Para rir; é para rir. Felizmente não tenho grande dificuldade em rir, o que também se verifica no oposto. Sou emocional. Outra contradição, ainda noutro dia disse que afinal até não era nada disso e mais não sei o quê.
Vamos ao que importa: o riso.
Um cliente queria uma lâmpada para frigorífico. Encaminhei-lhe a difícil mas pertinente questão: de 15 ou 25 watts?
Diz que não sabia a diferença, para um pouco, e remata, pleno de saber e convicção: olhe, é para acender!
Larguei a rir, não me aguentei. Meu caro, todas as lâmpadas são para acender, ou o senhor não viria comprar uma para susbtituir a que tem fundida entre as mãos, desculpe lá estar-me a rir mas é que... blás.
Um outro cliente quer que reproduza uma chave. Rebusca num dos bolsos das calças. Retira um molho de chaves, não é este. Do outro bolso retira o maço de tabaco, o isqueiro. Dum outro bolso, mais abaixo, sai uma carteira. Está tudo em cima do balcão. Começa a ficar como que aborrecido. Começo a ficar com vontade de rir. Apalpa-se, de cima a baixo. Olha para mim, perdido. Tenho ainda mais vontade de rir mas contenho-me, não vá o homem não curtir a minha cena, há uns assim. Do quarto bolso sai finalmente o tão ansiado objeto. O suspiro dele é profundo. Não me aguento: rio-me, sem medo. Ele imita-me, mas prefiro pensar que o contagiei. Que alívio.
Um outro cliente, ainda, entra a medo, diz que vai perguntar e coiso, que não sabe se tenho, que vem perguntar porque... Porque... Porque... Porque sim!, ajudo eu. E toca de rir.
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