terça-feira, 20 de setembro de 2011

Obituário

Se calhar devia deixar este post para escrever no dia dos animais, que está aí não tarda, mas pensando bem o melhor é despachar já a coisa, até porque a bem dizer o assunto não traz felicidade.
Morreu o gato branco. Branco sujo, quero eu dizer. Ou por outra, morreu o gato que era da cor do passeio. Às vezes estendia-se ali na calçada, confundindo os transeutes. Eu, por exemplo,uma vez ia pisando o bicho esparramado no meio do chão como se não tivesse cama em casa.
Uma outra vez dei por ele lá em baixo no pátio da minha vida. Assanhou-se todo e eu encolhi-me o mais que pude para passar ao largo. Quando fiz menção de sair dali encontrei-o junto à porta. Assanhou-se ainda mais porque se sentiu sem escapatória e eu fiquei atarantada exatamente pelo mesmo motivo. Estou tramada, pensei eu, se me movo em direção à fechadura o bicho lança-se a mim e esta carinha laroca fica toda arranhada, o que não será nada conveniente.
Fui para baixo, esperei um pouco, ouvi uma cantiga ou duas e voltei para cima. Do gato nem rasto...
E agora morreu, foi atropelado. Quem manda atravessar a rua sem olhar?!

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