quarta-feira, 31 de março de 2010

Rebuçados


Tem havido muitos rebuçados na minha vida ultimamente.
Comprei uns brincos e a senhora fez um embrulho semelhante a um rebuçado.
Um dos meus fornecedores devolveu-me uma peça que eu lhe mandara para amostra embrulhada num papel de rebuçado de mel e limão.
Fui a uma loja na baixa onde fazem rebuçados artesanalmente e à vista do cliente, do presumível cliente e do visitante. Eu era uma das presumíveis: fui ver e comprei. Provei duas amostras: melancia e flores. Eram bons, o de melancia bem melhor. Ao momento não havia mais para me amostrar... Acabei por escolher uns que a senhora disse serem fora do comum em paladar e textura: anis e envolvidos em alcaçuz.
Ora bem, aquilo é rebuçado de gajo! Só pode! Eu e outras não os suportamos. Mas... O Clóvis adorou, o Sô Ventura gostou, o Zé do gás também gostou e repetiu, o colega, o senhor Raúl detestou, não foi na onda, o Rodrigo não gostou e o senhor Joaquim nem sequer quis provar. É que o senhor Joaquim sabe de uma história de alcaçuz...
Há muitos anos houve um velhote que andou a carregar sacas de alcaçuz. As sacas eram de sarapilheira e o alcaçuz é um pó que com o andar e o roçar se entranhou na respiração e na pele do homem. Só para terminar: o alcaçuz diz que é um poderoso afrodisíaco... Pobre homem!

Nota: pesquisei, superficialmente, ou seja, não perdi muito tempo com a pesquisa, e não encontrei nada que provasse que o alcaçuz tem propriedades para fazer aquilo ao pobre homem. No entanto a história, que é antiga, persiste. Fica assim, faz de conta que é uma lenda e pronto.


Sem comentários: