quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O Tempo


Fui à baixa. Quando me preparava para comprar o bilhete de metro na máquina automática vi um caído no compartimento para onde caem os bilhetes acabados de comprar. Estaria válido? Experimentei, estava muito válido, tão válido que fui de borla até lá. Oh dia mui feliz!
Deambulei, vi as luzes, as montras, as pessoas, ou seja: assisti à vida, ao bulício e fiz parte deles.
Depois, sendo já hora, avancei para o sítio que era o destino final da viagem e, no fundo, o motivo da mesma: alguém me pedira para ir a uma loja que tem tudo quanto sejam peças para compor relógios.
Apanhei o senhor, já velho, mesmo ao início das suas funções, abrindo a grande porta da rua e depois de lhe anunciar ao que ia segui-o subindo as escadas.




Nas escadas tive a sensação de que entrava noutro mundo, um mundo longe dali, era tudo velho e gasto, como o senhor que eu seguia. No primeiro andar ele parou e abriu uma porta, pediu-me para esperar um pouco e entrou para me abrir por dentro a outra porta daquele átrio.
Dei entrada e deparei-me com uma sala cheia de prateleiras com muitas miudezas relativas a mecanismos de relógios e, principalmente com muitos relógios. Relógios para todos os gostos, resmas deles! Fiquei boquiaberta perante tamanho espectáculo. Enquanto o senhor me aviava o pedido eu estava tão fascinada com o lugar que não conseguia fechar a boca. Há algo fantástico e inexplicável que os relógios têm que exercem um grande fascínio sobre as pessoas. Talvez seja a importância que o tempo tem, digo eu.
Perguntei-lhe se podia tirar uma fotografia aos relógios. Mostrou algum espanto e divertimento, que tentou disfarçar e anuiu ao meu pedido. E eu clique!

(ora bem... aqui era suposto estar a fotografia dos já mencionados relógios mas acontece que não tinha o cabo do telemóvel no mesmo sítio onde está o computador que tem o programa que lê as fotografias do meu telemóvel... e acontece que aos relógios só usei o telemóvel para fotografar, atrapalhei-me toda por causa do pedido que fiz ao senhor... e acontece que eu quero mesmo publicar este post hoje... e acontece que eu devia ter muita vergonha de apresentar um post incompleto mas tenho pouca e por isso cá está ele à mesma... e daqui a uns dias ponho aqui a fotografia)

É de salientar que a fotografia mostra apenas uma ínfima parte da quantidade de relógios que por ali haviam expostos.
Depois de tudo bem admirar, saí à rua e enfrentei o resto da jorna com algumas máculas da minha vida abaladas da memória por momentos, ao menos por momentos.



Fotografias: Lisboa, Rua dos Correeiros, em 10 de Dezembro de 2009


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