Quando eu estava lá na Henriqueta, um pé em riste, outro de molho, tocou a campainha. Vai a Dulcineia abrir. Não sei lá como é que ela se amanha, deixa cair o telefone no chão com grande estrondo. O telefone é arrancado do fio com a brutidade da mulher. Ela fica que não pode com medo que a patroa ralhe. Para se fazer sofredora a Dulcineia larga as injúrias que consegue sem dizer merda, nem porra, nem filhos da puta... Porque era engano. Era engano. Era para o vizinho do lado.
Oh vida, não é Dulcineia?!
(Respirou de alívio quando se certificou que o telefone mesmo desmembrado dá para abrir a porta lá em baixo. E a patroa nem ralhou.)
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