Viajava de metro e tinha à minha frente duas senhoras brasileiras próximas à minha idade. Conversavam imenso, gestos descontraídos e uma disposição própria de quem está a descansar da vida comum de trabalho.
O comboio parou numa estação que tem dizeres poéticos nas paredes. Uma das senhoras começou por ler mas foi lenta, o comboio arrancou antes de ela terminar a leitura. Toquei-lhe no braço e completei a frase porque a sei de cor:
Se eu não morresse nunca! E eternamente buscasse a perfeição das coisas! (Cesário Verde)
Riram-se muito e agradeceram. De seguida pediram-me que as aconselhasse locais lisboetas dignos de visita. Falei no Rossio, Mouraria e Bairro Alto, que não deixassem de lá ir porque é ali que mora a verdadeira essência de Lisboa.
E eu lá continuo com a mania de me meter na vida das pessoas...
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