Vá lá, anónimo, não chores mais, eu dedico-te umas palavritas, vá. Espera aí... anónimo, não, vou chamar-te alforreca, assim sempre se fica no feminino.
Ora bem, alforreca, começo por dizer que tenho cá para mim que podíamos ser amigas, tu divertes-me, tens montes de piada, e eu sou alguém a quem, sem que o queiras, dás atenção. Se não concordas com a ideia, atenta nas afinidades que eu descobri: ambas sabemos que sou parva e escrevo banalidades desinteressantes, estimulamos a nossa imaginação mutuamente porque escrevemos com prazer e à farta, andamos pela internet aproveitando o que as modernas tecnologias nos proporcionam e, finalmente, despejamos opiniões inúteis porque só assim nos ligam. Grandes afinidades, portanto. Viste bem? Ainda vais acabar por gostar um bocadinho de mim. Um bocadinho, um bocadinho só. Vais, vais.
Mas há diferenças, olha só: eu sei escrever, tu não, a inteligência chega-te fraca e turva, não és capaz de aprender nada, irás sempre esquecer os acentos e as vírgulas, as frases amontoam-se no teu pensamento e depois escreves tão mal... Ai que horror, alforreca, ler o que escreves é uma atrocidade tamanha, revolta-me as entranhas e depois extravaso escrevendo posts como este.
Para além da revolta, o pormenor da escrita deficiente que produzes e aqui apresentas entristece-me, é uma pena que não saibas escrever. Se soubesses o estímulo seria muito maior, eu tentaria superar-te, fazer mais e melhor que tu, numa competição super saudável, mas assim o gozo é diminuto.
Alforreca, minha doida, deste-me umas ordens que não quero cumprir. Também aqui eu vou ser diferente de ti, vou dar-te conselhos. Aproveita a internet, mas aproveita-a bem. Cria um blogue e escreve nele o que te apetecer, assim mais ou menos como fazes no meu, só que no teu blogue mandas tu, tens as tuas próprias ideias desengraçadas só para tu leres. Percebes a diferença? Bem, talvez seja esperar demasiado que entendas.
Mas continuando, a ideia de criares o teu próprio espaço é porreira, experimenta. Os blogues, numa primeira instância, servem para masturbar o intelecto e acariciar o ego. A sério, é fixe. Escrever num blogue é masturbação intelectual, de vez em quando aparece alguém e diz-nos que escrevemos maravilhosamente, que lhes preenchemos o vazio de alma que sentem e deixam comentários muito honrosos. Depois ficamos com o ego lá nos píncaros com tanta coisa boa que lemos a nosso respeito. É tão bom! Se as pessoas estão a ser cínicas é o de menos, a gente sempre acredita em boas palavras, não é? Vá, faz isso, cria um blogue e espera fervorosamente que nunca apareçam por lá comentadores de tão baixa estirpe como tu.
Seguidamente apresento algumas das coisas fantásticas que me aconteceram hoje, acho que vais gostar. Lê só:
• Já inaugurei os saldos e fiz umas compritas: umas sandálias castanhas que me ficam muito bem nos pés e uma t-shirt amarela a condizer com o tom de pele dourado que trouxe do Mediterrâneo.
• Tenho nas unhas um sublime tom lilás iridescente. Se me lembrar amanhã ponho aqui a foto, está bem?
• Finalmente arranjei tempo e comprei aquelas forras para as cadeiras da minha cozinha. E não é que ficam mesmo a matar com o tapete? Que maravilha!
• Este é o post 3245 e pu-lo a negrito para te facilitar a vida, uma vez que és pitosga, só vês dum olho e desse olho não vês nada bem. Acho que ler em negrito te trará algum alívio.
E agora vou dar-te um desgosto. É uma vingançazita, tem de ser. Não vais poder comentar mais nada aqui! Oh... diz lá oh... É que eu não tenho leitores, tanto se me dá ter caixa de comentários ou então não.
Ah, ó alforreca, quando fizeres oh cheia de pena de não poderes descarregar aqui as tuas frustrações pessoais, cuidado não tenhas a boca aberta muito tempo, pode alguém aproveitar-se do facto e pôr alguma coisa húmida dentro dessa boca imaculada que tu tens. Vê lá não vá a coisa vomitar-te toda ou assim. Outro conselho de amiga, viste só? Vá, agora vai lá dormir e sonhar comigo, vá.