Tive um professor que aconselhava vivamente a que a gente lesse. 'Qualquer coisa', frisava, 'qualquer coisa, nem que seja aquelas revistas de novelas ou romances de cordel. Leiam! Leiam!'
No sofá preto perto (não, não me enganei: preto; perto) do meu uma senhora lia um livro que identifiquei como sendo de duvidosa qualidade literária (muito embora eu não me atreva a desqualificar livro nenhum). Conheço a coleção, li alguns desses livros quando tinha uns 14 anos. Eram bons na altura, era a única literatura de que dispunha. Contavam histórias repletas de cenas carinhosas, outras escaldantes, outras ainda cheias de causas nobres e similares, tudo isto sem nunca abordar o sexo explicitamente. Eram histórias descrevendo luxúrias e momentos prazerosos em lugares exuberantes, a heroína era (sempre!) virgem, como eles gostam, o herói era (sempre!) um mauzão com ares de bom caráter, como elas gostam. Um mimo para aquela idade tenra em que as hormonas pululam, em que se vive intensamente do que imaginamos. Podendo penetrar nos mundos doutras faixas etárias... Já se sabe.
Mas a senhora que lia sentada no sofá preto perto do meu não tinha 14 anos... Mas, como diria o senhor professor: 'Leiam!'
Em literatura ler é o mais importante. Também se pode ler blogues, o senhor professor aprovaria.
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