quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Aromas da Natureza

Estou particularmente sensível aos cheiros. (Algo me diz que me afaste do ego...)

Ela tem uma sensibilidade incrível aos cheiros e aromas.
O cheiro adocicado daquela cliente velhinha que tem uma quinta no Pinhal Novo provoca-lhe náuseas.
O cheiro acre - que entende como grosso e fatalmente percetível – da mulher da caixa do banco revira-lhe o estômago e é a custo que se sustém na fila.
O cheiro a colas e sintéticos que emana da esquina mais próxima onde trabalha um sapateiro, tem como consequência o ato de levar as mãos à boca e ao nariz, a ver se aquilo passa.
O cheiro do casaco de cima do senhor Adeodato é insuportável. A custo se mantém próxima do dito senhor. Fala sem respirar. Afasta-se subtilmente para não feri-lo, que é sempre tão amavelmente… rude.

Voltando ao ego... Sempre que aprofundo as tristezas tenho esta hipersensibilidade, acontece-me há uns tempos.

Se escrever passa.
Passa?
Passa.

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