quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Qualquer um seve(?)

Há a ideia generalizada de que o balcão, ou o estar atrás dum balcão, é algo acessível a toda a gente e super-fácil, que não se sabendo fazer nada se serve muito bem para estar atrás dum balcão.
Discordo peremtoriamente. Sinto-me lesada com a ideia, até. Quem fala assim desconhece completamente o que esta profissão encerra. É difícil p'ra caraças...

Olhe, tem cá umas coisinhas p'ras traças que é assim um papel que a gente rasga aos bocadinhos e põe?

Depositei em cima do balcão toda uma parafernália de inseticidas anti-traça que comercializo, já conhecedora de que 'papeis que a gente rasga aos bocadinhos e põe' não constava na lista. Mas... a gente não se governa com o solitário e cortante 'não tenho', de maneiras que qualquer vendedor(a) que se preze tenta escoar o que tem em casa.

Não! Não é nada disto! É assim uns papelinhos que a gente rasga e põe!

Hum... Pois, realmente assim em papel não tenho. Mas tenho este e aquele e o outro e aqueloutro.

Não! Em papel!

O balcão é um caso bem mais difícil do que este pequeno episódio demonstra. Aqui só dou a conhecer uma cliente quase zangada porque estou 'a fingir' que não a percebo. Há alturas em que à zanga se junta a revolta porque pensam que estou a tentar impingir o que me apetece.
Ok... perontus... A minha vida às vezes é assim um bocadinho parva por causa doutrém. Normalmente sinto que para parveá-la já basto eu, não necessito da colaboração de mais ninguém.

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