quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O banco

Há dois namorados sentados num banco de jardim. Ela chora, ele não. Ela esbraceja, ele mantém-se cabisbaixo, calado, contido.
É lá ao longe que os vejo. E parece que estou no cinema a ver uma cena típica de uma zanga de namorados.
Não ouço nada do que dizem. O cinema é mudo, portanto.
Não, estou num daqueles restaurantes que emitem a TV e o volume do som é abafado pelos ruídos de talheres nos pratos e vozes em cacofonia incessante. Não ouço nada do que dizem, só vejo.
Espero que os namorados se reconciliem. Que ele sorria e ela seque as lágrimas. Acredito que sim, aquilo passa-lhes.
Não vou poder ver o filme até ao fim.

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