Andei em Lisboa às voltas. Gastando o tempo e aproveitando para passear. Outra vez vendo montras e pessoas. As pessoas não me assustam, agora. Comi a minha maçã andando e depois comprei uma queijadinha porque tinha que meter mais alguma coisa para dentro para tomar a porra do comprimido. Era fixe que a senhora doutora me tivesse receitado antes fumar umas ganzas e apanhar umas bebedeiras. Os efeitos que produziriam seriam bem parecidos aos que sinto.
A dada altura fiz-me lembrar uma sem-arbigo: solitária e invisível, carregada de sacos com as mais variadas coisas, inclusivé a bucha. Sempre que queria ver as horas tinha que pousar a trouxa toda no chão e fuçar dentro da mala para descobrir o telemóvel. Bem, nesta parte do telemóvel talvez não me assemelhasse muito uma sem-abrigo...
Depois, quando já anoitecia, sentei-me aqui de onde tirei esta fotografia. O Rio Tejo ficava lá bem à frente, vi partirem uma série de barcos e fiquei a olhá-los no seu percurso até à outra margem. Ali onde eu estava havia um agradável cheiro a rio. Cheirava a Lisboa.
Depois acabou. Larguei aquilo tudo e embrenhei-me de novo no meio das gentes. É indubitável: a vida são as pessoas.
Lisboa - Cais do Sodré, 17 de março de 2010
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