Ele comentou comigo daquele homem que dorme debaixo da ponte. De como faz a cama, de como arruma categoricamente os pertences, de como se prepara com esmero. Tudo nele é aprumo, apesar de não ter uma casa com teto.
Observei-lhe a figura. Achei-o asseado mas sobretudo organizado. A pastinha, a lancheira, o chapéu no lugar certo da cabeça, o casaco comprido sem vincos. Tudo composto. Uma visão sistemática de tudo-no-sítio. Dois extremos numa só visão. Apesar dos pesares. Uma singularidade num quotidiano que nem sempre é só meu.
Sem comentários:
Enviar um comentário