A Mourinha fechou. As Mourinhas, quero dizer. Às portas o mesmo recado: que é com estima e consideração que se despedem dos clientes e amigos, que cessaram a actividade.
Tive de substituir a Mourinha por outro. Um que me acabasse com o súbito e grande apetite por chocolate que tenho lá de longe a longe. E achei um lugar de chocolates e outras coisas, até nem tenho de andar muito mais, é logo ali.
Quando se entra cheira a esgoto ou que raio é aquilo, se calhar é latas de atum podre que eles mantém na barrica só para a casa ter um cheiro, ou nozes sarrabulhentas por serem do ano passado, ou gomas coladas umas às outras com bolor no meio. O cheiro é mau mas não espanta a clientela nem combina com todo o espaço que é de um asseio em extremo. É um cheiro, daí não passa. A cinco passos da porta já nem se sente.
A clientela é tudo senhoras de fino trato, bem-apessoadas, pele muito limpa, colarinhos engomados e pregas de saia vincadas e direitas. Tudo... menos eu, claro.
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