terça-feira, 5 de junho de 2012

Fui ao senhor doutor

Fui ao senhor doutor do trabalho. Diz que tenho uns pulmões e uma tensão arterial normalíssimos e não senti nenhuma dor nauseante quando ele me pressionou o fígado. Ah, e o meu coração bate muito certinho. Palavras dele.
O coração a bater certinho... Homessa, eu que vivo apaixonada!
Há uns anos atrás este senhor doutor queria queixas, 'vá, menina, queixe-se!', dizia ele. Nunca lhe fiz a vontade, tenho queixas, e até tenho doenças, na sua maioria profissionais, mas nunca lhas divulguei na totalidade, apenas as doenças e queixas 'normais' estão nos registos deste senhor.
Receituário também não há, o que não será de estranhar.
Este tipo de consulta, a que vou de dois em dois anos, faz-me lembrar as idas ao pediatra, aquando da infância dos ricos filhos. A gente ia lá para lhes ser medido o comprimento, ou a altura, dependendo da idade das crianças, o perímetro cefálico e o peso. Também lhes era apalpado o fígado e auscultado o coraçãozinho. Estava sempre tudo normal, salvo raríssimas exceções. A única diferença será talvez o facto de essas consultas ser eu a pagá-las, enquanto esta minha... Não.

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