sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sabonetes de côco


Entrou uma senhora que só queria fazer uma perguntinha. Pareceu-me muito nervosa, explicava-se atabalhoadamente e ainda por cima não terminava as frases, digamos que usava muito as reticências... Desculpou-se muito, dizendo-se triste com a ideia de que eu a devia achar louca, a sua questão principal era supôr que alguém lhe entrava no quarto e lhe mudava de sítio uma ou duas coisas com o intuito de a perturbar. Tentei acalmá-la falando da minha experiência de balcão, estou habituada a ver situações desagradáveis na vida das pessoas porque lido com elas de perto, não se importasse em parecer louca, então.
(Podia ter-lhe dito que louca sou eu, olho para uma lista telefónica vezes sem conta e leio 4 em vez de 1 em todas essas vezes e só depois de deixar uma mensagem a quem não interessa reparo no erro. Em calhando a pessoa trocada ainda vai fazer um post...)
Depois de perfeitamente esclarecida e de falarmos de coisas à parte da questão, fez-me uma espécie de pagamento e comprou-me dois sabonetes de côco.
A senhora adorou-me, o que me surpreendeu bastante. À despedida disse inclusivamente que havia tido muito gosto em me conhecer. Não é que não existam pessoas que gostem de mim e me admirem mas isso é algo que raramente acontece num primeiro contacto.

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