pessoa baixara-se e afagava o dorso de um cachorro... Quem diria?!
Convém acrescentar que gosto de animais, antes que aqui a apareça a sociedade que os protege, ao sério, gosto mesmo. Mas há cães que têm uma vida melhor que a minha. A vida de cão já não é o que era... E mais não digo!

lenga-lenga


toda a vida
deu comida
deu ao fio
deu à tia
deu à toa
deu à tola

        toda a tola
        tem um dom
        toda a tola
        tem um dote
        dá a todo
        doido tolo
        um tremendo

        piparote


Lucinda Atalaia in:
'Ler...
Ouvir...
E cantar
Os pais com os filhos'


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

S


Gosto de imaginar-me simpática. Não o sou. Ou não o sou natural e primeiramente. Não o sou porque não consigo, não me entendo com as pessoas se for simpática num primeiro contacto e, se o for, não o serei naturalmente, será uma simpatia forçada. E é tão mau forçar-me a ser qualquer coisa...
Mas gosto de imaginar-me simpática. Gosto mesmo.
Dizem que nós somos o que gostaríamos de ser. Hum... Eu ia gostar tanto que isto fosse verdade! Ia gostar mesmo.

Excerto de um poema


(...)
Natal! Natal(diziam)! E acontecia.
Como se fosse na palavra a rosa brava
acontecia. E era dezembro que floria.
Era um vulcão. E no teu corpo a flor e a lava.
E era na lava a rosa e a palavra.
Todo o tempo num só tempo: nascimento da poesia
(...)

Manuel Alegre


Vinha escrito numa etiqueta colada a um livro que comprei para oferecer este Natal. Achei tão bonito que fica aqui também.

Pensamento


Considero bem verdadeiro que se centrarmos a atenção em algo intenso e bom, as coisas más desaparecerão mesmo que apenas por algum tempo. Bem como considero tão verdade como a anterior que isso é uma forma egoísta de pensar, muito embora subtil, tão subtil que a maioria das pessoas nem dá por ela.
As afirmações que faço no parágrafo anterior talvez causem estranheza. E as conclusões, cheguei a elas porque penso tanto, tanto, que tudo é uma se torna numa baralhação disforme, e isto não chegando a saber se sou eu me baralho e deformo as coisas, a vida.
Quando chego a este ponto acho que tudo não passa de mentiras pegadas umas às outras, sem ponta nenhuma por onde se lhes pegue.


O Tempo


Fui à baixa. Quando me preparava para comprar o bilhete de metro na máquina automática vi um caído no compartimento para onde caem os bilhetes acabados de comprar. Estaria válido? Experimentei, estava muito válido, tão válido que fui de borla até lá. Oh dia mui feliz!
Deambulei, vi as luzes, as montras, as pessoas, ou seja: assisti à vida, ao bulício e fiz parte deles.
Depois, sendo já hora, avancei para o sítio que era o destino final da viagem e, no fundo, o motivo da mesma: alguém me pedira para ir a uma loja que tem tudo quanto sejam peças para compor relógios.
Apanhei o senhor, já velho, mesmo ao início das suas funções, abrindo a grande porta da rua e depois de lhe anunciar ao que ia segui-o subindo as escadas.




Nas escadas tive a sensação de que entrava noutro mundo, um mundo longe dali, era tudo velho e gasto, como o senhor que eu seguia. No primeiro andar ele parou e abriu uma porta, pediu-me para esperar um pouco e entrou para me abrir por dentro a outra porta daquele átrio.
Dei entrada e deparei-me com uma sala cheia de prateleiras com muitas miudezas relativas a mecanismos de relógios e, principalmente com muitos relógios. Relógios para todos os gostos, resmas deles! Fiquei boquiaberta perante tamanho espectáculo. Enquanto o senhor me aviava o pedido eu estava tão fascinada com o lugar que não conseguia fechar a boca. Há algo fantástico e inexplicável que os relógios têm que exercem um grande fascínio sobre as pessoas. Talvez seja a importância que o tempo tem, digo eu.
Perguntei-lhe se podia tirar uma fotografia aos relógios. Mostrou algum espanto e divertimento, que tentou disfarçar e anuiu ao meu pedido. E eu clique!

(ora bem... aqui era suposto estar a fotografia dos já mencionados relógios mas acontece que não tinha o cabo do telemóvel no mesmo sítio onde está o computador que tem o programa que lê as fotografias do meu telemóvel... e acontece que aos relógios só usei o telemóvel para fotografar, atrapalhei-me toda por causa do pedido que fiz ao senhor... e acontece que eu quero mesmo publicar este post hoje... e acontece que eu devia ter muita vergonha de apresentar um post incompleto mas tenho pouca e por isso cá está ele à mesma... e daqui a uns dias ponho aqui a fotografia)

É de salientar que a fotografia mostra apenas uma ínfima parte da quantidade de relógios que por ali haviam expostos.
Depois de tudo bem admirar, saí à rua e enfrentei o resto da jorna com algumas máculas da minha vida abaladas da memória por momentos, ao menos por momentos.



Fotografias: Lisboa, Rua dos Correeiros, em 10 de Dezembro de 2009


Literalmente


Quem anda à chuva, molha-se.
E depois consegue-se piorar o penteado em muito.

Ginásio


Ontem fiz* a espargata, aquilo dói um bocadinho. Hoje dói mais e 'tou aqui que não posso. E ainda tenho em mim a certeza que amanhã vai doer mais...

*Leia-se: tentei fazer.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Especialidade


O post anterior fala de trabalho e este vai falar de patrão. Intitulei o post de 'especialidade' porque sou uma pessoa particularmente especial. Ninguém sabe que sou particularmente especial ou sequer que sou especialmente particular mas não faz mal, eu apregoo. Então é assim:

Na Noite da Consoada o meu patrão vai jantar na minha casa. Maravilha! Até já estou a ver o filme, ao meio-dia da véspera de Natal vai ser (espero eu que seja) assim: «Ó Gina, vá,vai lá para casa fazer as filhós e o bolo de noz e o arroz doce e a mousse de chocolate e ajuda lá o teu marido a fazer o polvo e o arroz de pato que eu só como se aquilo tudo for feito hoje e com tempo porque só assim é que as coisas me sabem bem. Já agora aproveita o tempo para decorar a mesa de Natal com vagar para ficar um requinte, e também acaba lá de pôr as bolas na árvore que é para eu arregalar o olho a ver coisas bonitas, bem feitas e cheias de bom gosto. Capricha que eu sei que és capaz!»

E (acho eu que) vai ser assim...

Solução


Tenho uma solução fantástica para a greve que os trabalhadores dos hipermercados (dizem que) vão fazer na véspera de Natal*: venham ao comércio tradicional, àquelas lojas pequeninas, cheias de pó, mal decoradas e feias, aquelas lojas que não lembram a ninguém. Aqui a gente também atende muito bem a clientela apesar do cenário não ser capaz de apelar enchentes. Experimentem, eu sei que vão gostar. Não se acanhem, vá.

*Isto no caso daquilo não se tratar de uma pura e mui rentável manobra de
markting.

Sonhos de uma noite de Outono


Sonhei que salvava peixinhos em grande aflição por causa da poluição e depois também os salvava de uns senhores que lhes queriam fazer muito mal.
Sonhei que era atropelada por um carocha vermelho.

Ele há coisas que só sou em sonhos: benfazeja e atropelada.

Sonhei que alguém me tirava pontos negros do nariz.
Sonhei que vendia chapéus de bebé cujos elásticos não aparentavam qualquer vigor.

Algum poucochinho de realidade teria de haver nos meus sonhos...

Cheira a...


Há senhoras muito bem apessoadas. Senhoras sem vincos ou mácula nem cabelos rebeldes. Senhoras com aquele dom do saber ser e estar e do tudo no sítio. Não sei se cheiram a Channel nº5 mas têm ar de quem cheira a isso. Nesta altura, em vez de a isso, cheiram a rebuçados de mentol.

Sola


As minhas botas têm escrito na sola 'Sexy Queen'. Ainda bem que é na sola, assim não se vê nem se lê. É que a frase estando à vista tenho a certeza que não combinaria com o resto do pacote.

Repentes de ontem com fotografia de hoje




Um senhor mirava a minha montra de boca aberta mostrando a dentadura já velha. Aquela expressão que contei num anterior post, cujo link não figura porque o senhor Blogspot hoje está armado em parvo, adequa-se perfeitamente, o homem parecia um cão com a língua de fora em dia de grande calor, basicamente... Só por dizer que está frio.

Um outro senhor, também ele avançado em idade, aguardava a sua vez na estação dos Correios. Nada de estranho, claro, a não ser quando lhe olhei para os pés - calçava pantufas.

De dentro de um salão de beleza, o cabeleireiro esperando clientes sentado achou por bem acenar-me com a mão. Confundiu-me com alguém mas eu prefiro pensar que tenho um ar muito mais simpático do que imagino.

Na montra de uma garrafeira estavam expostas garrafas de vários tipos de bebidas. Uma dessas bebidas era água das 'Pedras Salgadas' antevendo já a azia própria desta época tão comestiva.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Extra


Fazer horas extraordinárias equivale e ver a Mariazinha às nove da noite pondo o saco do lixo cá fora em traje exageradamente informal: de pijama e robe.
É tão giro ver as intimidades das pessoas, tipo assim as cores do pijama e isso. Gosto mesmo. Aposto que a Mariazinha até já tinha a sopa engolida, a louça lavada e a escorrer no lava-louça e a cafeteira ao lume para fazer a infusão do chá que depois bebe enquanto vê a dúzia de novelas que passa todos os dias na TV.
Mas há mais... há as mariazinhas que não vêm novelas mas escrevem num blogue. Tipo assim eu.

Post do mais gaja que pode haver e mostrando fotografia inútil e tudo



Fim de ano

A dona Estrudes vai fazer a passagem de ano em Marrocos.
Lembrei-me: eu hoje tenho as unhas pintadas dessa cor - Marrocos.
E também me lembrei: isto e aquilo é capaz de ser mais ou menos a mesma coisa...

Blogue de gaja


Ultimamente tenho-me deparado frequentemente com referências a 'blogues de gaja' pela blogosfera afora.
Pela descrição das caractarísticas sobre as quais consiste ter um 'blogue de gaja' acho que o meu não confere com um desses assim - de gaja. Esses assim são fofinhos, com muita bonecada e muita fotografia inútil, e muito superficial, falando do chefe e das colegas mas falando mal, claro está e não relatando nada de nada acerca do que se passa nacional e internacionalmente a nível político, social, cultural e mais não sei quê e ainda tantas outras coisas sábias que toda a gente devia saber.
Acho que o meu blogue não confere com um desses blogues assim - de gaja. Ainda bem? Talvez.
Se calhar até confere... E eu escrevo lá acerca do político-socio-cultural e mais as coisas sábias deste mundo? Eu não. E tem algum mal não escrever acerca do político-socio-cultural e mais as coisas sábias deste mundo? Não, não tem. Eu cá acho que não tem. Não tem, pois não?

Fim de ano


Diz que no fim do ano se deve deitar fora coisas velhas. Hum... deixa cá ver... deito fora aquela minha tia que de cada vez que me vê me lembra que estou mais gorda?

Anoso e anosa dialogando


- Ó senhor Joaquim, diga lá quantos anos é que me dá?
E ele põe-se a olhar atentamente por modo o poder opinar adequadamente.
- Ó senhor Joaquim, não me esteja a olhar para a cara! Já fiz muitas operações, estou velha! A cara não conta!
- Então quer que olhe para onde? A senhora tem o resto tudo escondido!
- Ó senhor Joaquim… - Reponde ela fingindo o melindre e escondendo a malícia.

Sítio


Tenho ouvido na radio acerca de um site chamado ajudahomemlixa.com. Agora, os homens-lixa já podem descansar, finalmente lhes chegou o socorro. Já não arranham ninguém nem se lhes acaba relação nenhuma. Pelo menos é o que os do site garantem…

The weather




Pôôô-rra!

Ca frio!

Chiça!

Bolas mais o caraças do frio!

Raisparta isto, pá!

Ca ganda porra!



Resumindo: porra para o frio mais o raio que o parta aos bocadinhos e depois o faça desaparecer.
Já agora: o título deste post está em inglês, não que isso me agrade por aí além, é antes porque já não sei que título dar aos meus posts acerca do caraças do frio e assim em inglês sempre fica diferente.

Acerca da fotografia:
Lousa, em 6 de Dezembro de 2009. Talvez o dia mais chuvoso deste Outono até agora. Por causa da chuva contida na fotografia e apesar da existência de uma dúvida que é: notar-se-á na fotografia que estava a chover nesse ainda não muito longínquo dia(?), é bem capaz desta fotografia destoar do tema do post. Mas... como aqui sou eu quem manda e se foi a mim que apeteceu pôr aqui esta fotografia, precisamente esta, pois então seja e já está!

domingo, 13 de dezembro de 2009

Blogosfera


«A blogosfera é assim como um prédio com muitos vizinhos, em que todos se assomam à janela e se veêm mutuamente.», li eu um dia numa revista.
Concordo, a blogosfera é assim, um bairro com muitas ruas e rotundas, ou uma praceta resguardada, ou ainda mais restrito, um prédio onde só entram alguns.
Na blogosfera, eu aparentemente estou num prédio onde só entram cinco pessoas mais coisa menos coisa...

Domingo


Ao fim de semana o que escrevo difere estéril e descaradamente dos restantes dias.

Não sei se se nota mas sei que noto.

Melão


Rico filho: - Mãe, isto é um melão ou uma abóbora?!

Mãe: - É uma abóbora, pá!

Rico filho: - Ah... 'tava a ver...


Umas horas depois...

Rica filha: - Mãe, aquilo é uma abóbora ou um melão?!

Mãe: - É uma abóbora.

Rica filha: - Oh que pena! Se fosse um melão sempre podia dizer que não comia...

Mãe: - Pois é, vais comê-la na sopa...



Antecipandamente peço: que não se ligue à qualidade desta foto bem como ao cenário onde a mesma foi tirada, por favor. E agora pergunto: Aquilo parece um melão?!


Comprar


Há coisas que sempre que vou às compras, compro, mesmo que ainda haja armazenamento na despensa. Coisas como: leite, bolachas, farinha e açúcar.
Eh pá, faz-me impressãozinha não comprar estas coisas, pronto...

Notícias do Continente


A minha lista das necessidades que tenho em falta na despensa e frigorífico, levava-a escrita numa folhinha de 10x15, para aí, arrancada do memorando que tenho pendurado na parede da cozinha. Aquele memorando que senhor Marquez me deu um dia que fui lá com o Luís para lhe fazer um trabalhito que já nem me lembro qual.
Mas há pessoas em grande, muito mais em grande que eu, que tenho um senhor Marquez na minha vida que me dá memorandos e tudo, vi uma senhora no Continente que passeava a lista, escrita por ela ou então não, num caderno A5 daqueles de argolas.

Ah! E vi um pai natal mas em mãe e em amarelo. Bebi um café. Comprei porcarias, utilidades e futilidades.

É uma pena...


... Mas o meu caixote do lixo é um cocó, diz a rica filha. Diz que tem que se descalçar para carregar no pedal, que é pequenino e que as pantufas não a deixam lá chegar por modo a abrir a tampa.

Domingo


A minhas mãos têm impregnado o cheiro do óleo de cedro e acho que há coisas que não deviam existir. Atrás dos móveis, por exemplo, o 'atrás dos móveis' é qualquer coisa que não devia existir.
Já uma lei a proibir limpezas domésticas ao Domingo é algo que devia existir.
E agora vou ali apanhar uma pedrada de amoníaco limpando os vidros. Vidros também é uma coisa que não devia existir.
Despeço-me até já porque eu quero ainda cá vir hoje.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Há coisas que não deviam acontecer na vida de uma mulher...


Hoje conversei com um homem na minha caótica cozinha, a panela que ontem aqueceu a sopa comida ao jantar ainda em cima do fogão e chocolate em pó derramado em cima da toalha pelos meus ricos filhos logo pela manhã, as mochilas do ginásio à porta, tudo coisas assim, e não estivesse ao corrente dia um sol esplendoroso e até cuecas nos pinásios das cadeiras existiriam. Isso e um ou dois soutiens na maçaneta da porta. Ainda bem que por ora não chove.
E eu... Eu envergando vestimenta exageradamente informal. E ainda por cima as conversas eram sobre dores e doenças várias. O homem tinha um incrível ar boémio, uma simpatia, um querido. Queria vender-me um cartão de saúde para doentes.
Mais um que me pediu detalhes da minha vida privada, agora ando nisto, ao que parece. Fartei-me de falar. Espectáculo.
Mesmo assim, há coisas que não deviam acontecer na vida de uma mulher...


O depois do antes


Uma pessoa pede conselhos ao amor dela, acerca de que cor há-de pintar os cabelos e ele diz-lhe que pinte com uma cor mais clara que o costume para mudar e coiso.
Vai daí, a pessoa vai na conversa e compra o louro escuro, ou canela ou o raio, e chegado o dia eis que sim. A pessoa pinta o cabelo convencida que vai ficar uma louraça toda gira, quer dizer... a pessoa até nem queria ficar assim muito, muito louraça mas estava na disposição de parecer diferente. Quando o cabelo seca, é isto:




Qual louraça, qual quê?! Tenho o cabelo mais escuro do que antes! Mas ele gosta, diz que 'tou gira e tal. E eu também.


É tiro e queda!


Assim que acabei de publicar o último post levantei-me daqui para me mexer e fui à varanda. Os lençóis foram apanhados! Oh que alegria, já leram o meu post e fizeram tudo como eu pedi. Que queridinhos! Agora só não vejo as vistas porque está escuro mas não faz mal, vejo amanhã.
Obrigada, caríssimos vizinhos. Bem hajam pelo rápido atendimento ao meu pedido.

Gigi


Ainda acerca de lençóis


Este post serve para informar os meus vizinhos de cima, já que eu tenho a certeza de que lêem o meu blogue, e mais: vão perceber rapidamente quem é a Gigi, como ia dizendo, informo os caríssimos vizinhos que eu já vi bem os lençóis que têm estendidos desde o início da semana. Muito obrigada por me deixarem apreciá-los, há-de ser por isso com certeza que os deixam lá pendurados tanto tempo. Mas eu já vi, obrigada. Têm padrões originais e lindíssimos, têm sim. E também estão encardidos, pois é. Agora tirem-me lá aquilo da frente que eu gosto de ver as vistas da minha varanda, vá.

Gigi

(Aquela malta deve lavar os lençóis juntamente com o fato macaco...)

Lençóis


A vida passa rapidamente. O frio está mesmo apertar está na altura de mudar para lençóis de flanela. A vida passa rapidamente. Os lençóis da rica filha têm ursinhos mimosos, os do rico filho são do Pokemon. Ainda são do tempo das criancices... A vida passa rapidamente.

Porque sim


O ser só é uma das características da minha natureza e creio firmemente que todas as pessoas se sentem sós num ou noutro momento. Isto porque lidamos directamente com a nossa individualidade, o tal ego, sermos o centro do mundo, ou do nosso mundo dá-nos a sensação de que estamos sós, é inevitável.

Há largos meses que escrevi o texto acima. O texto foi ficando ali nos meus rascunhos sem razão definida até hoje, que me chegou a vontade de o publicar, vontade essa também ela sem razão definida.
Escrevi o texto quando descobri a inevitabilidade da solidão e que esta é inerente ao ser humano. Quer faça, diga ou seja, a verdade é que estou sempre sozinha.


Meio dia


Ao meio dia na minha varanda cheirava a Inverno quente. Agora, às cinco e meia, cheira só a Inverno.

5 manias das minhas


Fui desafia pela Vera a divulgar 5 manias das minhas.
Entretanto, depois de lhe dizer: «sim senhora, respondo», lembrei-me que já em tempos idos respondi a este desafio. Com o tempo passando muita coisa pode acontecer e muito se pode alterar na maneira como nos vemos, achei que seria interessante fazer isto de novo nomeando 5 manias e só depois ir ver o que respondi há tempos para comparar e saber se continuo a e na mesma. Então lá vai:


Tenho a mania...


(1) ... Que sou parva, gira, gorda e engraçada.

(2) ... De cheirar o que vou comer.

(3) ... De pendurar os cabides todos para o mesmo lado.

(4) ... De colocar o papel higiénico sempre na mesma posição.

(5) ... De olhar para o cimo dos prédios, bem como de querer lá ir, ainda que as alturas sejam uma coisa que me aflige em muito.


E agora vamos lá ver se estou diferente neste post que curiosamente faz precisamente hoje três anos que foi publicado. Diz que não há coincidências mas eu acho que as há. É assim mais ou menos como as bruxas...


Adenda em letra pequenina para ver se ninguém dá por ela

A(s) mania(s) número 1, talvez não sejam manias, talvez sejam a pura verdade...

Psicotécnico...


Será assim que isto se escreve?!

Há dias em que me apercebo de uma realidade suave: ainda bem que não tenho muitos leitores ou já teria sido banida daqui por tão maltratar a língua mãe devido às palavras que desconheço...


«Não foram encontrados erros ortográficos» diz o senhor Blogspot em relação a este post. Menos mal... O pior é que corrector ortográfico não contempla o título. Paciência...

Ouvidos


(cliente desconfiada)
- Então quer dizer que isto dá mesmo?

(vendedora inabalável na sua convicção)
- Dá, sim. Pode levar à confiança.

(cliente consternada e também muito esperançada)
- Deus a ouça…

(vendedora pensativa, fingindo-se repleta de sabedoria)
- Hum... acho que Ele deve estar a ouvir...


quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Abuso


Eu escrevo no horário de expediente. A maioria dos leitores já sabe isto mas como andam aqui leitores novos eu repito: trabalho numa loja e escrevo de porta aberta, gasto o tempo que alguém me paga para trabalhar, trabalhando e... escrevendo. Esta possibilidade que tenho para além de muito agradável e bem-vinda é também o principal motivo pelo qual escrevo tanto. E agora é assim:

Entrou uma senhora para tirar uma fotocópia e eu, estando a meio de um pensamento espectacular que queria tanto, mas tanto escrever, tenho o desplante de dizer à cliente:
- Enquanto a senhora vai tirando o documento de dentro da mala eu vou só aqui acabar de escrever uma coisa, está bem?

Vocação


- Ah, eu quando andava a estudar fiz testes psicotécnicos e deu-me para psicologia.
- Eu...
- E ainda fiz uma data deles!
- Ah...
- Mas depois decidi-me pela engenharia.
- Eu...
- Mas gosto...
- ...
- Gosto mesmo de ouvir o que as pessoas têm a dizer.
- ...


Gostas, gostas! Então não gostas!

Luz


O senhor Comandante comprou-me uma lâmpada de 150 velas, daquelas que já não se usam nem ninguém, excepto o próprio, deseja comprar por tão obsoletas serem. Diz ele que é para iluminar a sala na noite de Natal, para se ver bem o que estão a comer.
Depois disto fiquei com a ideia que este homem não vê o que come em todos os outros dias do ano e que a época natalícia é mesmo muito especial para alguns.

... deixa lá isso!


Diz ele muito entusiasmado que se ingerirmos três colheres de sopa de carvão em pó logo seguido de veneno para matar ratos, que não morremos pois o carvão absorve todo o veneno.
Bem... eu acho que não vou experimentar para ver se ele fala verdade. Fico na dúvida, preferencialmente.

Em dia de chuva...


... Numa das estações de Metro por onde passei, havia uma escada de acesso cortada, aborrecendo a malta com a volta a dar. A desculpa grafada em cartaz visível era que o piso se encontrava escorregadio.
Muito medo tem esta gente de escorregadelas. Se fosse das quedas ou dos membros partidos eu ainda compreendia. Agora escorregar? Escorregar nunca é cair!

Azedas de Terça-feira


Eis a azeda de que falei neste post. A bem dizer são várias azedas no mesmo pé. É isso o que achei tão fantástico e queria mostrar. Vá, agora já podes desmentir-me, leitor(a): esta foto está fantástica, não está?



Gelo


Quero mandar o frio p'ra porra! Dizer-lhe que já me chega de cieiro, de dores e de frieiras.

Mas o frio faz a malta falar e hoje ouvi duas frases que considero engraçadas ou não figurariam aqui e proferidas pela mesma pessoa, curiosamente:

'Eh! Anda tudo com a língua nas orelhas!'

'Brrrr! Até se me cola o cabelinho, pá!'

Causa


É por causa disto que as pessoas têm vontade de morrer: parece que está tudo bem mas não está. Não há uma só coisa que preste, que alegre. Uma só, não há. E depois, a tristeza é tão imensa e mesmo imensa não se vê. Está tudo mal e parece que está tudo bem e é por isso mesmo que as pessoas querem morrer.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Legitimidade


É legítimo, penso eu, sentir-me triste. Mesmo enlaçada e protegida pelo amor, assistida pela sorte, contemplada com a saúde, é legítimo sentir-me triste.
Tanto não quero sentir tristeza que acrescento a esta uma outra tristeza muito maior: a de que não sou digna de me sentir triste por não ter nada de que me queixar. Porque na minha vida é tudo bom e tudo maravilhoso e tudo sim senhor e assim sendo não tenho nada que estar triste porque sou uma privilegiada e uma sortuda e mais não sei quê.
E assim, tenho duas tristezas para superar: a tristeza propriamente dita e a tristeza por ser indigna de sentir tristeza.
E assim me sinto duas vezes triste quando uma bastava.
Estou triste.

Livros & café


Subi a avenida e atravessei a praça sentindo os pés entesarem e picos nas pontas dos dedos das mãos, isto por causa do frio.
Entrei na Livraria Barata e fiquei por lá admirando aquilo. Estava quentinho ali.
Sentei-me para beber o café. Agora é moda os livros mais os cafés serem apreciados em conjunto, e eu, gostando de ambos, estou feliz com essa união.
A seguir ao café voltei de novo aos livros e por lá fiquei até as mãos se me aquecerem tanto que latejavam.
Se hoje às duas da tarde alguém andou ali, fique sabendo que esteve no mesmo espaço físico que eu. Estava lá uma mulher de olhar triste e ausente. Era eu.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O banco de trás


De manhã saímos todos, os quatro. À vinda para cá deixámos o rico filho em determinado sítio e continuámos viagem. Assim que ele saíu a rica filha disse:
- Ainda bem que eu tenho um irmão! Já viram o que era ter este banco todo só para mim?!
Parecia que estava a sentir um arrepio, teve a percepção da solidão que seria não ter um irmão e essa ideia desagradou-lhe. A rica filha é uma jovem adulta com uma sensibilidade peculiar. E isto talvez seja o meu coração de mãe vendo e sentindo mas não faz mal nenhum ficar aqui registado este pequeno episódio. Já que há blogue para registar coisas, até posso acrescentar que esta coisa está muito bem vista. Por mim, claro. Mas o tributo é da rica filha, ela é que me fez escrever este post.


Jantar II


Não mostro os scones nem a canjinha. Aquilo não ficou nada bem.
Os scones: pareciam nem sei o quê, talvez o chão de Marte mas em amarelo, não em vermelho, cheio de altos e baixos e rachas, formando um quadriculado ao jeito de pied de poule, para aí.
A
canjinha: achei que nem precisaria seguir a receita por pensar tê-la de cor na mioleira, mas acontece que me esqueci das cenouras, não quis pôr o pão, o caldo era de carne, não havia hortelã no frigirífico mas pus-lhe baguinhos de arroz carolino e miúdos de frango e os ovos. Estes são o único igrediente em comum com a tal receita...
Aquilo não ficou nada bem mas só à vista, porque comer, comeu-se. E comeu-se sabendo bem.

Adenda

O rico filho perguntou se alguém queria os insides dele porque ele não gosta. Quando questionado acerca do queria ele dizer com os insides respondeu: - Atão! Eu só gosto das partes de fora do frango!

Continuação


Continuo igualinha, igualinha ao uso do costume. A escrita, a minha escrita quero eu dizer, continua igualinha, igualinha. Meia dúzia a dúzia de posts diariamente e sempre tanto por dizer.

Fotos


Tirei umas fotos fantásticas às azedas no Pinheiro de Loures. Queria ilustrar o que escrevi uns posts atrás quando referi que já há azedas apesar de ainda ser cedo para tal. Só que, quando passei as fotos para o computador... caput! Desapareceram! Já corri as pastas todas, não sei onde foram parar...
Menos mal, posso dizer que as fotografias estavam fantásticas sem ninguém me desmentir...

Jantar


Os 'pães de minuto' estão no forno e a canjinha. está ao lume. Os 'pães de minuto' na verdade são scones. O Chefe Silva quis fazer a coisa à portuguesa, e fez muito bem, chamando-lhes 'pães de minuto' mas... vai por mim: aquilo são scones...

Estupefacção


Continuo estupefacta de cada vez que me detenho e observo a minha lista de seguidores. Estão mortos! Os meus seguidores estão (quase todos) mortos! Ou então são muito, muito, muito, muito mais reservados que eu... Mas muito, muito mais.

TV


Continuo a chorar baba e ranho a ver os 'Ídolos'. Deve ser a essência maternal que brota, acho eu.
Conheço de bebé uma das miúdas que anda lá a cantar e, ao que parece, a encantar. Acho que nunca me senti tão próxima ao estrelato como agora...
... estou a brincar. É engraçada a sensação de ver na TV alguém que já anteriormente se conhece fora dela, é só isso. E é também que continuo a chorar baba e ranho e a sentir a maternalidade brotando sempre que vejo aquilo. É também isso.

Viva!


O consumismo, pois. Viva ele! Tenho andado a fazer as compras do Natal e estou maravilhada com isso.
É feio? O consumismo é feio? É ruim? Faz as pessoas egoístas e pobres? Quero eu lá bem saber disso para alguma coisa...

Invencionice


Indiferentante...
Há quem defenda que se podem inventar palavras. Eu não defendo essa ideia, acho que as palavras e até as frases já estão todas inventadas, muito embora não estejam ditas, ouvidas, escritas, lidas por todas as pessoas. Mas isso sou eu que sou esquisita. Esquisita assim como uma coisa rectilínea e inflexível e sem qualquer capacidade para ter tudo no sítio em simultâneo.
Não, não tenho os cinco bem medidos, não... E invento palavras e acho mal inventar palavras. Tanto e tão pouco na mesma cabeça.

Indiferença


A indiferença é o que mais me dói. Bolas! Porque é que eu não provoco reacções nas pessoas? Desgostos e alegrias que sejam, porque é que eu não vejo as pessoas reagirem à minha presença? Porque é que sou sempre tão... como dizer... indiferentante?!

E depois venho para aqui pôr-me a escrever e coiso. Bah!

Certeza


- Estou cheia de frio, tenho o sangue já velho! - Exclamou a velha senhora, cheia de uma pressa que o físico já não acompanha.
É certo. De uma pessoa enrugada e que se arrasta ao invés de andar, é certo ela estar a falar a verdade quando adjectiva de velho o próprio sangue.

?!


Este post não tem palavras no título. Como, ao presente, estou indecisa e espantada com a minha indecisão achei que o título ficava bem como está.
Estou a contrariar-me. Neste preciso momento estou a contrariar-me. Embalam-me os sons do costume e estou no sítio do costume mas estou a forçar-me a não me levantar da cadeira sem ter escrito tudo aquilo que quero dizer a.g.o.r.a.
Não sei que escrever. Estou... indecisa. A minha vida tem andado cheia do que não quero escrever. Por um lado são coisas que não 'devo' escrever, por outro são coisas sobre as quais estou 'farta' de escrever. Há os velhinhos e a velhice, as clientes e as conversas de balcão, as minhas desventuras frente às mais diversas pessoas e também distintas entre si, a minha maneira de ser e as minhas coisas.
As pessoas cansam-me, eu estou cansada da minha pessoa e, pior, muito pior que isso, é o medo que tenho de ser eu a cansar as pessoas com tanta repetição, tanta coisa tão minha.
Acho que preciso criar, de ser novidade para mim. No entanto, por ora vou continuar igualinha, igualinha ao que tem sido. E é por estar e ser igualinha ao que tenho sido que este post vai para o ar antes dos outros todos.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Enquete


Curta conversa de chacha entre duas senhoras
Conversa acerca do tempo, portanto, porque o sol escalda com uma intensidade invulgar para a época:


Senhora rosa - Está mesmo bom hoje!

Senhora azul - Hum - hum. Pois é, está cá um solinho!

Senhora rosa - Está mesmo bom para estar na praia!

Senhora azul - Sim, é por isso que a gente está aqui...


Uma destas senhoras sou eu. Dá para perceber qual?



Há tempos escrevi
este post. Ninguém me respondeu. Não estou a reclamar resposta reescrevendo-o, apenas me lembrei que seria giro para sondagem.

E assim: está aberta a enquete! Querendo, é favor ir lá votar.

A chuva e o Natal


O título não é original, eu sei, ou sequer o tema o é mas a chuva deste dia interessou-me por demais. Comecei por publicar no meu outro blogue (vá, clica lá que vale a pena) e vou continuar aqui também. É a chuva e o Natal. E é assim:








Apito


- Noutro dia vi-te, cruzámo-nos de carro.

- Sério? Quando?

- Até te apitei e tudo e não me ligaste nenhuma...

- Mas quando?

- Não me lembro em que dia foi...


(Ela não percebeu que o 'quando' não era o que 'realmente' interessava...)


Escolhidas porque sim


São imagens que estão no meu telemóvel e que finalmente foram passadas para o computador. Preguiça e alguma impaciência foram finalmente superadas e eis que é chegada a publicação com respectivo desenvolvimento acerca.

Castro Cola, em Janeiro de 2009.

O átrio de um prédio lisboeta em parte composto por uma secretária e cadeira que em tempos terá sido instrumento de trabalho do porteiro dali, em Setembro de 2008.

Eu numa praia espanhola, em Setembro de 2008.
O Garfield, um gato estranho de apenas uma orelha, a outra foi arrancada pelo amiguinho rottweiler que vive na mesma casa. Coisas da vida de um gato... e de um cão.



Estufa Fria, em Março de 2008.
Os ricos filhos, em 27 de Dezembro de 2007. Uma das primeiras fotos do meu telemóvel.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Desentendimento


Não sei se se percebe isto, acho que não mas vou dizer à mesma:

Eu hoje andei o dia inteiro a correr e não fiz nada.

Ainda bem


Esta é a altura do ano em que folgo por não ser perú nem bacalhau.
Pensando bem, também é muito bom eu não ser uma couve, uma batata, uma abóbora...

Eu e mais as eventuais trocas


Fui às compras do Natal. Olhei para uma camisola e gostei dela mas não me apetecia nada estar a experimentar. Mirei-a bem e voltei a mirá-la e achei que me assentaria bem. No entanto, preferi jogar pelo seguro e perguntar à senhora da caixa se poderia trocar em caso de necessidade e blá blá blá. E ela respondeu… brilhantemente:
. De certeza que fica bem, a senhora tem um corpo bem feitinho.

Ah como eu queria ser inteligente assim no meu balcão!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Confissão


Bolas! Estava a ver que não me chegavam outros assuntos para posts para além do estado do tempo... Tinha já umas saudades do caraças disto aqui.


(Bem vinda, Gigi.
Obrigada, Gina!)

16:03


Eram dezasseis e picos quando me entra alguém por ali adentro.
- Olhe, faça-me um favorzinho...
Olhei e vi a senhora que arranjou as unhas logo depois de mim. Pousou a mala no balcão e abriu-a com as mãos tesas (conheço tão bem estes tiques, fiz o mesmo enquanto media o cabo d'aço) e pediu encarecidamente:
- Tire-me daqui um cigarro...
E eu tirei, pois que não sinto qualquer défice de solidariedade feminina.

Infelicidade


Uma mulher de quarenta e um anos, cheia de dores pelo corpinho todo, gorda que só visto, com olheiras até ao queixo e uma borbulha de cabeça branca e auréola vermelha especada mesmo na pontinha do nariz tornando-o bem maior e pontiagudo do que já é, é, sem tirar nem pôr, uma mulher infeliz.

Amanhã vou às compras do Natal. Está decidido.

Atraso


O Zé estava cansado de esperar o autocarro ali no Vale Escuro, onde é o fim e o princípio da linha do nº 6. Estava mesmo lixado, contou-me ele.
Àquela hora já tinha um copito a mais, vi-lhe um brilho vidrado no olhar. Fitava-me como se não me visse, ou como se o fizesse através de qualquer coisa invisível.
Continuou contando de «uma gaja» que estava na paragem e parecia tão lixada como ele. Ao fim de tanto esperar, viu-a passar para o lado de lá, apanhar o autocarro que ia no sentido oposto e viu-a regressar no autocarro que ele apanhou. Ou seja: «Estive ali para nada! Já viste a gaja? Andou a passear e eu ali!»
O Zé conta-me coisas. E adora-me mas não sei porquê. Quer dizer... sei mas não vou dizer.