Passaram cinco anos.
Cortou o cabelo num penteado novo e moderno: franja grossa, as mechas caindo logo acima das sobrancelhas, como fasquias aparentemente rebeldes.
Passaram cinco anos.
Deslocou-se à casa ferrosa para almoçar e conviver com os amigos. No caminho, florinhas resplandecentes, ervas verdejantes e passarinhos cantantes prestavam-lhe vassalagem.
Passaram cinco anos.
Tirou fotografias a todos os amigos, ávida da sua presença. Uns riam com prazer, outros conversavam animadamente, ela fazia parte do cenário clicando aqui e ali. Cabecinhas juntas, amigas, denunciando cumplicidade e amores sinceros.
Passaram cinco anos.
O cabelo cresceu, vigoroso mas disforme. As flores murcharam, ficaram secas, esguias, quebradiças. A azáfama instalou-se. Os amigos mudaram hábitos e partiram sem dizer adeus.
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