A boa do escritório – é claro que a mulher tem nome mas para que é que isso interessa, não é verdade? - vem vindo com seu passo sedutor. Estou na rua, lavo os vidros empoleirada num banco, usando a roupa básica e desengraçada com que trabalho. Ela passa e não diz nada. Que mal educada, a boa do escritório, pensei eu.
Mais tarde, eu tinha ido depositar uma soma avultada de dinheiro – a gente sempre pode pensar em grande... - a boa do escritório cruza-se comigo à saída do banco. Desta feita envergo um vestido giríssimo feito por mim, estou aperaltada, portanto.
– Olá! Está boa?
Cumprimenta-me ela cheia de alegria. Respondi-lhe no mesmo tom efusivo e usei as mesmas palavras que ela, porém desejosa de dizer antes assim:
'Claro que estou boa, ó boa do escritório, estou mesmo muito boa, obrigadinha.'
Ai que putas... Credo!
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