sábado, 1 de janeiro de 2011

O último dia de 2010 e outras coisas, contados no primeiro dia de 2011

Sou só eu que escrevo 2001 em vez de 2011?

Um senhor apressado mas bem-disposto queria um daqueles artigos que estão lá em cima e, como eu não tivesse acesso ao escadote por este estar ocupado, sugeriu que me pusesse às suas cavalitas. Acrescentou ainda debaixo do mesmo sentimento leve que 'é fim do ano e tudo e as pessoas costumam subir a um banco a ver se têm sorte no novo ano', se eu quisesse...
Depois de servido foi-se-lhe a pressa mas ficou a boa-disposição. Deslumbrou-se demoradamente com a composição da loja, mirou tudo e até pediu para entrar para o lado de dentro, ao que anuí.
Eu, por mim, diverti-me com o velho senhor. Percebi que ele se interessara tanto pelo local porque em tempos teve uma profissão ligada à televisão e o que demonstrou ali mais não foi que reavivar o bichinho de uma qualquer criatividade de que desconheço o género. Agora lamento não ter ido mais longe na conversa...
Ficou-me a certeza que os sentimentos têm de ser buscados. A alegria, por exemplo. Aquele senhor é alegre porque busca prazer nas mínimas coisas, não se embaraça em mostrá-la, não receia parecer ridiculamente infantil e sonhador. É alegre, é um velho senhor alegre. Que raros são...

Ainda cá vou aos meus pais.
A minha mãe fez-me uma queixa:
- Ai filha, o teu pai está tão surdo!
Mas ele ouviu... Quero dizer, percebeu que era dele que se falava. E vira-se para mim:
- O quê?!
A minha mãe foi mais rápida que eu e gritou-lhe:
- Tu! Estás surdo!
O meu pai detém-se um tudo-nada, pensando.
- Estou um bocadinho surdo... Isso é verdade. Mas eu ouço be...
- Ó Antóino, tu lês nos lábios das pessoas!

Tenho que ir ali comprar mais uma sapateira, pikles e ovos. E depois já venho.


São 15:15 e chove lá fora.

Hoje as pessoas não dão os bons-dias ou boas-tardes, dão bom ano.
– Bom Ano!
– Bom Ano!
– Bom Ano!
– Bom Ano!
– Bom Ano!
– Bom Ano!

Lisboa está a ficar deserta. 'Prepara as tuas coisas e vai-te embora'. Fui.

Amanhã é outro ano.

O bolo de nozes que fiz foi parar ao chão quando o tirava do carro. Levei-o para a mesa dos amigos à mesma. Tudo comeu (eu cá não!) e elogiou o dito bolo. Um senhor que é actor dessas coisas de novelas e que estava na roda de amigos também disse maravilhas.
Senhoras e senhores: eu, Gina Maria, sou pessoa para ter a dita de ver uma figura pública (não posso citar qual por razões que julgo serem óbvias) degustar uma iguaria por mim preparada e tecer comentários simples mas ainda assim elogiosos à minha mão doceira. A recordar: o bolo havia caído ao chão.

A noite foi fixe no geral. Vi um DVD do Xutos, dancei, cantei, pulei ao som de canções de outros artistas.

Concluo agora que não falar do meu blogue a toda a gente tem as suas vantagens. Se assim não fosse não poderia contar aqui aquela cena do bolo...
Para dar mais destaque à palavras que às fotografias apresento-as no final do post. São momentos em que 2010 estava quase a terminar e momentos em que 2011 tinha poucos minutos.




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