O Clóvis tem um cão. A mãe do Clóvis é que tem um cão, quero eu dizer. Mesmo cachorrinho, agora o bicho é forte o suficiente para sair à rua, fazer-se à vida e tomar hábitos saudáveis. A mãe do Clóvis, sendo algo debilitada devido à muita idade, delega essa tarefa no filho.
Devo dizer que o Clóvis não tem muito jeito para essas lamechices, por isso estou a escrever este post. É giro vê-lo de trela na mão, parando aqui e ali, indo buscar lá ao fundo do seu ser uma certa paciência. Pára a marcha para o bicho cheirar tudo e mais alguma coisa, o que lhe toma um tempo precioso, um tempo em que podia estar contando as suas peripécias e a dizer a toda a gente como é sabido e experiente.
Quando me debrucei sobre o animal, interessada, o Clóvis fez-me saber que o cão é todo paneleiro porque se deita e rebola assim que se lhe faz festinhas no pelo. Pudera! O bicho é meiguinho e infantil, que esperar?
Eu fiz-lhe as festinhas todas que me apeteceu. Depois mandei-o levantar: 'vá, agora sê cão!' Não gosto de ver cães a serem tratados com excesso de mimo, ou como se fossem pessoas. Mesmo com miminhos, um cão é para ser cão.
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