sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Se posso mudar de vida? Não.

Nos últimos saldos tenho comprado muitos tecidos para fazer a minha roupa de Verão. Adoro trapos e deixei-os para trás mas apenas um pouco. A vida de costureira está longe mas já que aprendi a confeccionar roupa, e gosto tanto, vou fazendo umas coisitas para mim, serve para não me esquecer e também como passatempo. Adoro conjugar cores, padrões, materiais. Gosto de inventar um bocado, costura daqui, pesponto acolá, fazer assim, ou antes de outra maneira.
Podia ter feito carreira nesta área. Podia ter sido assim mas deixei os trapos para trás. Podia ter ido mais longe que a costura, podia saber desenhar modelos, abrir uma loja e vender as minhas criações. E também poderia escrever. Também existiriam clientes. Pessoas, portanto. E eu escreveria. Não tem de ser aqui. Teria um computador ligado todo o dia e ia escrevendo. Tal como faço aqui. Aqui a relação mais próxima que tenho com roupa é vender goma crua em frascos de 140 gramas, tira-nódoas Casulo e pacotinhos de tinta Raposa para tingir tecidos. Também vendo tesouras e cabides. E detergentes, já agora. Perborato de sódio e benzina também lá vai parar.
Escrever não tem de ser aqui.


o tecido rosa liso tem um metro e vinte e cinco o laranja tem um metro e quarenta o estampado tem dois metros e meio fazer o casaco azul claro tipo channel com um folhinho à volta decote frentes base e mangas tecido azulão calças igual aos jeans saia modelo cento e vinte da última revista burda tecido riscas vermelhas modelo cento e quarenta da última revista burda cortado abaixo da anca riscas verticais e saia franzida em viés tecido rosas vários modelo igual ao de cima mas cortado pouco abaixo da cintura e duas ou três saias evasés tecido rosa e laranja lisos vestido com três saias corpo e duas saias laranja saia do meio rosa

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