O senhor engenheiro é um homem já velho. Às cinco e meia da tarde está à mesa da pastelaria, frente a uma chávena cheia de café preto. Olha o líquido com gula. Vontade. A chávena inerte, o líquido oscilante. Grande chamariz. É então que ele mergulha a sandes de fiambre naquela profundeza escura. A sandes é elevada cheia de café, acastanhou e ganhou peso, tornou-se numa massa pastosa que é introduzida sem qualquer pejo na cavidade bucal do dito senhor. Do senhor engenheiro, esse homem já velho.
O meu pai punha (suponho que ainda põe) um pouco de vinagre no caldo verde, bem como em algumas sopas. Este estranho e particular gosto sempre me fez alguma impressão. Até hoje. O senhor engenheiro já se superou em estranheza aos meus olhos.
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