«... Minha atenção foi despertada por uma mulher atravessando a rua apressadamente, com aquele jeito de alguém se escondendo. Era Virna, ela deve ter-me visto e passou para o outro lado, para não se encontrar comigo. A visão de Virna me deu vontade de foder. Sei que parece uma loucura, uma coisa incoerente, a mulher que está desgraçando a minha vida me despertar esse sentimento de amor e não de ódio, mas o ser humano normal não é coerente, muito menos um escritor, a coerência não é uma virtude literária. A única virtude do escritor é a coragem de falar as coisas que não pode falar.»
'Diário de Fescenino', Rubem Fonseca
Página 160
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