terça-feira, 26 de julho de 2011

A morte espreita-me

Ontem (sim, outra vez ontem...) li imensos blogues. Caí em dois cujos autores já não pertencem ao grupo dos vivos.
O primeiro pertencia a um jovem a quem foi diagnosticado um cancro e morreu poucas semanas depois.
Fiquei com a ideia que o blogue tinha sido criado após ele ter tomado conhecimento da aterradora notícia e depois da sua morte o seu pai continuou publicando alguns textos que ainda não haviam sido publicados. Uma tristeza...
O outro blogue era de alguém na casa dos cinquenta, suponho. Havia comentários saudosos elogiando a pessoa que a bloguer fora e percebi que a mesma havia morrido. Outra tristeza...
Às vezes penso que uma situação destas pode acontecer-me. Sendo um acontecimento repentino, como se saberia?
Pesquisei junto da rica filha:

– És capaz de guardar num sítio qualquer a palavra-passe do meu blogue para o caso de um dia me acontecer alguma coisa tu vires cá dizer que morri? Tens estofo para isso?

Ela fica muda e atónita (a mudez é uma raridade nela). Depois responde:

– Essas coisas não se pedem aos filhos, mãe... Porque não pedes ao pai?

Passado o choque inicial recupera a habitual postura de jovem mulher pragmática. Fui talvez demasiado objetiva, usei de pragmatismo eu também. Mas ela recompôs-se rapidamente:

– Eu sei qual é a tua palavra-passe, mãe. Não é aquela tal e tal? Então está bem...

Aparentemente tenho o 'problema' resolvido...

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