Era em Lisboa na Rua do Salitre que eu estava. Há uns anos entrei lá para comprar uma garrafa de água e da janela lá ao fundo vi o jardim que já tantas vezes tinha espiado ao descer a Rua do Salitre sem coragem de entrar até um dia... De notar a data imprssa na fotografia.
Mas ontem, regressando a ontem, vi a porta das traseiras do pequeno restaurante e depois de engolida a sopa e a sandes pedi ao senhor se podia ir espreitar e tirar fotografias. Ele disse-me com pena que não dava para ver o jardim mas que fosse ver e fotografar à minha vontade. E eu fui:
Ainda conversei um bocadinho com o senhor acerca do mau que está o negócio e que esta vida é um stress. Despedi-me e agradeci e pus-me a caminho da baixa. Andei por ali a ver coisas e a distrair-me, espantando os medos sem precedentes que agora tanto me acompanham. Comprei um tecido, não resisti...
Na Avenida da Liberdade vi vir de lá um cego com a bengala tiquetaqueando aqui e ali. Vinha na direção do engraxador. O mesmo não faz mais nada: agarra no banco onde os clientes pôem o pé e o sapato a engraxar e larga com ele, desviando-o do cego, ao invés de o orientar de modo a não esbarrar nos seus pertences. Achei aquilo tão bizarro... Ainda eu acho que estou maluca!
Depois subi, subi, de metro. Praça de Londres, entrei num departamento público, precisava saber umas coisas e tirar umas certas dúvidas, não das existenciais, antes de outra índole.
E depois de tudo esclarecido toca de deambular no pedaço, articulando sílabas sem nexo, e vendo e apreciando mais coisas giras, experimentar até, assim sempre esquecia as sílabas deconexas, mas nada de compras que isto está mau.
Às 15:50 almocei um galão escuro e um croissant cheio de sementes, macrobiótico ou que raio é aquilo, com manteiga. Sentadinha numa mesa de um restaurante que existe nas Galerias Via Venetto, observando as velhinhas sempre tão exageradamente maquilhadas e tendo como som de fundo a bem audível, desagradável e estridente voz da Júlia Pinheiro na TV.
Entretanto, desmoendo tanta comida encontrei isto na Tavessa das Freiras a Arroios que é qualquer coisa de peculiar:
A seguir... fui ao ginásio.
Fiz tudo, tudo, tudo. Fiquei cansada, foi bom. A última frase é um paradoxo, porém, é uma realidade de que eu faço prova em muitas das minhas idas ao ginásio. Ir ao ginásio cansa, é para me cansar que vou ao ginásio. Mas é bom e sabe mesmo bem.
Ontem até arranjei lá um amigo. Um jovem que notoriamente sofre com falta de atenção por parte de quem o rodeia. Tem aquele ar de parvinho, de patinho feio até, é pouco atractivo e ninguém lhe liga. Ajudei-o num exercício, a seu pedido fiz de sua professora.
Este estranho e último caso do dia, dos casos publicáveis, fez-me muito bem. A vida voltou a divertir-me e a distrair-me.
2 comentários:
Eu li!
:)
E assim tiraste valor ao título...
Pensei que só eu leria devido ao texto longo e a tantas fotografias.
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