Elisabete Maria, a esotérica, diz que gosta de passar despercebida. Eu havia-lhe dito que sei se ela está atrasada, ou então não, para a pausa habitual em que toma o cafezinho, desculpando a minha veia coscuvilheira com carradas de simpatia, para a levar a abolir a ideia de que me assemelho à porteira do número onze. Ela brinca, diz que 'ora essa, toda a gente a mandar na minha vida, eu que gosto tanto de passar despercebida!'
Fiz-lhe saber, (só não sei se ela entendeu):
Não gosta nada, Elisabete Maria, isso é um engano redondo. Eu conheço a indiferença, não queira saber o que isso custa. Já viu se ninguém notasse a sua falta, ninguém reparasse que hoje está a tomar o café à hora do costume?
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