quinta-feira, 30 de junho de 2011

Vai lá, vá

Vai ali assim. No caminho compra um metro de entretela, é precisa para os teus vestidos. Refunde o desejo de namorar a montra da ourivesaria, não suspires sequer. Não olhes para os sofás de lindos tecidos que o senhor tal tem expostos, deixa lá que chegará o dia em que voltarás a compôr a sala com um lindo sofá. Cumprimenta a Fátima dos sutiãs, o Zé da vidraria. A esse diz-lhe que logo à noite te encontras com ele na festa da alameda. Compra amêndoas, nozes, chocolate em pó e aveia no senhor Salvador e deixa os pêssegos e as cabeças de alho, logo os compras amanhã, ainda tens de ir ver umas coisas no chinoca. À vinda cumprimenta o senhor da camisaria, o viúvo recente, aquele que mastiga as palavras: 'Boa tarde, minha senhora. Está boazinha?' Acha piada, vá. Ri-te do pobre homem quando ele mastiga a palavra 'boazinha'. É tão giro. Giro, giro, giro.

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