Afinal eu tenho um colega de trabalho, pois é. Já tenho falado dele aqui mas nem sempre o chamo de colega. Lá de quando em quando ele diz coisas giras, e eu escrevo-as ou então não, de maneiras que resolvi levantar o véu e falar abertamente da nossa relação: eu tenho um colega de trabalho, partilhamos tarefas e damo-nos bem quanto baste.
Eis o que tenho a contar hoje:
Percorríamos a Rua José Ricardo (Lisboa) e ele estacou junto a um dos prédios com número ímpar. Trrim! Do lado de lá responde uma senhora:
– Faz favor de dizer quem é?
A voz era gasta e trémula, mas autoritária, e o 'é' foi tão enfatizado que pareceu cantado. Tapei imediatamente a boca com as mãos, o desembaraço da mulher e toda aquela mistura de coisas deu-me uma vontade de rir imensa.
– É o colega da Gina, para montar...
(Já nem lembro o quê....
E já agora aproveito este parentesis para pedir aos leitores que não levem a mal o protagonismo – ou a tendência, desta feita nada mascarada, para ser e aparecer mais do que os outros - mas acho deveras engraçado chamar o meu colega de 'colega da Gina'.)
Clique, soou o trinco. E ele diz-me, fazendo-se de zangado com o meu desplante:
– Faz favor de não gozares com os meus clientes.
Ao que eu respondo muito depressa:
– Até parece que os teus clientes não são meus também!
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