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| 6 de fevereiro de 2012 |
Ontem detive-me alguns momentos observando crianças, um mundo que está algo distante nesta altura da minha vida e, ainda por cima, são oportunidades que ocorrem raras vezes. Então, aproveitei a ocasião.
Um menino de uns nove anos brincava com duas meninas de seis. Achei particularmente interessante os seus modos, ensinando as meninas num jogo qualquer.
– Não, vocês fazem apenas isto! Apenas isto!
Elas não faziam caso, ainda tão dentro da infantilidade. E ele voltava a ensinar.
– Vocês fazem apenas isto! Apenas isto!
Ainda andaram ali os três, retoiçando, ele sempre orientando e elas sempre desviando. Rindo e abusando da paciência do petiz. A dada altura ele aborrece-se de vez e remata, categórico:
– Oh, vocês não se entusiasmam com coisas sérias!
Teve a sua piada observar um miúdo desenvolto, com uma postura adulta e possuidor de um vocabulário rico para a idade. Estranho e memorável, em simultâneo. É provável que este menino sofra imenso nas suas brincadeiras. Bem sei que dista alguns anos das suas companheiras, e daí advirá a diferença de comportamentos, no entanto sempre achei que as crianças têm de ser crianças, logo, básicas e simples, sem arabescos e salamaleques de gente adulta.
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