quarta-feira, 21 de julho de 2010

Diário das férias cá dentro


Lembrei-me de escrever um diário das férias. Não sei se vou ter a preserverança necessária para levar o diário até ao fim das férias. Logo se vê.
À partida pode parecer uma ideia estapafúrdia, isto de escrever banalidades tem um certo peso. Nas banalidades está a vida no seu estado mais puro. Isso pesa. É nas banalidades que a gente se revela.



Estive em limpezas até agora. Devo ter demorado mais porque gosto de intervalar tudo o que faço. Limpar, escrever, comer, beber e outras. Limpei e arrumei uma série de coisas, houve até tempo para calafetar algumas portas, que o inverno vem aí, esse malandro.
A rica filha disse-me:
- As pessoas não lavam a porta da rua, mãe...
- Lavam sim!
- Nunca te vi lavar essa porta.
- ...
Tenho as mãos a cheirar a óleo de cedro e na casa um agradável aroma de limpo, se bem que só limpei uma sexta parte da casa, para aí. Adiante.
Estou sozinha em casa vai para três horas e não gosto, não me sinto confortável, há que tempos não me sinto confortável neste tipo de solidão! Adiante.
Entre as voltinhas limpadoras que dei hoje na minha casa, mudei algumas coisas de sítio. A fotografia acima mostra uma dessas mudanças. É um jogo de xadrez que ofereci ao meu marido há uma carrada de anos. Mas os 'bonecos' estão todos tombados porque não sei em que ordem os colocar. Podia tê-los posto em pé, desordenados como só eu sei fazer, para posar para a fotografia, mas não quis. Naturalidade acima de tudo. Se a naturalidade for uma certa dose de desordem tanto pior. Ou melhor. Adiante.
Estou há que tempos a escrever e ainda não disse nada que jeito tenha. Adiante.
O sapo comprei o ano passado numa casinha de bonecada no Bairro Alto, em Lisboa. Para comprar algo que ficasse como recordação dos vinte anos de matrimónio. Diz que os sapos espantam os ciganos, ou por outra, diz que os ciganos têm horror a sapos, crêm que neles está uma maldição qualquer. A ideia principal não foi essa de espantar e afastar os ciganos, como já expliquei antes. Adiante.
As velas com os números pintados à mão, pela mesma mão que escreve este texto, são as idades dos ricos filhos ao momento. Se bem que estão a deixar de ter esta idade não tarda. Fica como recordação. E fica também como recordação deste meu primeiro e maravilhoso dia de férias. E não adianto mais nada.


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