segunda-feira, 4 de julho de 2011

A mulher de bigode

Bom-dia.

Bom-dia. Ora viva quem é uma flor.

Meu amor, tem uma pinça para arrancar isto aqui?

Com um tratamento desses até tenho duas.

Quanto custa, meu amor?

Hum, tem de ganhar o Euromilhões, caso contrário retém esse bigode tão viçoso quanto malfadado por falta de verba.

Ai tão caro... Eu tenho uma mas acho que a deixei em Leiria.

Olhe que sai mais barato ir lá buscar a pinça... Saíu-lhe o Euromilhões? Não, pois não? Então... Melhor, mais barato ainda, quero eu dizer, seria deixar o bigode assim como está. Mal não faz.

Meu amor...

Estende-me uma nota dobrada (afinal não foi preciso ganhar o Euromilhões), algo que desaprovo devido à (possível) desconfiança de que levo duas (ou mais) notas comigo e as refundo na caixa com perícia de ladra. Desconfiança de balconista habituada (pelos clientes) a esperar o pior. Devolvo-lhe o troco, uma importância sem grande vulto mas suficiente para café e meio.

Tenha um bom-dia, meu amor.

Bom-dia. Há pessoas tão simpáticas... Que lhe faça bom proveito, o cafezinho, minha querida. Ah, e uma hora pequenina no que toca à exterminação do bigode, que essa porra deve doer p'ra caraças.

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