sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Quando chegar a casa vou pegar na minha faca afiada e corto-te a cabeça!

Era o que dizia um menino de uns seis anos a uma mãe tranquila. Estranhei p'ra caraças a atitude pacífica da mãe mas entretanto percebi que era uma brincadeira dos dois, talvez demasiado empolgada por parte da criança e demasiado benévola por parte da mãe, mas era uma brincadeira.
Ainda assim, foi difícil não reportar a cena para a minha própria infância. Eu nunca poderia dizer uma coisa destas à minha mãe. Ou por outra, podia, mas arriscava-me a ouvir:
'Olha que tu levas uma chapada na cara, Gina Maria!'
Ou então, se o grau de paciência da minha mãe estivesse nas lonas ou o de nervos nos píncaros:
'Levas uma caqueirada nos cornos que verás!'
E se me ficasse só pelo ouvir seria uma menina cheia de sorte...
Atualmente a vida é muito diferente, sei disso. Eu própria educo os meus filhos muito afastada desta rigidez, de todos os 'nãos' com que fui castigada durante a infância e adolescência, não os amordaço nem lhes corto as asas. Não faço aos meus como me fizeram a mim e é assim que me considero no caminho, não certo, antes não errado.

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