segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Volta
ou
Um dia a casa vem abaixo I


Não que tenha sido grande, a volta desta manhã, não foi. Fui só até ali mirar esta casa de perto (ver fotos abaixo) porque há alguns meses que ela me atrai o olhar. Aqui em Loures não há muitas casas de tão grande imponência. E esta tem associada aquele misticismo que todas as casas parcialmente destruídas possuem, em particular devido às suas dimensões. Talvez isso se deva ao abandono e sossego do lugar.
E lá fui eu, debaixo do sol que àquela hora já escaldava a pele, só porque queria ver a casa de perto e apeada.
Devo dizer que fui criada nestas paragens mas com a chegada da idade adulta acabei por adquirir alguns receios semelhantes aos de alguém que só vê é cimento e tijolos à frente e, agora, já não me sinto uma menina do campo. Assustam-me os bichos e não gosto dos arranhões das silvas. Senti muito a falta do meu amor, o passeio teria sido tão mais interessante se tivesse a companhia dele... Adiante.
Ia eu por ali, divagando em pensamentos rebuscados lá no fundo da mente, numa tentativa de me fazer esquecer os bicharocos do mato, quando ouço passos apressados. Olhei para o lado de onde vinha o barulho e vejo um atleta correndo. Não contive um sobressalto... De costas para ele segui caminho por ali. Neste momento já o corredor se chegava a mim, ouvia-lhe a corrida nitidamente quando ouvi outro barulho e dei outro salto. Imagino que tenha divertido o corredor...
«Porra!» murmurei.
Era um bicharoco qualquer nas silvas, sentindo a minha presença. Comecei a sentir algo próximo ao medo, só não era mesmo medo porque eu não estava a deixar. Sou obstinada, quando meto uma ideia na cabeça dificilmente me demovo do que quero fazer. Ali era o caso. Não me deixei invadir pelo medo, continuei. E depois... depois tirei fotografias. Lindas!






Loures, 31 de Agosto de 2009

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