A dona Lurdes aparece-me à porta. Aponta com o indicador o alto da cabeça em movimentos repetitivos, como se o dedo fosse uma broca e ela quisesse furar o crânio. Não conseguindo percebê-la, fiquei parada e dobrada sobre o balcão olhando para ela.
- É que já tenho mais um! Setenta e um! - Apregoa ela, com a expressão dividida entre dois opostos: não sabia se rir, se chorar.
Fui de encontro a ela, dei-lhe os parabéns e votei para que ainda contasse muitos mais e ainda lhe dei dois beijinhos.
Fiquei também com a certeza de que o gesto dela a querer furar a cabeça era mais um ano que lhe entrava por ali adentro.
- É que já tenho mais um! Setenta e um! - Apregoa ela, com a expressão dividida entre dois opostos: não sabia se rir, se chorar.
Fui de encontro a ela, dei-lhe os parabéns e votei para que ainda contasse muitos mais e ainda lhe dei dois beijinhos.
Fiquei também com a certeza de que o gesto dela a querer furar a cabeça era mais um ano que lhe entrava por ali adentro.
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