Quando o homem deu um salto assim que me viu, eu devia ter desconfiado que vinha algo soturno. E vinha. Aquilo era apreensão da mais pura que existe.
'Queria remédio para os ratos...'
Pede ele em surdina, cheio de vergonha. As pessoas têm vergonha de ter ratos em casa, não basta a nojeira que é andar um roedor lá em casa a dar conta da despensa e dos roupeiros, ainda por cima arranjam vergonha...
Disfarçava o ar soturno com boa disposição, estava até alegre, diria contente, feliz. Tanto que me ri:
– Então?! Assustou-se?
Diz que não me fazia vinda daquele lado da loja. Ó caríssimo cliente, esta loja é enorme, pois é?!
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