terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Dias de um ginásio e Uma fotografia por dia que bem iria... (186)

Depois de um mês de pausa regressei ontem ao ginásio. Tinha saudades de me mexer (da maneira que é costume mexer-me no ginásio...), de sentir calor, de suar, de tomar banho num sítio quentinho. E tinha saudades de outras coisas: de algumas pessoas, da azáfama, barulhos e isso, em suma: do movimento característico dum ginásio.
Tirei uma fotografia que não tem qualquer beleza. São pontinhas de uma encharpe saindo teimosamente pela fresta de um cacifo. Ou por outra, são as pontinhas de uma encharpre denunciando algum descuido da sua proprietária.
Se é desleixo ou simples distração, para mim não constitui qualquer problema. É só por dizer que achei piada à cena que vi e cliquei e mais nada. Mas depois achei ainda mais piada, aliás, fartei-me de rir sozinha.

(Está bem, eu conto! Vede abaixo da fotografia, por favor.)


Lisboa, 3 de Janeiro de 2011

Àquela hora o ginásio está particamente vazio. No balneário estávamos três pessoas, das outras duas uma era a empregada de limpeza e a outra era uma senhora muito simpática e que está sempre bem disposta, tão bem disposta que costuma cantarolar durante o banho sem qualquer pudor. Posso dizer que o reportório é variado porque ela não canta sempre a mesma canção.
Cenário:
eu arranjando-me já no fim do treino,
a senhora cantarolando descontraidamente
e a empregada limpando o chão.
Acontece que:
eu agarrei na máquina que fez um radioso clarão devido ao flaxe,
a senhora cantadeira embrenhada no prazer de cantar fazia-se ouvir bem alto
e a empregada, que via e ouvia tudo, passava o rodo no espaço tentando parecer normal.
Depois:
ri-me à farta porque imaginei o que a empregada pensou das duas mulheres com idade para ter juízo,
uma cantava em crescendo, completamente à-vontade,
outra tirava fotografias aos cacifos cheia daquela alegria que só os lunáticos possuêm.

Sem comentários: