A minha vida sempre esteve dividida em duas partes: pré-matrimónio/maternidade e pós-matrimónio/maternidade.
Ao momento as partes têm outros nomes: antes e depois da bronca. É um marco histórico como outro qualquer. Agora as coisas têm um formato diferente: não penso assim porque desencadeio a coisa, não vou ali porque depois já sei como é, não digo certas coisas pelo mesmo motivo. Não faço. Nem escrevo.
Ou escrevo, como agora. Almejo o pós-depois-da-bronca mas creio que nunca o verei chegado, à frente deste tempo não está nada à minha espera, mas alimento-me de alguma esperança ou não terei salvação. Então, iludo-me e almejo o inatingível: o pós-depois-da-bronca. E há aquelas vezes em que não resisto a contar bocadinhos da minha vida porque depois de a contar o jugo que carrego fica mais leve.
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