Arménio era giro à brava. Alto, musculoso, olhar vivo. Bem, o olhar era um pouco mais que vivo, era espantado, vítreo. Mas eu curtia vê-lo, admirá-lo, sonhar acordada com ele, imaginando que falava comigo acerca nem sei de quê... Mas falava. Comigo.
Hoje sei estas coisas, sei descrevê-las. Mas aos 13 anos não, nessa altura não existiam pensamentos delineados na minha cabeça.
Infelizmente ele não me curtia tanto assim, ou mesmo nada, nunca me ligou nenhuma, era essa a dura realidade da minha vida não-delineada.
Não sabes o que perdeste, Arménio... E eu também não.
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