quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Praxe

A Alameda anda cheia de praxes, hoje lá estavam os estudantes às centenas. Os praxados (ai coitadinhos!) e os praxantes (ai que mauzinhos!).
Alguns, de tanto gritar e brincar ficavam com a garganta seca e iam à pressa beber uma bejeca para logo voltar à brincadeira da praxe. Muita bejeca emborcaram eles...!
Que barulheira a tarde inteira. Até pareciam os meninos ali do colégio infantil aquando dos passeios ao Jardim Zoológico ou ao Aquário Vasco da Gama.
Hummm... não é bem assim. As vozes dos meninos do colégio são dispersas, agudas e estridentes e andam em fila indiana aos pares e de mãozinhas dadas para não se perderem dos monitores que os guiam. Os estudantes, ao contrário, não têm monitor e estão todos ao monte a ver (ou a fazer) a festa, berram frases e cantilenas em uníssono e alguns deles (os coitadinhos) iam adorar perder-se dos restantes (os mauzinhos)... era tão bom.
Continuando - entraram-me dois devidamente fardados pela loja dentro e pediram-me o insecticida Bio Kill. Quando souberam o preço entreolharam-se. Percebi imediatamente que aquilo era para brincar às praxes e referi:
- Se é para brincar é capaz de ser caro.
- Pois, eu vou explicar - respondeu um deles - a gente somos de Química e não gostamos dos gajos de Biologia e isto era para fingir que os matávamos. A piada disto era dizer Bio Kill.
Tive uma ideia que expus imediatamente, eles compravam-me um pulverizador daqueles de pulverizar plantas e escreviam Bio Kill em letras verdes (eu até lhes emprestava a caneta e tudo!) para simular uma verdadeira embalagem de Bio Kill. Eles assim fizeram e lá foram todos contentes brincar às praxes...

2 comentários:

V. disse...

As praxes continuam perigosas... espero que não lhes tivesse passado pela cabeça pulverizar mesmo o bio kill!

Mas as coisas mudaram desde o meu tempo. No meu tempo praxavam-se "à séria" os caloiros do curso e não os dos outros cursos.

Sempre detestei as praxes.

Em geologia nós fazíamos uma pasta de argila (daquelas que fazem bem à pele) e besuntávamos os caloiros ocmisso. Não fazia mal mas eles ficavam todos aborrecidos.

A única vez que fui praxar salvei o meu caloiro do banho nojento que o resto do grupo quis dar, no Rossio. Que nojo. Ele tinha que se ir embora e eu também. E pronto. Ficámos assim madrinha e afilhado. E amigos :) Eu salvei-o na praxe e ele ajudou-me no curso.

Gina G disse...

Não, tal como escrevi, eles compraram um pulverizador vazio e escreveram "Bio Kill" a letras verdes para simular um verdadeiro "Bio Kill".

Que alívio deve ter sentido o teu caloiro...:)