quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Fui ao Continente (outra vez, sim)


Parece que a minha vida hoje se resume a idas ao Continente. Bem, essa é uma verdade em cheio, só é pena ter faltado a observação da menina da caixa dizendo, depois de passado o meu cartão cliente e de se ouvir o pip!: «Ena! É a segunda vez que vem cá hoje! Aqui diz que este cartão passou hoje às dez e vinte e três da manhã!» Para que eu pudesse responder-lhe: «Sim, e veja lá que estacionei exactamente no mesmo lugar do parque, só que agora em vez de serem nove e cinquenta e quatro eram quinze e quarenta e um!» Ia ser tão giro...

Mas não, a minha vida hoje não vai resumir-se apenas a idas ao Continente.

Vi uma senhora lilás - t-shirt lilás, calças lilás, sandálias lilás, brincos/pulseira/colar lilás, maquilhagem lilás... Esta senhora não saberá que existe diversidade? Conjugação? Não, parece que não.

Vou marimbar-me para o anonimato e mais essas parvoíces: vi o Jaime da farmácia e mais a mulher dele que é coxa. Quem tenha crescido no Pinheiro de Loures e tenha até trinta e cinco anos sabe bem de quem é que eu estou a falar. O Jaime da farmácia (cá estou eu outra vez a desafiar o perigo, pensando na eventual casualidade de o Jaime da farmácia encontrar este meu blogue e vir aqui ralhar comigo) dava picas, era enfermeiro para além de farmacêutico, acho eu. O Jaime da farmácia (ui... outra vez...) era gozão p'ra caraças, tinha sempre gracinhas para dizer quando eu lá ia mandada pela minha mãe comprar as aspirinas porque lhe doía a cabeça, ou as pernas, ou outra coisa qualquer. O Jaime da farmácia (ai ai ai) pesava-me naquela balança manual ou que era aquilo. O meu ódio às balanças já vem daí.

O espaço de restauração está agora dividido por uma espécie de biombos, isolando as pessoas. Isto torna o espaço mais íntimo e acolhedor, porém, a mim não me agrada. Quando chegar a ocasião de o usar como é que eu observo as pessoas?! Fico enclausurada, até me deve ser difícil respirar ali metida.

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