O post anterior foi sucinto. Ainda esperei que alguém lhe ardesse a curiosidade de modo a quebrar a barreira que a preguiça por vezes nos demove de fazer comentários. Mas não. Ninguém perguntou absolutamente nada. Podiam perguntar:
Tu tens açúcar na tua loja?!
És contrabandista, ou quê?!
Como conseguiste a proeza?!
E vendes?!
E esse açúcar adoça mesmo ou é da candonga?!
Tu vê lá...
Quanto levas ao quilo?!
Mas então a tua loja não é uma drogaria?!
E vendes açúcar aí?!
Não é proibido?!
Mas não. Ninguém se interessou. E os vinte quilos de açúcar lá estão no mesmo sítio de ontem. E lá vão ficando. Pelo menos enquanto a sobrinha da dona Luísa não os reivindicar.
Pronto, está bem, ninguém quer saber mas eu vou ser mais explícita só porque este flutuar em cima do assunto está-me a fazer cócegas.
A sobrinha da dona Luísa pediu-lhe que arranjasse a maior quantidade de açúcar possível, que procurasse nos supermercados, que era um grande favor, que lhe ficaria grata para todo o sempre, que ela tem de fazer os sonhos, as filhós e o bolo-rei mais as rabanadas, o molotofe e a lampreia d' ovos e o tronco de Natal.
A bondosa e diligente dona Luísa lá foi. Arranjou os já anunciados vinte quilos de açúcar mas como está velha e acabada pediu que os deixasse ali e ia levando um quilo agora, outro quilo logo, amanhã, depois, até se acabar o açúcar na minha loja. Digamos que por uns dias serei assim como uma espécie de armazém. Ah, vá lá, é Natal… Viva a boa vontade e outras coisas boas entre semelhantes!
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