quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Estou de férias e não tenho histórias. Há quase duas semanas que não vendo, que não faço registos e trocos, que não penso:

"adeus boa tarde e vai para o raio que te parta!"
ou
"ai... onde é que eu vou arranjar paciência para aturar este gajo...?"

que não ouço dizer:

"quê!? tão caro!?"
ou
"olhe... tem cá coisos de 'cetona?"
ou
"compro sempre tudo aqui mas já há muito tempo que aqui não vinha"
ou
"queria corda para assim tipo pendurar a roupa"

que não respondo coisas do género:

"pode falar comigo acerca dquilo que quiser... desembuche que eu logo lhe digo se pode continuar ou não"
ou
"um quilinho é um quilo pequenino portanto é menos de um quilo, não é?"
ou
"se eu soubesse fazer dinheiro não estava aqui a olhar para si".
ou
"ah... lamento mas só vai conseguir ver-me a mim..."

Em suma, por muito que me custe (e custa!) a minha profissão dá-me uma visão muito peculiar, direi até extensa porque, em parte por causa do blog, habituei-me a observar as pessoas pelo contacto directo, julgando e opinando mas não condenando e parece-me que consigo ter uma certa distância o que me permite ser totalmente imparcial naquilo que escrevo. Observo, concluo e emito as opiniões aqui. Só isso.
O meu blog é um reflexo do que observo durante o dia no horário de expediente ou no grande intervalo de almoço. Se não tivesse esta profissão eu não teria tantas histórias para contar, o meu blog não seria escrito da maneira que é.
Não estou triste por não estar no local de trabalho, nem estou com saudades de lá estar. Estou triste por que queria ter histórias e não as vou ter se não sair de casa...

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