O meu blogue faz hoje quatro anos. Não comecei nesta página mas noutra: http://verdeagua.blog.com/, em 14 de abril de 2006. O meu primeiro post foi assim:
Estava aqui a ver se me lembrava o que escrever… acho que hoje vai ficar só assim…
Não, não vai. Até porque eu tenho mesmo que começar a escrever aqui para me habituar a estas coisas.
Andei algum tempo a pensar criar um blog e hoje, antes que começasse a pensar muito resolvi fazer logo isto e pronto! Cá estou.
Nunca pensei que o meu blogue atingisse esta idade, está a ficar velho e pesado, acho. Não pensava chegar até aqui, principalmente se levar em conta o teor do meu primeiro post e o meu tipo de escrita em 2006. Houve evolução, é certo que houve. Talvez eu tenha evoluído ao longo dos anos o meu modo de escrever por ter visitantes e leitores, talvez... Mas não é só por isso, até porque leitores há poucos e visitantes nem sei, talvez nem haja nenhum.
O ano passado, neste dia 14 de abril, fiz um post agradecendo aos leitores e tal mas este ano vou pôr o altruísmo de lado e ser narcísica, e felicitar-me a mim e enaltecer a minha prestação como escrevente. Afinal o blogue é meu e eu sou a pedra fundamental, a que o sustém e mantém, estou aqui quase sempre sozinha e cá continuo sempre com vontade de escrever, que não é sempre a mesma, uma vezes está em alta e custo a manter-me 'calada', outras nem por isso.
Finalizo explicando o que tanto me incita a escrever, reeditando (não na íntegra) um post que escrevi há quase dois anos e que descreve em parte o que tem sido para mim esta aventura de patilhar ideias com o mundo.
Escrevo para esquecer e esqueço aquilo que escrevi
Não foi sempre assim mas foi algo a que me habituei propositadamente. Forcei o hábito pela timidez que sentia ao imaginar que alguém viria aqui ler isto.
Ao fim de algum tempo dispensei a timidez - os familiares e amigos a quem revelei a existência do meu blog e convidei a ler as minhas histórias, não vieram mais do que uma vez.
Depois que abalou de mim alguma da frustração que sentia, começou a saber-me muito bem, assim existia uma liberdade que de outro modo não existiria. Apercebi-me disso e vi o lado positivo da questão, virei-me do avesso. Comecei a sentir exactamente o inverso - era muito agradável que não viesse aqui ninguém que penetrasse dentro do meu olhar e conhecesse o tom da minha voz. Afinal de contas, não vinha cá ninguém impor o manual dos bons costumes nem discordar do meu comportamento nem oferecer-se para me ajudar a portar-me benzinho. Apeteceu-me escrever "merda", "porra", "puta" e outras palavras comichosas e peçonhentas e... escrevi! Apeteceu-me escrever que me sinto mal com a minha profissão, que faço comidas insípidas, que não gosto disto ou daquilo, que os homens pensam com a pila, que estou triste, que estou esfuziante de alegria porque vou de férias e... escrevi! A linha que delimita até onde posso ir afastou-se de mim, instigando-me a alcançá-la. Nessa tentativa estiquei-me tanto que me revelei loucamente. Não recuei. Não recuarei.
Na verdade, quando iniciei esta actividade ignorava a existência da loucura que há na liberdade de manifestar o que penso perante o mundo inteiro. Num processo gradual, que ainda hoje gradua, dei largas à imaginação, deixei-me dominar pela dita loucura ignorada até então e deu nisto que hoje se lê por aqui e que me faz voar o pensamento nem sei muito bem por onde mas sei que quero sempre escrever tudo aquilo que vejo, ouço ou sinto. Desenho a minha loucura com as palavras. Isso, sei eu.
Não acho que a minha escrita seja de baixa estirpe, embora não a classifique pela qualidade nem pretendo escrever pela qualidade. Normalmente classifico, ou qualifico, a minha escrita pelo prazer e pela intensidade com que escrevo. É nesse ponto que quero trabalhá-la. (..)
A vida é como uma esfera de grandes dimensões, lisinha e sem planícies ou sombras onde repousar. Viver é estonteante. Eu, por mim, gosto muito de me sentir tonta. E tu?
Estava aqui a ver se me lembrava o que escrever… acho que hoje vai ficar só assim…
Não, não vai. Até porque eu tenho mesmo que começar a escrever aqui para me habituar a estas coisas.
Andei algum tempo a pensar criar um blog e hoje, antes que começasse a pensar muito resolvi fazer logo isto e pronto! Cá estou.
Nunca pensei que o meu blogue atingisse esta idade, está a ficar velho e pesado, acho. Não pensava chegar até aqui, principalmente se levar em conta o teor do meu primeiro post e o meu tipo de escrita em 2006. Houve evolução, é certo que houve. Talvez eu tenha evoluído ao longo dos anos o meu modo de escrever por ter visitantes e leitores, talvez... Mas não é só por isso, até porque leitores há poucos e visitantes nem sei, talvez nem haja nenhum.
O ano passado, neste dia 14 de abril, fiz um post agradecendo aos leitores e tal mas este ano vou pôr o altruísmo de lado e ser narcísica, e felicitar-me a mim e enaltecer a minha prestação como escrevente. Afinal o blogue é meu e eu sou a pedra fundamental, a que o sustém e mantém, estou aqui quase sempre sozinha e cá continuo sempre com vontade de escrever, que não é sempre a mesma, uma vezes está em alta e custo a manter-me 'calada', outras nem por isso.
Finalizo explicando o que tanto me incita a escrever, reeditando (não na íntegra) um post que escrevi há quase dois anos e que descreve em parte o que tem sido para mim esta aventura de patilhar ideias com o mundo.
Escrevo para esquecer e esqueço aquilo que escrevi
Não foi sempre assim mas foi algo a que me habituei propositadamente. Forcei o hábito pela timidez que sentia ao imaginar que alguém viria aqui ler isto.
Ao fim de algum tempo dispensei a timidez - os familiares e amigos a quem revelei a existência do meu blog e convidei a ler as minhas histórias, não vieram mais do que uma vez.
Depois que abalou de mim alguma da frustração que sentia, começou a saber-me muito bem, assim existia uma liberdade que de outro modo não existiria. Apercebi-me disso e vi o lado positivo da questão, virei-me do avesso. Comecei a sentir exactamente o inverso - era muito agradável que não viesse aqui ninguém que penetrasse dentro do meu olhar e conhecesse o tom da minha voz. Afinal de contas, não vinha cá ninguém impor o manual dos bons costumes nem discordar do meu comportamento nem oferecer-se para me ajudar a portar-me benzinho. Apeteceu-me escrever "merda", "porra", "puta" e outras palavras comichosas e peçonhentas e... escrevi! Apeteceu-me escrever que me sinto mal com a minha profissão, que faço comidas insípidas, que não gosto disto ou daquilo, que os homens pensam com a pila, que estou triste, que estou esfuziante de alegria porque vou de férias e... escrevi! A linha que delimita até onde posso ir afastou-se de mim, instigando-me a alcançá-la. Nessa tentativa estiquei-me tanto que me revelei loucamente. Não recuei. Não recuarei.
Na verdade, quando iniciei esta actividade ignorava a existência da loucura que há na liberdade de manifestar o que penso perante o mundo inteiro. Num processo gradual, que ainda hoje gradua, dei largas à imaginação, deixei-me dominar pela dita loucura ignorada até então e deu nisto que hoje se lê por aqui e que me faz voar o pensamento nem sei muito bem por onde mas sei que quero sempre escrever tudo aquilo que vejo, ouço ou sinto. Desenho a minha loucura com as palavras. Isso, sei eu.
Não acho que a minha escrita seja de baixa estirpe, embora não a classifique pela qualidade nem pretendo escrever pela qualidade. Normalmente classifico, ou qualifico, a minha escrita pelo prazer e pela intensidade com que escrevo. É nesse ponto que quero trabalhá-la. (..)
A vida é como uma esfera de grandes dimensões, lisinha e sem planícies ou sombras onde repousar. Viver é estonteante. Eu, por mim, gosto muito de me sentir tonta. E tu?
3 comentários:
Parabéns!
gosto de vir aqui
por isso venham mais quatro!
Muitos parabéns.
Continue que eu também continuarei a fazer umas visitas.
Valeu a pena a semente que lançou, pois hoje tem uma grande arvore.
Obrigada e obrigada!
Enviar um comentário