Não sei onde estava com a cabeça quando iniciei as limpezas, estou saturada de interiores e cimos de roupeiros, janelas, vidros e candeeiros, lavar e estender cobertores, naperons e cortinas, aspirar colchões e tapetes, passar cera no chão e óleo de cedro nos móveis. É daquelas coisas: comecei, tenho de acabar. Limpei tanto ou tão pouco que me dói as pontas dedos. Está a ser um sofrimento escrever estas linhas, mas não querendo desistir cá estou eu...
Se não tenho um homem e uma mulher cá em casa para me ajudar? Tenho, tenho os ricos filhos. Estão tão cansados como eu, muito embora não tenham esfregado tanto assim, não lhes dói as pontas dos dedos... Já perguntei, já.
Não me lembrava como é estar em casa em dia de semana. Há sons de telejornais que saem através das janelas vizinhas, meninos que brincam, riem, choram, adultos que conversam, ralham, dentre outras coisas sem importância.
Por muito que se conheça a nossa casa, há pequenos objetos ou recantos que passamos meses sem ver. É o caso da placa que figura no meio da imagem abaixo. Diz 'Quarto de Brincar'. Há uma placa dessas colada em cada uma das portas dos quartos dos ricos filhos. Um dizer assim poderá não fazer sentido nenhum nesta altura da vida deles. Mas na minha vida faz... É talvez uma espécie de último reduto ou memória longínqua, porém, presente.
Loures, 22 de Agosto de 2011 |
2 comentários:
Então! Ninguém ajuda?
Ajuda sim, Manuel. :)
Agora já estou mais livre para escrever.
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