sábado, 7 de agosto de 2010

Diário das férias cá dentro


Agosto, calor, apaziguamento... Férias, claro está! Pois a malta vai falar e escrever de quê se é o que se vive agora? É um pouco como falar dalgum terramoto ou dum tsunami quando ocorrem. Tudo tem alguma coisa a dizer, a acrescentar ou até a criticar, pois claro. É assim também neste mês, fala-se das férias porque estamos em agosto e metade do país está parado, a torrar ao sol, a fazer churrascos, piqueniques, a beber canecos e bejecas, a comer que nem uns abades, em suma: neste mês metade do país não faz a ponta dum corno.
Eu cá falo e escrevo de férias sem medos!

Há pouco tocaram à campainha. Hum, quem será, pensei eu, será alguma visita para mim, pobre e abandonada criatura terrestre?
Não era. Era um casal que vinha de visita aos meus vizinhos de cima, tinham-se enganado no andar. O homem trazia um alguidar tapado com folha de alumínio e a mulher trazia um tacho e um saco cheio de géneros alimentícios, só podia ser. Fiquei toda tremeliques, já estou de férias há tanto tempo que nem me lembro como é estar e falar com pessoas - como se algum dia tivesse sabido...
Depois de lhes dizer que as pessoas que procuravam certamente estariam no andar de cima fiquei com pena de, numa de quebrar o gelo, não lhes ter dito para seguirem caminho mas deixarr aqui o tacho... Eles iam rir por simpatia mas deixar o tacho é que não. E eu não ia sentir tremer-me as varetas porque teria dito uma piada. Sem interesse mas seria uma piada.
De vez em quando, outras vezes amiúde, os meus vizinhos de cima recebem visitas e uma das pessoas ri-se muito alto. Logo a seguir ouvi lá em cima um riso estridente já meu conhecido. Hum, acho que a mulher do tacho é aquela a quem eu chamo a vaca que ri...


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